Carnaval na pintura, seleção de 2015

10 02 2015

ARTUR THIMOTEO - Carnaval - Óleo sobre tela - 1913 - Coleção particularCarnaval, 1913

Arthur Timótheo da Costa (Brasil, 1882-1922)

óleo sobre tela

Coleção Particular

 

Antonio Gomide, Pierrot e Colombina,ose, 40x32Pierrot e Colombina, década de 1920

Antônio Gomide (Brasil, 1895-1967)

óleo sobre eucatex, 40 x 32 cm

 

ALOYSIO ZALUAR,Clóvis , guache, medindo 36 x 49 cm.Clóvis, s/d

Aloysio Zaluar (Brasil, 1937)

guache sobre papel, 36 x 49 cm

 

Gilberto Trompowsky (Brasil, 1912-1982)escola de samba, osm, 1953, 38 x 46 cmEscola de samba, 1953

Gilberto Trompowsky (Brasil, 1912-1982)

óleo sobre madeira, 38 x 46 cm

 

Augustus Earle-jogos-durante-o-entrudo-no-Rio-de-Janeiro-Aquarela-circa 1822Jogos durante o Entrudo no Rio de Janeiro, 1822

Augustus Earle (Inglaterra, c. 1793- c. 1838)

aquarela sobre papel

 

Mario Gruber, 1981, Figura de CarnavalFigura de Carnaval, 1981

Mário Gruber (Brasil, 1927)

óleo sobre tela, 80 x 80 cm

 

erico santos (RS) carnaval80x60cm2010_GRCarnaval, 2010

Érico Santos (Brasil, 1952)

óleo sobre tela, 80 x 60 cm

www.ericosantos.com.br

 

Emiliano Di Cavalcanti, Carnaval - osc. - med. 30,5 x 20 cmCarnaval

Emiliano Di Cavalcanti (Brasil, 1897-1976 )

óleo sobre cartão

 

 

 

 

 





A lenda do algodão, folclore brasileiro

26 12 2014

 

Candido Portinari, Colheita do Algodão, Guache sobre PapelColheita do algodão, 1937

Cândido Portinari (Brasil, 1903-1962)

guache sobre papel, 37 x 26 cm

Acervo do Palácio Capanema, Rio de Janeiro

 

 

A lenda do algodão

 

Há umas centenas de anos, os índios viviam sem cultivar a terra; tampouco domesticavam os animais. Não fiavam, nem teciam. Era um tempo quando ainda não construíam as malocas que tanto associamos a eles. Moravam em cavernas ou nas copas das árvores mais altas e frondosas, junto aos pássaros e longe dos animais selvagens que não subiam tantos metros acima da terra.

Nessa época havia um pajé, chefe da tribo, chamado Sacaibu. Ele era muito sábio e, vendo que o local onde estavam não oferecia alimentos em abundância, resolveu levar seu povo para outras terras, numa região montanhosa, onde havia muita caça, água fresca das nascentes dos rios próximos e grande variedade de árvores frutíferas que dariam ao seu povo uma alimentação mais rica e equilibrada. Acabaram por se estabelecer numa área verde, a mais plana da região, próxima a um despenhadeiro, que formava um abismo, tão íngreme que a tribo não conseguia descer.

Lá chegando Sacaibu plantou a semente, de uma planta que ele desconhecia, mas que lhe havia sido dada por Tupã, o trovão, o mensageiro que transmitia todas ordens de Deus. Sacaibu ficou feliz ao ver que a semente em pouco tempo germinou e passado algum tempo se transformou em um arbusto frondoso. Para surpresa de todos, ele dava uma flores diferentes: tufos brancos.

Curiosos com a aparência dessas flores, os índios colheram os tufos e começaram a imaginar o que poderia ser feito com eles.

Eventualmente aprenderam a desfiar, tecer, trançar e descobriram que com essas flores podiam fazer corda, cordas fortes, que prendiam ou levantavam muito peso. Com as cordas eles desceram ao longo do abismo e lá embaixo encontraram outro povo, muito adiantado que logo lhes ensinou a cultivar a terra.





Flores para um sábado perfeito!

