Depois do baile de máscaras, 1890
Alexander Nikanorovich Novoskoltsev (Rússia, 1853-1919)
óleo sobre tela, 131 x 182 cm
Depois do baile de máscaras, 1890
Alexander Nikanorovich Novoskoltsev (Rússia, 1853-1919)
óleo sobre tela, 131 x 182 cm
Menotti del Picchia
O teu beijo é tão doce, Arlequim…
O teu sonho é tão manso, Pierrô…
Pudesse eu repartir-me
encontrar minha calma
dando a Arlequim meu corpo…
e a Pierrô, minha alma!
Quando tenho Arlequim,
quero Pierrô tristonho,
pois um dá-me prazer,
o outro dá-me o sonho!
Nessa duplicidade o amor todo se encerra:
Um me fala do céu…outro fala da terra!
Eu amo, porque amar é variar
e, em verdade, toda razão do amor
está na variedade…
Penso que morreria o desejo da gente
se Arlequim e Pierrô fossem um ser somente.
Porque a história do amor
só pode se escrever assim:
Um sonho de Pierrô
E um beijo de Arlequim!
O meu riso é mascarado,
eu não sou alegre assim…
Há um palhaço amargurado
Que chora dentro de mim.
(Clóvis Maia)
Arlequim lendo
Ruggiero Serrato (Itália, século XX)
óleo sobre tela, 45 x 35 cm
Mascarados
Raimundo de Madrazo y Garreta (Espanha, 1841-1920)
óleo sobre tela
Carlos Pena Filho
Do fogo à cinza fui por três escadas
e chegando aos limites dos desertos,
entre furnas e leões marquei incertos
encontros com mulheres mascaradas.
De pirata da Espanha disfarçado
adormeci panteras e medusas.
Mas, quando me lembrei das andaluzas,
pulei do azul, sentei-me no encarnado.
Respirei as ciganas inconstantes
e as profundas ausências do passado,
porém, retido fui pelos infantes
que me trouxeram vidros do estrangeiro
e me deixaram só, dependurado
nos cabelos azuis de fevereiro.
Palhaço lendo jornal
Ilustração de autoria desconhecida
óleo sobre tela
Carnaval em Ipanema
Lello Dutra (Brasil, 1954)
óleo sobre tela, 50 x 67 cm
Para que um carnaval
com três dias de folia,
pois se a vida é afinal,
grande baile à fantasia?
(Renato Vieira da Silva)
Carnaval. Reina a folia.
Quantos, nessa confusão,
se escondem na fantasia
para mostrar o que são!
(Paulo Emílio Pinto)
Triste vida a do Pierrô:
sofrer pela Colombina,
que, nos braços de Arlequim,
ri de sua triste sina!
(Paluma Filho)