Noite de autógrafos… a etiqueta.

23 02 2016

 

The Book Signing. Collier’s Magazine illustration (1950s). J. FrederickNoite de autógrafos, ilustração de J. Frederick, para Collier’s Magazine, década de 1950.

 

Noite de autógrafos

Caso você seja amigo do autor, não deixe de prestigiá-lo. Não é obrigatório comprar um livro; sua presença é o mais importante.

Caso compre o livro, espere na fila pelo autógrafo, como os demais. Não importa sua intimidade com o autor.

Não compre livros para ‘apenas’ dez amigos que não puderam comparecer e nem peça para que sejam autografados.  Use o bom senso.

Estar arrumado é uma atitude de respeito e consideração; respeite os trajes pedidos em convites.

Não fique muito tempo no coquetel após o autógrafo. Vá embora e respeite o provável cansaço do autor.

 

 

Em: Sempre, às vezes, nunca – etiqueta e comportamento, Fábio Arruda, São Paulo, Arx: 2003, 8ª edição, p: 127-8.





Vernissage ou visita ao museu… a etiqueta.

18 02 2016

 

Nicholas Chistiakov, O salão vermelhoIV, 2013, ost, 45x60cm, ColPart, GBO salão vermelho IV, 2013

Nicholas Chistiakov (GB, 1981)

óleo sobre tela 45 x 60 cm

Coleção Particular, GB

 

 

Museus e Exposições

Não pare na frente dos outros para ver uma obra. Eles estão apreciando ou lendo a descrição, e você, atrapalhando.

Respeite a faixa no piso, delimitando a distância entre você e as obras.

A ordem nas filas nessas ocasiões é fundamental. Atenção.

Se estiver acompanhado, não queira se exibir dando palestras sobre a exposição ou seu autor. Demonstrações exageradas de cultura são ridículas.

Muitas pessoas preferem  admirar a arte em silêncio. Respeito.

 

Vernissages (abertura de exposições de arte)…

Curiosidade:

A origem do termo vernissage vem do século passado [séc. XIX] quando os artistas boêmios, ao terminar uma obra com verniz, convidavam os amigos para apreciá-la degustando um vinho.

 

Em: Sempre, às vezes, nunca – etiqueta e comportamento, Fábio Arruda, São Paulo, Arx: 2003, 8ª edição, p: 127.

 

 





As noivas de branco…Desde quando?

12 06 2015

 

 

Casamento russo 3Casamento na Rússia, década de 1960. Ignoro a autoria dessa ilustração.

 

“Até meados do século XVII, as noivas usavam vestidos coloridos, com pedrarias e bordados. Tons vermelhos e dourados  eram os mais comuns. Foi a rainha Vitória, da Inglaterra, que inaugurou o visual da noiva mais usado até hoje — ao se casar de branco com seu primo, o príncipe Albert. Ela também acrescentou ao seu traje nupcial um véu — detalhe, na época era proibido para rainhas que, para provarem sua identidade e soberania, nunca deveriam cobrir o rosto. O mais curioso é que ela o pediu em casamento, pois não se permitia fazer esse pedido diretamente à rainha. Com a chegada da burguesia, o vestido branco ganhou outro significado: o da virgindade.”

 

Em: Sempre, às vezes, nunca – etiqueta e comportamento, Fábio Arruda, São Paulo, Arx: 2003, 8ª edição, p: 44.





Codice Romanov: presente no seu dia a dia…

3 06 2015

 

 

café Joseph_C_LeyendeckerLanche, ilustração de Joseph Leyendecker.

 

“A origem do guardanapo é muito interessante. Antes dele cachorros e coelhos eram utilizados para limpar as mãos dos comensais, já que o padrão medieval era o de comer com as mãos. Apesar de não oficial, atribui-se a origem desse artefato a Leonardo Da Vinci (1452-1518), por meio de um livro chamado Codice Romanov, constituído de anotações culinárias atribuídas a Da Vinci. Antes da inclusão como item indispensável à mesa, as toalhas de mesa e, em seguida, as mangas dos trajes serviam para limpar os lábios.”

 

Em: Sempre, às vezes, nunca – etiqueta e comportamento, Fábio Arruda, São Paulo, Arx: 2003, 8ª edição, p: 96.





