Narciso, c.1597-99
Caravaggio, [Michelangelo Merisi da Caravaggio](1571-1610)
óleo sobre tela, 110 x 92 cm
Galeria Nacional de Arte Antiga, Palazzo Barberini, Roma
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Narciso, d’ après Caravaggio
Vik Muniz ( Brasil, 1961)
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Narciso, na mitologia grega, foi um caçador conhecido por sua beleza. Muito orgulhoso, não gostava de ninguém, pois não considerava ninguém à sua altura. As ninfas que ele rejeitou, belíssimas todas, pediram aos deuses que fosse castigado por sua arrogância. Por isso os deuses o fizeram apaixonar-se pela sua própria imagem refletida num lago. Narciso morre afogado ao tentar abraçar a imagem refletida. A citação dessa imagem por Vik Muniz traz a implicação do nosso próprio suicídio: estamos nos afogando nos restos dos nossos desejos.
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Atlas, segurando o globo celestial, 1646
Giovanni Francesco Barbieri, conhecido como Guercino (1591-1666)
óleo sobre tela, 127 x 101 cm
Museu Mozzi Bardini, Florença
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Atlas, d’après Guercino
Vik Muniz ( Brasil, 1961)
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Atlas, filho de Gaia e de Urano era um dos Titãs gregos. Ele cometeu o erro, de junto com seu irmão Cronus de lutar contra Zeus. Foi então condenado por este a carregar a esfera celeste nos ombros.
No século XVI, o cartógrafo Mercator, colocou a imagem de Atlas, carregando a Terra, e não o céu, na primeira página de seu livro de mapas. Isso porque o local para onde Atlas foi a mando de Zeus segurar a esfera celeste era conhecido pelos gregos como o fim do mundo, onde é hoje o oceano Atlântico, cujo nome deriva desse Titã. A partir desse momento, Atlas passa a ser representado, por muitos, como segurando a Terra ou o peso do mundo.
O Atlas de Vick Muniz carrega o peso do lixo do mundo.
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Passadeira, 1904
Pablo Picasso (Espanha,1881–1973)
óleo sobre tela, 116.2 x 73 cm
The Solomon Guggenheim, Foundation, Nova York
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Isis, mulher Passando a ferro,
Vick Muniz
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Obras de pintura do chamado Período Azul de Picasso se concentraram em grande parte no retrato dos marginalizados, das classes sociais mais carentes, que tanto preocupavam a imaginação européia do final do século XIX até as primeiras duas décadas do século XX. Dançarinos, atores circenses, trabalhadores braçais foram tema de muitos artistas plásticos que os retratavam como as pessoas fatigadas, exploradas e economicamente desfavorecidas que eram.
Vik Muniz não perdeu a ocasião de fazer seu próprio comentário sobre os catadores de lixo do Jardim Gramacho sob essa mesma luz ao citar a Passadeira de Pablo Picasso.
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Saturno devorando seu filho, 1819-23
Francisco Goya, (Espanha, 1746-1828)
Óleo sobre tela, 146 × 83 cm
Museu do Prado, Madri
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Saturno devorando seu filho, d’ après Goya
Vik Muniz (Brasil, 1961)
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Saturno, o rei dos Titãs, foi avisado que um de seus filhos iria tirá-lo do trono, derrubá-lo. Aterrorizado com essa profecia, ele não os deixou crescer, devorando um a um os quase doze filhos que teve. Nenhuma das crianças sobreviveu. Ele, na loucura de permanecer e de garantir seu poder, não deixa espaço para a próxima geração, separa sua consciência de seus sentimentos e corta a conexão que tem com a vida futura.
Vik Muniz nos mostra como agimos à semelhança de Saturno, preocupados com o nosso viver, sem considerar que o nosso lixo virá a matar as futuras gerações.
©Ladyce West, Rio de Janeiro: 2011
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VIDEO DE COMO A OBRA É FEITA
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