Praça Serzedelo Correa, Copacabana
Brasil que lê: foto tirada em lugar público
18 11 2008Comentários : Leave a Comment »
Tags: Cotidiano, Cultura, Cultura Brasileira, fotografia, Imagem de leitura, Imagens do cotidiano, Leitura, Ler, LIVROS, Pessoa lendo, vida urbana
Categorias : Cultura, Cultura brasileira, Fotografia, Hoje no mundo, Imagem de leitura, Notícias, Recreação
Estatística: um método razoável de associar valor às obras de arte?
18 11 2008
Em agosto deste ano, o jornal carioca O GLOBO, publicou na sua edição impressa, (5/8/2008) um artigo sobre o economista David Galenson demonstrando como este profissional americano criou uma maneira de qualificar as obras de arte do século XX para poder discernir as melhores do século.
Seu método, muito simples, consistiu de avaliar 33 livros de história da arte, publicados entre 1990 e 2005. Daí para frente fez uma análise quantitativa das imagens que mais apareciam nestes textos.
Em primeiro lugar ficou a tela de Pablo Picasso, Les Demoiselles d’Avignon, com 28 reproduções. Em segundo lugar, veio Monumento à Terceira Internacional do escultor russo Vladimir Tatlin, com 25 reproduções e em terceiro lugar ficou a obra do americano Robert Smithson, Spiral jetty, com 23 reproduções.
Les demoiselles d’Avignon, 1907
Pablo Picasso (Espanha 1881-1973)
Óleo sobre tela
Museu de Arte Moderna de Nova York
Não vou continuar com a relação inteira porque para qualquer pessoa que tenha tido a oportunidade de passar uma vista d’olhos na história da arte do século XX este grupo de três obras já demonstra a fraqueza do argumento do economista. Das três obras mencionadas, só mesmo a de Pablo Picasso poderia ficar entre as mais importantes obras do século XX.
Mas esta pesquisa traz à tona um assunto de que nos meios da história da arte pouco se fala. É o valor do reconhecimento visual: uma obra conhecida por fotos e vista em diversos livros e artigos de jornal, especializados ou não, por sua simples freqüência, pela adquirida cadeira cativa – digamos assim – na imaginação do público em geral adquire uma importância maior do que historiadores poderiam lhe dar.
Para o público em geral a mera impressão fotográfica da obra de arte num livro, separa e dá distinção a este trabalho. Uma distinção que com freqüência, como vemos na lista do economista Galenson, não traz em si a importância verdadeira daquele trabalho. Gostamos em geral daquilo que conhecemos.
Modelo para a 3ª Torre Internacional, 1919-20
[nunca construída]
Vladimir Tatlin (Rússia 1885-1953)
Assim países que tem um bom grupo de editoras de arte, com um bom grupo de museus que reproduzem e vendem suas obras, do cartão postal à gravura glicée; que as vendem em todas as formas e de todos os preços, dos cartazes ao guardanapo de papel, do marcador de livro ao ímã de geladeira, tem sistematicamente sem acervo considerado pelo publico como de importância do que qualquer acervo que não esteja ao alcançar do público mesmo que em reproduções.
Quem não está familiarizado com publicações de arte pode não saber que com freqüência há obstáculos a serem encontrados para a reprodução de um trabalho de arte num livro. Em geral, o primeiro obstáculo vem da permissão e o respectivo custo da fotografia. Se pertence a um museu, ou se pertence a uma coleção particular, pode-se pagar à pessoa que tem posse deste trabalho de arte das meras centenas de dólares ao milhar. A quantia dependerá também do tipo de publicação. Se a publicação é para lucro, a quantia em geral é bem maior do que quando um estudioso pede a fotografia para ser publicada numa publicação profissional.
Spiral Jetty, 1970
Robert Smithson (EUA 1938-1973)
Pedras negras, cristais, terra e água vermelha
Great Salt Lake , Utah
Há também aqueles curiosos donos de coleções particulares que doam suas coleções, freqüentemente com muitas obras de valor, aos maiores museus, por exemplo, mas que impõem condições perpétuas sobre essas obras: entre elas a de que a reprodução fotográfica seja feita só um certo número de vezes por ano ou talvez nunca.
Meu conselho, quando agi como consultora de arte nos EUA, era de que as empresas ou pessoas particulares que colecionavam arte deixassem seus quadros, suas esculturas, suas coleções serem fotografadas e reproduzidas sempre que pudessem e sempre especifiquei o valor do colecionador publicar um catálogo, fartamente ilustrado, com as obras que tivesse, justamente por saber que a familiarização do público em geral com uma imagem, com um trabalho de arte, aumenta significativamente seu valor no mercado se e quando aquele colecionador resolver vender algum item de sua coleção.
Mas isto foi ante do período da internet. Hoje acredito que temos que rever todas as nossas curiosamente antiquadas idéias de controle. A propagação de idéias e de imagens não pode ser e não deve ser controlada. A internet tem uma maravilhosa qualidade: é democrática quanto ao conhecimento, quanto a divulgação daquele conhecimento.
Acredito que em mais uns três a cinco anos, se fôssemos usar os métodos escolhidos por David Galenson, mas aplicando-os à internet o resultado seria muito, mas muito diferente do que ele obteve. No entanto, a seleção seria certamente tão esotérica quanto o que ele conseguiu nas fotos de livros de 1990 a 2005.
Não acredito que análises quantitativas consigam atribuir valor de importância em obras de arte. Mas elas justificam alguns preços atingidos no mercado de arte: principalmente quando estas obras sistematicamente aparecem reproduzidas em livros.
Comentários : 1 Comment »
Tags: Arquitetura, Artes Plásticas, Belas Artes, Estatística, O Globo, Pablo Picasso, Pintura, Século XX
Categorias : Arquitetura, Arte Conceitual, Cultura
O guarda-chuva — poema de Mauro Mota para uso escolar
18 11 2008
O Guarda-chuva
Mauro Mota
Meses e meses recolhida e murcha,
sai de casa, liberta-se da estufa,
a flor guardada ( o guarda-chuva). Agora,
cresce na mão pluvial, cresce. Na rua,
sustento o caule de uma grande rosa
negra, que se abre sobre mim na chuva.
Em: Antologia Poética, Mauro Mota, Rio de Janeiro, Editora Leitura: 1968, P.87
Mauro Ramos da Mota e Albuquerque (Nazaré da Mata, 16 de agosto de 1911 — Recife, 22 de novembro de 1984) foi um jornalista, professor, poeta, cronista, ensaísta e memorialista brasileiro.
Obras:
Elegias (1952)
A tecelã (1956)
Os epitáfios (1959)
Capitão de Fandango (1960, crônica)
O galo e o cata-vento, (1962)
Canto ao meio (1964)
O Pátio vermelho: crônica de uma pensão de estudantes (1968, crônica)
Poemas inéditos (1970)
Itinerário (1975)
Pernambucânia ou cantos da comarca e da memória (1979)
Pernambucânia dois (1980)
Mauro Mota, poesia (2001)
Antologia poética, 1968
Antologia em verso e prosa, 1982.
Comentários : 2 Comments »
Tags: Brasil, Criança brasileira, Crianças, Cultura, Cultura Brasileira, Ensino, Escritores, Guarda-chuva, Leitura, Leitura infantil, Literatura infantil, LIVROS, Mauro Mota, memória cultural, Poema para crianças, Poesia, Poesia Brasileira, Poesia moderna, Rimas, versos
Categorias : Cultura, Cultura brasileira, Ensino, literatura, Literatura infantil, LIVROS, Poesia