
Ilustração: Christina Rossetti
Um rato muito orgulhoso
de um feio ratinho riu…
Mas veio o gato manhoso,
deu-lhe um bote e … o engoliu.
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Ilustração: Christina Rossetti
Um rato muito orgulhoso
de um feio ratinho riu…
Mas veio o gato manhoso,
deu-lhe um bote e … o engoliu.
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“ Escuta aqui, passarinho
quero dizer-te um segredo:
Por que escondes o teu ninho
Na folhagem do arvoredo?”
Leonor Posada
NOTA: Esta quadrinha faz parte do seguinte exercício de REDAÇÃO encontrado no livro: Passe para prosa, com palavras suas, esta quadrinha:
Em: Terra Bandeirante, Theobaldo Miranda Santos, 2° ano, Rio de Janeiro, Agir: 1954
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—
Leonor Posada, (Cantagalo, RJ 1893 – Rio de Janeiro, RJ, 1960) Poeta, teatróloga, professora.
Obras:
Plumas e espinhos, poesia, 1926
Leituras cívicas, didático, 1943
Guia de redação, didático, 1953
Serenidade, poesia, 1954
Os primeiros passos na redação, 1956
Outras quadrinhas neste blog:

Ilustração Blanche Wright
Tique, tique… tique, taque
Maria dos Reis Campos
e Alcina M. de Sousa
Tique, tique… tique, taque
Bate dentro de meu peito
um coração todo feito
tique, tique… tique, taque…
para amar a vovozinha,
que é só minha! que é só minha!
Em: Surpresas e mais surpresas, de Magdala Lisboa Bacha, da série Que Aconteceu? — primeiro livro, Rio de Janeiro, Agir:1962

A Lagartixa
Da Costa e Silva
A um só tempo indolente e inquieta, a lagartixa,
Uma réstia de sol buscando a que se aqueça,
À carícia da luz toda estremece e espicha
O pescoço, empinando a indecisa cabeça.
Ei-la aquecendo ao sol; mas de repente a bicha
Desatina a correr, sem que a rumo obedeça,
Rápida num rumor de folha que cochicha
Ao vento, pelo chão, numa floresta espessa.
Traça uma reta, e pára; e a cabeça abalando,
Olha aqui, olha ali; corre de novo em frente
E outra vez, pára, a erguer a cabeça, espreitando…
Mal um inseto vê, detém-se de repente,
Traiçoeira e sutil, os insetos caçando,
A bater, satisfeita, a papada pendente…
Em: Poesias completas, Da Costa e Silva, Nova Fronteira: 1985, Rio de Janeiro
Antonio Francisco da Costa e Silva – (Amarante, Piauí, 1885 – Rio de Janeiro, 1950) Poeta. Começou a compor versos por volta de 1896, tendo seus primeiros poemas publicados em 1901. Todavia, seu primeiro livro de poesia, Sangue, foi lançado só em 1908, primeira obra da última geração simbolista. . Formou-se pela Faculdade do Direito do Recife. Foi funcionário do Ministério da Fazenda, tendo ocupado os cargos de Delegado do Tesouro no Maranhão, no Amazonas, no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Viveu não só na capitais desses estados, mas também, por mais de uma vez, em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. Jornalista. Exerceu função pública na Presidência da República do Brasil, entre 1931 e 1945, a pedido do então presidente Getúlio Vargas. É o autor da letra do hino do Piauí. Recolheu-se ao silêncio, demente, pelos últimos 17 anos de vida. Faleceu em 29 de junho de 1950.
Publicou os seguintes livros de poemas:
Sangue (1908),
Zodíaco (1917),
Verhaeren (1917),
Pandora (1919)
Verônica (1927)

Ilustração: Maurício de Sousa.
ORA DIREIS OUVIR PIPOCAS
Francisco Azevedo
Ouço os grãos que rebentam
feito gente
sementes germinadas
no alumínio
fundo escuro
da panela.
