Não bote cabeça e braços pra fora,
senão o passeio acaba agora.
Não bote cabeça e braços pra fora,
senão o passeio acaba agora.
No dia 15 de novembro comemoramos a Proclamação da República. É um momento para pensarmos neste nosso país. E por que não pensar no que o faz maravilhoso? Com esta intenção lembro aqui do poema de Olegário Mariano.
Paisagem de Campos do Jordão, s/d
Rubens Fortes Bustamante Sá (RJ 1907- TJ 1988)
Óleo sobre tela
Coleção particular, Rio de Janeiro
Canto da minha terra
Olegário Mariano
Amo-te, ó minha terra, por tudo o que me tens dado:
Pelo azul do teu céu, pelas tuas árvores, pelo teu mar;
Pelas estrelas do Cruzeiro que me deixam anestesiado,
Pelos crepúsculos profundos que põem lágrimas no meu olhar;
Pelo canto harmonioso dos teus pássaros, pelo cheiro
Das tuas matas virgens, pelo mugido dos teus bois;
Pelos raios do sol, do grande sol que eu vi primeiro…
Pelas sombras das tuas noites, noites ermas que eu vi depois;
Pela esmeralda líquida dos teus rios cristalinos,
Pela pureza das tuas fontes, pelo brilho dos teus arrebóis;
Pelas tuas igrejas que respiram pelos pulmões dos sinos,
Pelas tuas casas lendárias onde amaram nossos avós;
Pelo ouro que o lavrador arranca das tuas entranhas,
Pela bênção que o poeta recebe do teu céu azul,
Pela tristeza infinita, infinita das tuas montanhas,
Pelas lendas que vêm do Norte, pelas glórias que vêm do Sul;
Pelo teu trapo de bandeira que flâmula ao vento sereno,
Pelo teu seio maternal onde a cabeça adormeci,
Sinto a dor angustiada do teu coração pequeno
Para conter a onda sonora que canta de amor por ti.
Em: Toda uma vida de poesia: poesias completas, Olegário Mariano, em dois volumes, José Olympio: 1957, Rio de Janeiro, 1° volume.
Olegário Mariano Carneiro da Cunha, (PE1889 — RJ 1958). Poeta, político e diplomata brasileiro.
Obras:
Angelus (1911)
Sonetos (1921)
Evangelho da sombra e do silêncio (1913)
Água corrente, com uma carta prefácio de Olavo Bilac (1917)
Últimas cigarras (1920)
Castelos na areia (1922)
Cidade maravilhosa (1923)
Bataclan, crônicas em verso (1927)
Canto da minha terra (1931)
Destino (1931)
Poemas de amor e de saudade (1932)
Teatro (1932)
Antologia de tradutores (1932)
Poesias escolhidas (1932)
O amor na poesia brasileira (1933)
Vida Caixa de brinquedos, crônicas em verso (1933)
O enamorado da vida, com prefácio de Júlio Dantas (1937)
Abolição da escravatura e os homens do norte, conferência (1939)
Em louvor da língua portuguesa (1940)
A vida que já vivi, memórias (1945)
Quando vem baixando o crepúsculo (1945)
Cantigas de encurtar caminho (1949)
Tangará conta histórias, poesia infantil (1953)
Toda uma vida de poesia, 2 vols. (1957)
Histórias na hora de dormir, 1883
Anton Ebert (Alemanha 1845-1896)
Óleo sobre tela.
Anton Ebert ( 1845-1896) Nasceu na Alemanha mas ficou mais conhecido como um pintor vienense. Ficou famoso por suas cenas de interior, popr sua pintura de gênero, assim como retratista e paisagista. Estudo em Praga na Academia de Arte de Praga o que o faz às vezes ser confundido com artistas daquela nacionalidade. Mais tarde estudou com Ferdinand Georg Waldmueller em Viena onde acabou se estabelecendo. Foi muito elogiado por suas cenas idílicas de jovens senhoras com crianças, assim como alguns quadros orientalistas.