A lenda do algodão, folclore brasileiro

26 12 2014

 

Candido Portinari, Colheita do Algodão, Guache sobre PapelColheita do algodão, 1937

Cândido Portinari (Brasil, 1903-1962)

guache sobre papel, 37 x 26 cm

Acervo do Palácio Capanema, Rio de Janeiro

 

 

A lenda do algodão

 

Há umas centenas de anos, os índios viviam sem cultivar a terra; tampouco domesticavam os animais. Não fiavam, nem teciam. Era um tempo quando ainda não construíam as malocas que tanto associamos a eles. Moravam em cavernas ou nas copas das árvores mais altas e frondosas, junto aos pássaros e longe dos animais selvagens que não subiam tantos metros acima da terra.

Nessa época havia um pajé, chefe da tribo, chamado Sacaibu. Ele era muito sábio e, vendo que o local onde estavam não oferecia alimentos em abundância, resolveu levar seu povo para outras terras, numa região montanhosa, onde havia muita caça, água fresca das nascentes dos rios próximos e grande variedade de árvores frutíferas que dariam ao seu povo uma alimentação mais rica e equilibrada. Acabaram por se estabelecer numa área verde, a mais plana da região, próxima a um despenhadeiro, que formava um abismo, tão íngreme que a tribo não conseguia descer.

Lá chegando Sacaibu plantou a semente, de uma planta que ele desconhecia, mas que lhe havia sido dada por Tupã, o trovão, o mensageiro que transmitia todas ordens de Deus. Sacaibu ficou feliz ao ver que a semente em pouco tempo germinou e passado algum tempo se transformou em um arbusto frondoso. Para surpresa de todos, ele dava uma flores diferentes: tufos brancos.

Curiosos com a aparência dessas flores, os índios colheram os tufos e começaram a imaginar o que poderia ser feito com eles.

Eventualmente aprenderam a desfiar, tecer, trançar e descobriram que com essas flores podiam fazer corda, cordas fortes, que prendiam ou levantavam muito peso. Com as cordas eles desceram ao longo do abismo e lá embaixo encontraram outro povo, muito adiantado que logo lhes ensinou a cultivar a terra.


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2 responses

26 06 2015
naraur91

Que ótimo post Peregrina, adorei! 😀

12 07 2015
peregrinacultural

Muito obrigada! 😉

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