Flores brancas
súbitas
de perfume quente
pelo fio sinuoso
da fumaça.
Flores doces
salgadas
servidas na hora
(não em buquês
mas em punhados).
Flores atômicas
nascidas do fogo
numa explosão
sem haste.
(New York, 1982)
Em: A casa dos arcos, Francisco Azevedo, Paz e Terra: 1984, Rio de Janeiro
Francisco Azevedo, (Rio de Janeiro, RJ , 23/2/1951) — formado em direito, diplomata, escritor, roteirista, cinematógrafo e poeta.
Obras:
Contra os moinhos de vento, (poesia e prosa) 1979
A casa dos arcos, (poesia) 1984
O arroz de palma, (romance) 2008
Unha e carne (teatro)
A casa de Anaïs Nin (teatro)
Edgard Oehlmeyer (Brasil, 1905-1967)
óleo sobre madeira, 35 x 44 cm
Olegário Mariano
Meio dia. A abrasada calmaria
No amplo manto de fogo a mata esconde,
Na fornalha que envolve o meio-dia
O ouro do sol tempera o ouro da fronde.
Pesa o silêncio sobre a frondaria…
Desponta o rio não se sabe donde.
Só, com a voz da mata, em agonia,
Uma cigarra zine e outra responde…
É o grito humano que da natureza
Sobe ao tranquilo azul da imensidade,
Ungido de amargura e de incerteza…
Querem chorar as árvores sem pranto
E as cigarras ao sol clamam piedade
Para suas irmãs que sofrem tanto!
Do livro: Últimas Cigarras, 1920.
Olegário Mariano Carneiro da Cunha, (PE1889 — RJ 1958). Poeta, político e diplomata brasileiro.
Obras:
Angelus (1911)
Sonetos (1921)
Evangelho da sombra e do silêncio (1913)
Água corrente, com uma carta prefácio de Olavo Bilac (1917)
Últimas cigarras (1920)
Castelos na areia (1922)
Cidade maravilhosa (1923)
Bataclan, crônicas em verso (1927)
Canto da minha terra (1931)
Destino (1931)
Poemas de amor e de saudade (1932)
Teatro (1932)
Antologia de tradutores (1932)
Poesias escolhidas (1932)
O amor na poesia brasileira (1933)
Vida Caixa de brinquedos, crônicas em verso (1933)
O enamorado da vida, com prefácio de Júlio Dantas (1937)
Abolição da escravatura e os homens do norte, conferência (1939)
Em louvor da língua portuguesa (1940)
A vida que já vivi, memórias (1945)
Quando vem baixando o crepúsculo (1945)
Cantigas de encurtar caminho (1949)
Tangará conta histórias, poesia infantil (1953)
Toda uma vida de poesia, 2 vols. (1957)
—-
A Cidade dos Livros, 1983
François Schuiten (Bélgica, 1956)
Artista de história em quadrinhos
Esta ilustração de: As Cidades Obscuras.
Enxurrada
Miguel Reale
Batendo e espumejando na calçada,
Celeremente desce em remoinho
Ladeira abaixo a túrbida enxurrada.
Negra, arrastando os ramos encontrados,
Cada vez mais se engrossa encapelada
Arremessando aos bueiros com violência
Folhas e areia. Sobre tal esteira
Cruza e prossegue em grande desalinho.
Assim os fortes levam na carreira
Os fracos, folhas mortas da existência
Que os preservam dos bueiros do caminho.
Miguel Reale (São Bento do Sapucaí, 6 de novembro de 1910 — São Paulo, 14 de abril de 2006) foi um filósofo, jurista, educador e poeta brasileiro.
São muitas as suas obras publicadas. Vamos nos limitar a mencionar aqui suas obras literárias de poesia e prosa.