Chá, uma tradição milenar…

13 05 2015

 

 

CHÁ - Nikolai Bogdanov-Belsky (1868-1945)new-owners-tea-drinkingTomando chá, 1913

Nicolay Bogdanov-Belsky (Rússia, 1868-1945)

óleo sobre tela

 

 

“Acredita-se que o chá foi inventado por distração do imperador da China Antiga, Shennung, em 2.800 a.C. Ao ferver água para beber, ele não percebeu algumas folhas que caíram em seu recipiente. Como agradaram seu paladar, ele passou a colocar folhas para infusão em água fervente. O chá popularizou-se no Japão, que o cultua com um ritual chamado Chanoyu, a cerimônia do chá. Do século XVI em diante, na rota das descobertas, o chá chegou à Europa e dali se espalhou pelo mundo.”

 

Em: Sempre, às vezes, nunca – etiqueta e comportamento, Fábio Arruda, São Paulo, Arx: 2003, 8ª edição, p: 74.





Quadrinha do andar na rua

8 04 2015

 

rua, Patópolis, calçada, homem lendo, crianças brincando,Rua de Patópolis, ilustração Walt Disney.

 

 

Quem atravessa a rua,

Lendo revista ou jornal,

Quando não encontra a morte,

Vai parar no hospital.

 

 

Em: 1001 Quadrinhas Escolares, Walter Nieble de Freitas, São Paulo, Difusora Cultural:1965





Lua de mel, uma tradição das tribos germânicas

16 03 2015

 

 

noiva, bradshaw crandell_cosmo36julNoiva, ilustração de Bradshaw Crandell, Cosmopolitan, 1936.

 

“A origem da lua-de-mel vem de captura. Entre as tribos germânicas muitas vezes o homem capturava a sua amada e a mantinha cativa desde a lua cheia até a seguinte, tomando uma mistura afrodisíaca, adoçada com mel, para que a amada se rendesse aos seus encantos. Com o tempo os germânicos já não raptavam suas futuras esposas e celebravam seu casamento na lua nova, servindo uma bebida à base de água e mel para garantir boa sorte.”

 

Em: Sempre, às vezes, nunca – etiqueta e comportamento, Fábio Arruda, São Paulo, Arx: 2003, 8ª edição, p: 43.





Cachorrinhos, o cinema e a moda

18 02 2015

 

09bebb208340b9af3edd39659e014c6cCachorros jogando pôquer, 1903

C. M. Coolidge (EUA, 1844-1934)

Para a companhia de charutos, Brown & Begelow

 

A vantagem de uns dias de folga é que tive tempo de perambular pela rede. É impressionante a quantidade de informações a que temos acesso se nos deixarmos levar de link a link. Surfar me parece um pouco rápido demais. Perambular é mais o meu ritmo.

Entendo que tudo é uma questão de moda.  Através de documentação, sabemos que a moda como imaginamos hoje — de qualquer item — é documentada desde o século XIV, no final da Idade Média ou início da Renascença, dependendo de como você classifica a época.  Reis, príncipes, duques e demais nobres, banqueiros e grandes mercadores  começaram a se vestir melhor com tecidos finos importados das terras orientais pela Rota da Seda. É a época em que itens de luxo como livros com iluminuras começaram a ser colecionados e roupas elegantes especialmente confeccionadas. O luxo ia aos poucos aparecendo, desafiando as rígidas leis suntuárias em exercício, até então, por toda a Europa.

Além disso sempre achei que conhecia a grande influência que os meios de comunicação exercem no público, do século passado ao presente.  Cinema e televisão são meios de impacto muito grande.  Mas confesso que fiquei surpresa ao ver quantificada e colocada em gráfico a influência do cinema na moda para a adoção de certas raças de cachorros, como animais de estimação.  O gráfico abaixo me surpreendeu. É de um artigo publicado no Pacific Standard, chamado o Efeito Beethoven: o cinema nos leva à preferência de certas raças de cachorro. O título do artigo explica o conteúdo e o gráfico. Nele podemos ver  a raça do cachorro, o nome do filme, o ano em que foi lançado e a sucessiva popularidade daquele tipo de cachorro, com o pico de demanda. Fiquei surpresa.

 

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Alguém em quem se espelhar…

20 12 2014

 

monroe-pop-art-roy-lichtensteinNão me importo em viver em um mundo de homens, desde que eu possa ser uma mulher nele…” Ilustração à maneira de Roy Lichtenstein.

[Não consegui nenhuma referência idônea sobre a autoria dessa obra].