15 11 2014

 

 

 

JOHN GRAZ (Genebra, 12 de Abril de 1891 SP, 27 de Outubro de 1890) - Fleurs. Guache. Ass. cid. mi 68 x 98 cmFlores

John Graz (Suíça/Brasil, 1891-1980)

guache sobre papel, 68 x 98 cm





Revendo a leitura da adolescência

5 10 2014

 

Charlie__Roberts_Hat_and_Glasses_2007 44 x 30 Inches  Gouache on PaperChapéu e óculos, 2007

Charlie Roberts (EUA, 1983)

guache sobre papel, 111 x 76 cm

 

 

Em um charmoso ensaio The Pleasure of Reading to Impress yourself, [O prazer de ler para impressionar a si mesma] publicado na revista The New Yorker, Rebecca Mead, escritora do cadre da revista, revela a lista de livros lidos que anotara a partir dos anos oitenta, ainda adolescente. Ela começa com Dr. Jivago, em 1983 e deixa de listar suas leituras quatro anos depois, em 1987, quando, já na faculdade, fazia crítica literária para um jornal universitário. O último item da longa lista é o livro de Malcolm Bradbury, Mensonge, uma sátira.

Rebecca Mead se redescobre ao ver, mais de vinte anos depois, a lista dos livros lidos. Percebe pela inclusão de muitos títulos que era uma leitora ambiciosa. “O que o meu caderno de títulos me oferece é o meu retrato dessa leitora, jovem mulher, ou um esboço de quem ela era. Eu queria ler muito, mas eu também queria ser bem instruída. O caderno é um pequeno registro dessa realização, mas é também um esboço de uma grande aspiração. Há prazer na ambição também.

Ela  lembra um ponto importante. Nesses anos de formação, de leituras que não são obrigatórias, que não são exigidas pela escola, digamos, nesses vãos de dias e horas livres o adolescente vai se conhecendo, tanto pelos livros chamados ‘comerciais’ que escolhe, como pelos ‘clássicos da literatura’. Muitos livros chegam às nossas mãos nessa época através de algum interesse romântico, através de uma amiga de infância, de alguém que se admira ou de quem queremos nos aproximar. Ela, como muitos adolescentes, comprava seus livros no sebo mais próximo e por uma quantia irrisória foi lendo o que estava dentro de seu orçamento. Daí a presença primeiro muitos clássicos americanos, editados muitas vezes, facilmente encontrados e outros livros mais comerciais. Levou um tempo para chegar aos clássicos ingleses, e mais ainda para vagar pela literatura internacional. Para isso usou a lista de publicação dos livros de bolso Penguin Classics como diretiva.

Foi uma volta ao passado e uma surpresa ao descobrir-se tão ambiciosa. E você? Que memórias tem das suas leituras nos anos formativos?





Imagem de leitura — Frances Strain

23 09 2014

 

 

Frances Strain, Garnett’s First Grade Class at the U of C Lab School, 1936

 

Aula do 1º ano de Garnett no Laboratório escolar, Univ. da Califórnia, 1936

Frances Strain (EUA, 1898-1962)

guache sobre papel, 54 x 69 cm





Quando éramos órfãos, de Kazuo Ishiguro

31 08 2014

 

Mortimer L. Menpes (Austtrália, 1855-1938)A Tea House, Shanghai, circa 1909,Gouache,oil on board,32 x 40 cmCasa de chá em Xangai, c. 1909

Mortimer L. Menpes (Austrália, 1855-1938)

Guache e óleo sobre placa, 32 x 40 cm

 

 

Já faz dias desde que terminei a leitura de Quando éramos órfãos e reluto em resenhá-lo: o livro é mais complexo do que a princípio lhe dei crédito. Quanto mais tento focar em alguma ideias, mais descubro sobre o que é importante; sinal de que é um livro rico em questionamentos. Voltei ao texto duas outras vezes e hoje sei que é um romance muito melhor do que minha primeira impressão.

A prosa aqui é deliberada. O texto é seco e sutil, qualidades que sempre me atraíram em seus romances. Ishiguro é preciso, escolhe a palavra exata e nenhuma outra. Por isso mesmo não se pode ignorar as pequenas deixas que semeia na narrativa. Toda atenção é pouca. Como João e Maria, vamos seguindo as migalhas deixadas na narrativa e se alguma é ignorada, perdida, comida com desatenção, podemos nos perder. Além disso, Ishiguro trabalha as elipses com mestria. E nesta obra chega a mesmerizar com sua habilidade de justificá-las. Para isso usa os desvios da memória de um narrador impreciso.