Obras:
Poemas do Amor e do Tempo (1965)
Poemas da Noite (1980)
Figuras da Inteligência Brasileira (1984)
Tempo Brasileiro (1997)
Sonetos da Verdade (1984)
Vida Oculta (1990)
Face Oculta de Euclides da Cunha (1993)
Das Letras à Filosofia (1998)
GIRAFA
Leonel Neves
Tenho pena da girafa
de pescoço grandalhão:
– Como é que a pobre se abafa,
tendo uma constipação?
Coitadinha da Girafa!
Quando eu me constipo, posso
arranjar um cachecol.
Mas com aquele pescoço…
Safa!
Pobre da Girafa!
– Vou oferecer-lhe um lençol.
Em: Bichos de trazer para casa: poemas para crianças, Livros Horizonte: 1981, 3ª ed.
Carlos Duarte Leonel Neves nasceu em Faro, Portugal, em 1921. Publicou o seu primeiro livro de poesia Janela Aberta, em 1940, mas é somente a partir de 1975 que escreve para crianças.
No dia 15 de novembro comemoramos a Proclamação da República. É um momento para pensarmos neste nosso país. E por que não pensar no que o faz maravilhoso? Com esta intenção lembro aqui do poema de Olegário Mariano.
Paisagem de Campos do Jordão, s/d
Rubens Fortes Bustamante Sá (RJ 1907- TJ 1988)
Óleo sobre tela
Coleção particular, Rio de Janeiro
Canto da minha terra
Olegário Mariano
Amo-te, ó minha terra, por tudo o que me tens dado:
Pelo azul do teu céu, pelas tuas árvores, pelo teu mar;
Pelas estrelas do Cruzeiro que me deixam anestesiado,
Pelos crepúsculos profundos que põem lágrimas no meu olhar;
Pelo canto harmonioso dos teus pássaros, pelo cheiro
Das tuas matas virgens, pelo mugido dos teus bois;
Pelos raios do sol, do grande sol que eu vi primeiro…
Pelas sombras das tuas noites, noites ermas que eu vi depois;
Pela esmeralda líquida dos teus rios cristalinos,
Pela pureza das tuas fontes, pelo brilho dos teus arrebóis;
Pelas tuas igrejas que respiram pelos pulmões dos sinos,
Pelas tuas casas lendárias onde amaram nossos avós;
Pelo ouro que o lavrador arranca das tuas entranhas,
Pela bênção que o poeta recebe do teu céu azul,
Pela tristeza infinita, infinita das tuas montanhas,
Pelas lendas que vêm do Norte, pelas glórias que vêm do Sul;
Pelo teu trapo de bandeira que flâmula ao vento sereno,
Pelo teu seio maternal onde a cabeça adormeci,
Sinto a dor angustiada do teu coração pequeno
Para conter a onda sonora que canta de amor por ti.
Em: Toda uma vida de poesia: poesias completas, Olegário Mariano, em dois volumes, José Olympio: 1957, Rio de Janeiro, 1° volume.
Olegário Mariano Carneiro da Cunha, (PE1889 — RJ 1958). Poeta, político e diplomata brasileiro.
Obras:
Angelus (1911)
Sonetos (1921)
Evangelho da sombra e do silêncio (1913)
Água corrente, com uma carta prefácio de Olavo Bilac (1917)
Últimas cigarras (1920)
Castelos na areia (1922)
Cidade maravilhosa (1923)
Bataclan, crônicas em verso (1927)
Canto da minha terra (1931)
Destino (1931)
Poemas de amor e de saudade (1932)
Teatro (1932)
Antologia de tradutores (1932)
Poesias escolhidas (1932)
O amor na poesia brasileira (1933)
Vida Caixa de brinquedos, crônicas em verso (1933)
O enamorado da vida, com prefácio de Júlio Dantas (1937)
Abolição da escravatura e os homens do norte, conferência (1939)
Em louvor da língua portuguesa (1940)
A vida que já vivi, memórias (1945)
Quando vem baixando o crepúsculo (1945)
Cantigas de encurtar caminho (1949)
Tangará conta histórias, poesia infantil (1953)
Toda uma vida de poesia, 2 vols. (1957)