Natal, poema de Auta de Sousa

21 12 2009

 

NATAL

                                                                      Auta de Sousa

É meia noite … O sino alvissareiro,

Lá da igrejinha branca pendurado,

Como num sonho místico e fagueiro,

Vem relembrar o tempo do passado.

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Ó velho sino, ó bronze abençoado,

Na alegria e na mágoa companheiro!

Tu me recordas o sorrir primeiro

De menino Jesus imaculado.

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E enquanto escuto a tua voz dolente,

Meu ser que geme dolorosamente

Da desventura, aos gélidos açoites …

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Bebe em teus sons tanta alegria, tanta!

Sino que lembras uma noite santa,

Noite bendita mais que as outras noites!

—-

 

 

Auta de Souza (Macaíba, 12 de setembro de 1876 — Natal, 7 de fevereiro de 1901) foi uma poetisa brasileira.  Considerada a a maior poetisa mística do Brasil.

Obras:

Horto, 1900


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