Retrato de Edmond Duranty, 1879
Édgar Degas (França, 1834-1917)
pastel e têmpera sobre tela, 128 x 129 cm
Burrell Collection, Glascow
Retrato de Edmond Duranty, 1879
Édgar Degas (França, 1834-1917)
pastel e têmpera sobre tela, 128 x 129 cm
Burrell Collection, Glascow
Bailarinas nos bastidores, 1872
Edgar Degas (França, 1834-1917)
óleo sobre tela, 24 x 19 cm
National Gallery of Art, Washington D.C.
“Enquanto os meses passam, faze de conta que estás no teatro, entre um ato e outro, conversando. Lá dentro preparam a cena, e os artistas mudam de roupa. Não vás lá; deixa que a dama, no camarim, ria com os seus amigos o que chorou cá fora com os espectadores. Quanto ao jardim que se está fazendo, não te exponhas a vê-lo pelas costas; é pura lona velha sem pintura, porque só a parte do espectador é que tem verdes flores”
Em: Esaú e Jacó, Machado de Assis, em domínio público
Naquela época a Rua Laffitte era a rua dos quadros. Se você ouvisse alguém dizer, “vou dar uma volta na Rua Laffitte,” poderia ter certeza de que era um colecionador de quadros. Por outro lado, quando Manet dizia, “Seria uma boa coisa ir à Rua Laffitte,” ou Claude Monet perguntava, “Por que ir à rua Laffitte?” eles queriam dizer respectivamente, que era uma boa coisa ou que era sem propósito, para um pintor se familiarizar com seus colegas artistas.
Degas gostava de ir lá quando havia terminado o trabalho do dia. Ia de ônibus “Pigalle-Halle-aux-Vins”, e voltava da mesma maneira. Um dia eu o vi de pé fora da loja do jovem Bernheim, na qual dois Corots e um Delacroix estavam à mostra. Veio até minha loja quando me viu. “Diga-me Vollard”, disse,”quanto você acha que uma coisa como aquela vale?” Confessei minha ignorância. “Bem, vou ter que descobrir. Vou lá fazer uma oferta agora mesmo.” Ele voltou momentos depois, “Sem sorte! Os Corots foram vendidos; mas tenho a intenção de ter o Delacroix!”
E ele comprou. Um dia quando fui vê-lo na hora do almoço, ouvimos vozes no hall, e Zoë veio às pressas à sala de jantar: “Senhor! É o Delacroix!” Degas se levantou com o guardanapo ainda no pescoço e me deixou de lado.
(Tradução, Ladyce West)
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Em: Recollections of a Picture Dealer, Ambroise Vollard, Dover Fine Art, History of Art, 2011, edição eletrônica, sem menção do tradutor do francês para o inglês.
Rua Laffitte, Paris, 1949
Jean Dufy (França, 1888-1964)
guache e aquarela sobre papel, 60 x 48 cm
Em louvor aos cosméticos, 1876
Edgar Degas (França, 1834-1917)
pastel sobre papel, 48 x 62 cm
O desenho acima de Edgar Degas havia sido dado como perdido. Esta obra tem uma história cheia de aventuras. Fora comprada por Julián Bastinos em Paris em 1887, das mãos do próprio Degas por três mil francos, como havia sido registrado numa carta para o cantor de ópera Jean-Baptiste Faure. Julián Bastinos levou o desenho com ele para a capital do Egito, Cairo, em 1910, prova disso é o selo da loja em que foi colocada a moldura. Em 1918, quando Julián faleceu, o desenho foi mandado para Barcelona por Antonio J. Bastinos, irmão de Julián.
Passam-se os anos. Em 1934 a obra de Degas é listada entre cento e cinquenta obras de arte da família Bastinos, lista que incluía um quadro a óleo de Goya, de obras confiscadas pelas autoridades governamentais e colocadas, no monastério de Pedralbes por segurança durante a Guerra Civil Espanhola. Um rótulo no verso da obra, mais tarde, mostra que esteve sob o domínio do governo de Franco, como parte do patrimônio nacional pelo Ministério da Educação com os dizeres “recuperado das mãos do nossos inimigos. datando de 1939. O desenho foi então devolvido à família Bastinos em 1940 e logo em seguida vendido no dia 13 de setembro, 1940, por três mil pesetas para o empresário e político Joan Llonch i Salas.
Rótulo no reverso do desenho de Degas.
Até os dias de hoje, a última vez que este desenho em pastel havia sido visto em público foi em 1952, quando Joan Llonch i Salas emprestou-o para uma exposição coletiva na Galeria Gaspar em Barcelona, como aparece também em outro rótulo no reverso do trabalho emoldurado. Até 2021, quando, uma pessoa que visita feiras de antiguidades e mercados de pulgas, compra este desenho rotulado “FALSO” Degas, num sítio de vendas on-line. O lance inicial desta obra foi de €1 (um Euro). Mas acabou comprando por €976. O vendedor, em Sabadell, na Catalunha informou mais tarde que havia herdado esse desenho e que mesmo com a assinatura “Degas” no canto interno, à direita, não havia imaginado que pudesse ser genuíno e que por isso mesmo o colocou à venda mostrando os documentos que havia herdado junto com o desenho da compra deste desenho em 1940 por seu antepassado Joan Salas, um colecionador e antigo presidente do Banco Sabadell.
Agora, devidamente confirmado ser um trabalho original de Degas por experts, que se debruçaram sobre esta obra por alguns anos, a obra comprada por €976 pode valer entre €7 ou €8 milhões, por algumas estimativas ou até €12 milhões, de acordo com estimativas mais otimistas. A notícia deste achado tornou-se pública no final do mês de maio deste ano, pelo diário catalão El Punt Avui. Esta minha entrada no blog está baseada no artigo “Artwork Bought Online for $1,000 Identified as a Long-Lost Degas Worth $13 million” de Jo-Lawson Tancred, para a Artnet Newsletter.
Mulher penteando os cabelos em frente a espelho, 1877
Edgar Degas (França, 1834 -1917)
óleo sobre tela, 46 x 32 cm
Norton Simon Art Foundation
Lachambeaudie (França, 1806-18720
A pequena dançarina de quatorze anos
[modelado em 1879-80; fundido em 1922]
Edgar Degas (França, 1834-1917)
Técnica mista: bronze, parcialmente policromado, saia de algodão, fita no cabelo de cetim, sobre base de madeira. 104 cm de altura
The Metropolitan Museum, Nova York
A bolsa de algodão em Nova Orleans, 1873
Edgar Degas (França, 1834-1917)
Óleo sobre tela, 73 x 92 cm
Museu de Belas Artes, Pau
França