Navio Pirata, poema para uso escolar, Ribeiro Couto

23 04 2009

pirateship

 

 

 

Navio Pirata

 

Ribeiro Couto

 

 

Navio pirata

Num mar confidente,

Levando ouro e prata;

Percorre caminhos

Sabidos somente

Dos gênios marinhos;

 

 

Pela madrugada

Uma luz cansada

Olha nas vigias;

E outra luz responde

Nas águas vazias

— Não se sabe onde.

 

 

 

 

 

 

 

Em: Poemas para a infância: antologia escolar, ed. Henriqueta Lisboa, Rio de Janeiro, Ediouro, s/d.

 

 

 

Rui Esteves Ribeiro de Almeida Couto (Santos, 12 de março de 1898 — Paris, 30 de maio de 1963), mais conhecido simplesmente como Ribeiro Couto, foi um jornalista, magistrado, diplomata, poeta, contista e romancista brasileiro.

 

Foi membro da Academia Brasileira de Letras desde 28 de março de 1934 (ocupando a vaga de Constâncio Alves na cadeira 26), até sua morte.

 

 

Obra

 

Poesia

 

O jardim das confidências (1921)

Poemetos de ternura e de melancolia (1924)

Um homem na multidão (1926)

Canções de amor (1930)

Noroeste e alguns poemas do Brasil (1932)

Noroeste e outros poemas do Brasil (1933)

Correspondência de família (1933)

Província (1934)

Cancioneiro de Dom Afonso (1939)

Cancioneiro do ausente (1943)

Dia longo (1944)

Arc en ciel (1949)

Mal du pays (1949)

Rive etrangère (1951)

Entre mar e rio (1952)

Jeux de L’apprenti Animalier. Dessins de L’auteur. (1955)

Le jour est long, choix de poèmes traduits par l’auter (1958)

Poesias reunidas (1960)

Longe (1961)

 

 

Prosa

 

A casa do gato cinzento, contos (1922)

O crime do estudante Batista, contos (1922)

A cidade do vício e da graça, crônicas (1924)

Baianinha e outras mulheres, contos (1927)

Cabocla, romance (1931);

Espírito de São Paulo, crônicas (1932)

Clube das esposas enganadas, contos (1933)

Presença de Santa Teresinha, ensaio (1934)

Chão de França, viagem (1935)

Conversa inocente, crônicas (1935)

Prima Belinha, romance (1940)

Largo da matriz e outras histórias, contos (1940)

Isaura (1944)

Uma noite de chuva e outros contos (1944)

Barro do município, crônicas (1956)

Dois retratos de Manuel Bandeira (1960)

Sentimento lusitano, ensaio (1961)





Quadrinha : crianças brasileiras

17 04 2009

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Menino com bandeira, 1980s

Marysia Portinari (Brasil, 1937)

Óleo sobre tela

Coleção particular

 

 

 

Estudando e trabalhando,

Sob este céu de anil,

As crianças vão fazer

A grandeza do Brasil!

 

(Anônima)

 

 

 

Em: Criança brasileira, Theobaldo Miranda Santos: segundo livro de leitura, Rio de Janeiro, Agir: 1950.

 

 

 

 





Ser criança — quadrinha de Porphírio Rodrigues

14 04 2009

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Ser criança é coisa boa.

É estudar, comer, dormir.

É ter muito tempo à toa,

aguardando um bom porvir.

 

 

 

 

 

 

 

Outras quadrinhas neste blog:

 

 

O dia

Gato e Rato

Passarinhos

Cuidar dos animais

 

 





Domingo, poema de Wilson Frade

12 04 2009

soneca-44-walt-disneyZé Carioca, ilustração de Walt Disney.

 

 

 

 

 

Domingo

 

Wilson Frade

 

 

Os raios do sol não entraram

pela fresta da janela

porque eu não deixei:

fechei-a com cuidado e preguiça.

E disse-lhe baixinho: você não vai me trair

ainda que tenha sol e ar puro.

Preciso sonhar e dormir,

dormir e sonhar.

Os meus pensamentos estão esgotados,

a minha insônia precisa de uma reciclagem

e quero viajar.

Andar nas ruas de Florença,

dar uma alô a David

e ver o Arno correr da Pontevecchio.