Memórias são pensamentos subjetivos e inexplicáveis, que se adaptam com frequência às necessidades de quem as recolhe. Não é incomum observarmos duas pessoas que tendo tido uma mesma experiência, lembrem-se de eventos de maneiras diferentes. É justamente por isso que o narrador dessa história, Christopher Banks, que se descreve como um grande detetive em Londres, tendo vivido na Inglaterra por mais de duas décadas retorna a Xangai, onde havia passado sua primeira infância, antes do desaparecimento de seus pais aos oito anos de idade, oferece um enorme leque de possibilidades para a difusão das dúvidas no leitor.

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A evolução do mistério que envolve o desaparecimento dos pais do menino surpreende o leitor e o próprio Christopher Banks. Mas as ruas de Xangai são tão labirínticas quanto as aléias e becos sem saída das memórias de infância. Caminhos escuros percorridos por riquixás improváveis, o bairro dos estrangeiros à beira do campo de batalha durante a guerra sino-japonesa, o tráfico do ópio, tudo leva a mais dúvidas do que a fatos e assim como Christopher saímos dessa Xangai sem a certeza das poucas memórias que nos pertencem.

PD*6200385Kazuo Ishiguro

 

Não tive, no entanto, grande empatia pelo personagem principal que se mantém distante. Suas emoções estão guardadas e ele nos surpreende até mesmo quando se envolve amorosamente. Talvez por sentir que não pertence a lugar algum Christopher Banks mantém um verdadeiro vácuo emocional à sua volta. E nós leitores estamos excluídos por essa mesma distância, apesar de conscientes de seus pensamentos. Há um desconforto emocional.

No final este é um livro que marca, apesar da falta de empatia com o personagem principal. Mas é estupendo pela fabulosa habilidade de Kazuo Ishiguro ao liderar a narrativa através dos descaminhos da memória.





Domingo, um passeio no campo!

17 08 2014

 

 

Rodolfo Weigel (1907 1987),Paisagem com figura e burrinho, guache 18 x 24. Assinado cidPaisagem com figura e burrinho

Rodolfo Weigel (Brasil, 1907-1987)

Guache sobre papel, 18 x 24 cm





Imagem de leitura — Ossip Lubitch

25 05 2014

 

 

 

Ossip LUBITCH Ossip LUBITCH (1896-1990), jeune femme lisantJovem mulher lendo

Otto Lubitch (Belarússia, 1896-1990)

guache sobre papel





Feliz Ano Novo!

31 12 2013

Reynaldo Manzke ( Noite na praia) aquarela com votosLago à noite, sem data

Reynaldo Manzke (Brasil, 1906-1980)

aquarela e guache sobre papel

Coleção Particular





Imagem de leitura — Tranquillo Cremona

20 03 2012

Repassando a lição, 1876-77

Tranquillo Cremona (Itália, 1837-1878)

aquarela e guache sobre papel, 51×30 cm

Coleção Carlo Lamberti, Milão

Tranquillo Cremona nasceu em Pávia em 1837.  Depois dos estudos de pintura, ele  se entrega ao movimento chamado de “Scapigliatura” de Milão — estilo que dominou as artes: pintura, escultura, poesia e se expandiu para o lado político, incluindo revolucinários anarquistas.  Eram todos partidários de que a paixão seria o meio de quebrar a fachada da respeitabilidade da sociedade milanesa do século XIX.  O movimento que durou aproximadamente 20 anos ( 1860 e-1880) tentava trazer à superfície, à flor da pele, toda a energia escondida sob as boas maneiras.  É considerado o último movimento romântico do século XIX na Itália.  Diferente dos outros pintores de sua época, ele se concentrou exclusivamente na pintura do ser humano.  Não fez paisagens, nem pintura histórica e ainda desenvolveu um estilo que favorecia a percepção da falta de precisão no traço, o “embaçado” na pintura.  Morreu aos 41 anos, em 1878, em Milão envenenado pelo chumbo das tintas que usava diariamente.