 

 

A conversa entre amigas questionava em quem nos espelhamos quando adolescentes.  O grupo de mulheres de idades e experiências variadas, entre elas umas que haviam quebrado paradigmas e sucedido onde anteriormente acreditava-se que não poderiam, constatou que teria sido muito bom, se na nossa juventude tivéssemos tido exemplos de mulheres, que pensando fora da “caixa social”, tivessem servido de modelo para o caminho do sucesso. Ninguém confundiu sucesso com fama, o que acontece com frequência. Falávamos de sucesso como realização pessoal ou profissional, atingindo gols e preenchendo sonhos que vão além do que é esperado do sexo feminino na nossa sociedade. Surpreende que nenhuma das presentes teve o apoio de um exemplo a seguir, de uma pessoa em quem se espelhar.

Nas últimas décadas, ocasionalmente, ao terminar um livro ou ver um filme, ponderei: “Se eu tivesse tido acesso a essa informação…; se eu tivesse tido conhecimento de que mulheres podiam…”  minha vida talvez tivesse sido diferente. Não que eu fosse rodeada de maus exemplos. Não é isso, mas o meu temperamento aventureiro e rebelde encontrou pouca repercussão na família, quase nenhum entendimento e raríssimas palavras de incentivo. Nossos valores eram por demais tradicionais, enraizados na classe média carioca. Além do mais, era mais fácil para a família não dar permissão do que ter que se questionar sobre atitudes tomadas automaticamente. Essa falta de “aprovação familiar” muito me custou em termos de timidez e coragem para enfrentar sozinha os tabus que me rodeavam.

Era difícil imaginar uma reprovação familiar maior do que minhas atitudes e desejos já incitavam. Permanecer no seio familiar e enfrentar um estresse diário por querer um rumo divergente daquele para o qual eu havia sido programada, teria sido mais fácil, muito mais fácil, se eu tivesse tido um exemplo de sucesso à minha frente, que houvesse de alguma maneira quebrado tabus, superado dificuldades. Não que eu quisesse fazer coisas do arco da velha, mas havia muita circunscrição às profissões possíveis, aos namorados, aos amigos, ao ir e vir. Tudo, uma grande bobagem que não levava em consideração a jovem de dezesseis, dezessete anos, mas unicamente os medos e preocupações sociais dos mais velhos. Hoje, não sei se teria sido uma boa médica. É provável que não. É provável que tivesse, enfim, depois de erros e acertos, encontrado o meu caminho nas ciências humanas como de fato o fiz, mas voltando os olhos para o passado, acredito que teria sido mais satisfatório, e muito menos dramático, ter tido a oportunidade de errar por mim mesma.

Essa longa divagação sobre as escolhas que jovens mulheres fazem tem muito a ver com uma sincronicidade de eventos, todos na mesma semana: o encontro com essas amigas, a leitura do livro de Maria Thereza Wolff, Minha vida em Ipanema, o filme O Sorriso da Monalisa e o conhecimento recentemente adquirido de algumas ONGs americanas dedicadas a dar exatamente esse tipo de apoio a jovens que queiram expandir os papeis para os quais estão programados. Ter conhecimento de pessoas que passaram por dificuldades semelhantes pode certamente abrir as portas da mente, deixar entreabertas as passagens, para que a coragem de enfrentar as lutas se faça sentir.  Essas lutas fazem parte do crescimento emocional, interior, de um adulto responsável. Como os americanos, acredito que “role models”, pessoas em quem podemos nos espelhar, são importantes para o adolescente e ajudam a que se ultrapasse as barreiras pessoais com maior facilidade.





Uma inovação de 500 anos, sem a qual não imaginamos viver!

8 11 2014

 

 

place-setting-art-blenda-tyvollPlace Setting Art by Blenda StudioIlustração: gravura da artista Blenda Tyvoll, “Mesa posta”.

 

“O uso de talheres começou a se difundir no século XVI, mas eram totalmente pessoais, em geral dobráveis para facilitar o transporte e evitar os envenenamentos.  Fornecê-los para convidados só a partir do século XVII, entre os aristocratas ocidentais e, no século XVIII entre os burgueses.  A idade dos acessórios é distinta. O mais antigo deles é a faca, que até o século XVI fazia as vezes de garfo, já que além de trinchar os alimentos, espetava e os levava à boca. A colher veio evoluindo desde os tempos mais antigos, mas sua forma atual data do século XV, quando seu cabo foi alongado, em parte devido às gravatas largas e bufantes e aos babados das mangas dos trajes da época. O garfo mais próximo do atual veio da Renascença italiana — mas com apenas três dentes — o quarto dente foi acrescentado pelo franceses no século XVI.”

 

Em: Sempre, às vezes, nunca – etiqueta e comportamento, Fábio Arruda, São Paulo, Arx: 2003, 8ª edição, p: 90.