Não me acordem,

ainda que o sol queira

iluminar o meu descanso,

porque é domingo.

 

 

Em: Poemas de um livro só, Rio de Janeiro, Nova Fronteira: 1991

 

 

Wilson Frade – (MG 1920-2000) jornalista, pintor, poeta, instrumentista e compositor mineiro.

 

 

 

Outros poemas de Wilson Frade neste blog:

 

Ano Novo





A cachorrinha, poema infantil de Vinicius de Moraes

7 04 2009

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 A cadelinha da vovó, ilustração de Maud Trube.

 

 

 

 

 

A cachorrinha

 

                       

Vinícius de Moraes

 

 

 

Mas que amor de cachorrinha!

Mas que amor de cachorrinha!

 

 

Pode haver coisa no mundo

Mais branca, mais bonitinha

Do que a tua barriguinha

Crivada de mamiquinha?

Pode haver coisa no mundo

Mais travessa, mais tontinha

Que esse amor de cachorrinha

Quando vem fazer festinha

Remexendo a traseirinha?

 

 

 

 

Em: A arca de Noé, Vinícius de Moraes, Livraria José Olympio Editora: 1984; Rio de Janeiro; 14ª edição.

 

 

 

 

 

Marcus VINÍCIUS da Cruz DE Melo e MORAES (RJ 1913-RJ 1980), diplomata, jornalista, poeta e compositor brasileiro.

 

Livros:

 

O caminho para a distância (1933)

Forma e exegese (1935)

Ariana, a mulher (1936)

Novos Poemas (1938 )

Cinco elegias (1943)

Poemas, sonetos e baladas (1946)

Pátria minha (1949)

Antologia Poética (1954)

Livro de Sonetos (1957)

Novos Poemas (II) (1959)

Para viver um grande amor (crônicas e poemas) (1962)

A arca de Noé; poemas infantis (1970)

Poesia Completa e Prosa (1998 )

 

 —

 

 

 

Outros poemas de Vinícius de Moraes neste blog:

 

As borboletas

 





Quadrinha sobre O DIA — Ledo Ivo

6 04 2009

manha-na-terra

Manhã na Terra.

 

 

 

 

 

Ó grande noite sonora

caída sobre o Ocidente,

o dia que dissipaste

recolhe-o alguém no Oriente.

 

 

 

 

 

Outras quadrinhas neste blog:

 

 

Ser criança

Gato e Rato

Passarinhos

Cuidar dos animais

 

 





O astronauta, poema infantil de Odylo Costa, Filho

1 04 2009

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O Astronauta

 

                                   Odylo Costa Filho

 

 

Ia um astronauta

pelo céu sozinho

deixou seu foguete,

perdeu seu caminho.

 

Era tudo branco

  por dentro ou por fora –

porém não chorava,

porque homem não chora.

 

Pediu: — “Meu Senhor,

acabai com a Guerra,

mesmo que eu não possa

voltar para a Terra!

 

Foi Deus, que mandou

um anjo levar

o moço, na Páscoa,

de volta pro lar.

 

E exércitos de asas

vieram pelo ar

com palmas e rosas

a Guerra acabar.

 

 

 

 

 

 

 

Odylo Costa, Filho (MA 1914-  RJ 1979) – formado em direito, foi diplomata, ensaista, jornalista, cronista, novelista e poeta.

 

 

 

Obras:

 

Graça Aranha e outros ensaios (1934)

Livro de poemas de 1935, poesia, em colaboração com Henrique Carstens (1936)

Distrito da confusão, crônicas (1945)

A faca e o rio, novela (1965)

Tempo de Lisboa e outros poemas, poesia (1966)

Maranhão: São Luís e Alcântara (1971)

Cantiga incompleta, poesia (1971)

Os bichos do céu, poesia (1972)

Notícias de amor, poesia (1974)

Fagundes Varela, nosso desgraçado irmão, ensaio (1975)

Boca da noite, poesia (1979)

Um solo amor, antologia poética (1979)

Meus meninos e outros meninos, artigos (1981).

 

 

 

Outro poema de Odylo Costa, Filho neste blog:

 

Coelhinhos





Os coelhinhos — poema infantil de Odylo Costa, Filho

3 11 2008

 

Os coelhinhos

 

                               Odylo Costa, Filho

 

 

 

Iam dois coelhinhos

andando apressados

para o Céu – com medo

de serem caçados.

 

E também com medo

de passarem fome.

Pois – quando não dorme –

O coelhinho come.

 

E ainda tinha os filhos

que a coelha esperava…

O Céu era longe

E a fome era brava.

 

Jesus riu, com pena:

Fez brotar na Lua

— para eles – florestas

de cenoura crua.

 

 

 

Odylo Costa, Filho (MA 1914-  RJ 1979) – formado em direito, foi diplomata, ensaista, jornalista, cronista, novelista e poeta.

 

 

 

Obras:

 

Graça Aranha e outros ensaios (1934)

Livro de poemas de 1935, poesia, em colaboração com Henrique Carstens (1936)

Distrito da confusão, crônicas (1945)

A faca e o rio, novela (1965)

Tempo de Lisboa e outros poemas, poesia (1966)

Maranhão: São Luís e Alcântara (1971)

Cantiga incompleta, poesia (1971)

Os bichos do céu, poesia (1972)

Notícias de amor, poesia (1974)

Fagundes Varela, nosso desgraçado irmão, ensaio (1975)

Boca da noite, poesia (1979)

Um solo amor, antologia poética (1979)

Meus meninos e outros meninos, artigos (1981).

Outro poema de Odylo Costa Filho neste blog:

O astronauta





Carlos Drummond de Andrade poesia para crianças!

30 07 2008

 

PARÊMIA DE CAVALO

 

Cavalo ruano corre todo o ano

Cavalo baio mais veloz que o raio

Cavalo branco veja lá se é manco

Cavalo pedrês compro dois por mês

Cavalo rosilho quero com filho

Cavalo alazão a minha paixão

Cavalo inteiro amanse primeiro

Cavalo de sela mas não pra donzela

Cavalo preto chave de soneto

Cavalo de tiro não rincho, suspiro

Cavalo de circo não corre uma vírgula

Cavalo de raça rolo de fumaça

Cavalo de pobre é vintém de cobre

Cavalo baiano eu dou pra fulano

Cavalo paulista não abaixa a crista

Cavalo mineiro dizem que é matreiro

Cavalo do sul chispa até no azul

Cavalo inglês fica pra outra vez.

 

 

 

 

Carlos Drummond de Andrade

 

 

Carlos Drummond de Andrade (MG 1902 – RJ 1987) – Poeta, escritor, contista, cronista, jornalista, pensador brasileiro.

 

Ilustração:

CAVALOS, José Lutz Seraph Lutzemberger ( Brasil -1882-1951) aquarela.





Paisagem do sertão, de Luis Delfino, poesia infantil

29 07 2008
Cena de interior, 1891; Armando Vianna (Brasil 1897-1992) aquarela

Cena de interior, 1981; Armando Vianna (Brasil 1897-1992) aquarela

 

 

PAISAGEM DO SERTÃO

 

Pelo sapê furado da palhoça

Milhões de astros agarram-se luzindo;

O pai há muito madrugou na roça.

A mãe prepara o almoço.  O dia é lindo.

 

Canta a cigarra; o porco cheira; engrossa

O fumo dos tições; anda zunindo

À porta um marimbondo e fazem troça

As crianças com um ramo o perseguindo.

 

Correm, chilram, vozeiam, tropeçando

Num velho pote; a mãe zangada ralha,

A avó lhes lança um olhar inquieta e brando.

 

No chão, um galo ajunta o milho e espalha,

Enquanto a um canto, as plumas arrufando,

Põe a galinha no jacá de palha.

 

Luís Delfino

 

 

Do livro: Vamos estudar, de Theobaldo Miranda Santos, 3ª série; Agir: 1952, Rio de Janeiro.

 

 

Luís Delfino dos Santos (SC 1834 – RJ 1910)—Formado em medicina, tornou-se político e poeta brasileiro, foi Senador por Santa Catarina.  Prolífico poeta, escreveu mais de 5000 poemas.  Publicou-os em jornais e revistas da época.  Sua obra, em livros, foi toda publicada postumamente.