Um monstro predador de 500 milhões de anos!

20 03 2009

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O Hurdia victoria foi descrito  pela primeira vez  em 1912, quando suas características lembravam as de um crustáceo, Mas agora, pesquisadores revelaram que a aparência de um crustáceo, digamos de um camarão gigante,  é apenas parte de um outro animal, complexo e notável.  Um animal que certamente tem importante história para contar sobre a origem do maior grupo de animais vivos, os artrópodes.

 

O Hurdia victoria, que viveu há cerca de 505 milhões de anos nos mares da América do Norte,  foi reconstruído com base em pedaços de fósseis recolhidos ao longo de um século no sítio arqueológico de Burgess Shale, na British Columbia, no Canadá – um local protegido pela ONU como patrimônio da humanidade.

 

Os pesquisadores Allison Daley e Graham Budd da faculdade de Ciências da Terra (Earth Sciences) de Uppsala, na Suécia, junto com colegas do Canadá e da Grã-Bretanha descreveram a história deste exemplar único, que foi uma dos grandes quebra-cabeças da ciência.   Agora, reconstruído, o Hurdia Victoria mostra que tinha um corpo formado por vários segmentos e uma espécie de “carapuça” sobre a cabeça.  Usava dezenas de dentes e um par de garras.  Com estas características deve ter sido um formidável predador, em seu tempo.

 

 

 

 

 

 

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A primeira referência a este fóssil que o descrevia de maneira que se  assemelhava aos crustáceos é de 1912.  Aliás, é oportuno que esta nova descoberta venha praticamente às vésperas do aniversário de cem anos de sua descoberta.   Naquela época pensou-se que suas partes comporiam o corpo de um crustáceo gigante.    Isto porque outras partes deste animal haviam sido classificadas como outros animais independentes, tais como águas-marinhas, pepinos do mar e outros artrópodes.  Por isso, levou-se muito tempo para colocar todas as peças do Hurdia victoria nos seus respectivos lugares.  

 

Mas, com a coleta feita por expedições na década de 90,  descobriu-se mais espécimes mais completos  e centenas de peças isoladas que levaram às primeiras conclusões de que o Hurdia victoria era muito mais do que parecia ser.  

 

A nova descrição mostra que o Hurdia Victoria está realmente relacionado aos  Anomalocaris: um corpo segmentado,  com uma cabeça que ostenta um par de garras espinhosos e uma estrutura mandibular circular com muitos dentes.  No entanto, ele  difere de Anomalocaris por ter uma grande carapaça, tripartida projetada a partir da frente de sua cabeça.

 

Os Hurdia e os Anomalocaris são ambos antigos membros de uma linhagem evolutiva que se desenvolveu nos artrópodes, o grande grupo que contém os modernos insetos, crustáceos, aranhas e centopéias.   Esta reconstituição finalmente revela detalhes sobre as origens de importantes características que definem os artrópodes modernos, tais como as suas estruturas cabeça e membros.

 

“Esta estrutura é diferente de tudo o que já se conhecia sobre outros fósseis ou antrópodes vivos”, afirma a pesquisadora Allison Daley, que analisa estes fósseis há três anos como parte de sua tese de doutorado.

 

Texto baseado no artigo: Allison Daley, Graham Budd, Jean-Bernard Caron, Gregory Edgecombe e Desmond Collins, “The Burgess Shale anomalocaridid Hurdia and and its significance for early euarthropod evolution”, Science, 20 de março de 2009, e reproduzido no SCIENTIFIC BLOGGING.





Tigres têm seus próprios códigos de barras!

19 03 2009

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Graças às suas listras, não há dois tigres iguais. Grupos de preservação que monitoram a população de tigres aproveitam esse fato usando “armadilhas” com câmeras sensíveis a movimento para fotografar e identificar tigres a partir dos padrões de seu pêlo. A informação é usada para estimar o tamanho e densidade da população, entre outros fatores que afetam planos de conservação.

 

Mas usar os olhos para comparar uma imagem a muitas outras de um banco de dados leva tempo e se torna mais difícil à medida que o banco cresce. Por que não informatizar o processo?

 

 

tigres

 

 

 

 

 

Lex Hiby, do Conservation Research Limited da Inglaterra, e Phil Lovell, da Universidade de Saint Andrews na Escócia, fizeram exatamente isso, com a ajuda do especialista em tigres K. Ullas Karanth e colegas do programa indiano da Wildlife Conservation Society. Usando um programa desenvolvido originalmente para identificar focas-cinzentas, eles inventaram um sistema que pode correlacionar padrões de listras de tigres, vivos ou mortos.

 

Se não existem dois tigres iguais, não há tampouco duas fotografias de tigres iguais – postura, câmera, ângulo e outros elementos podem variar enormemente. O software compensa essas diferenças usando um modelo tridimensional da pele do animal e, em efeito, aplainando-o.

 

O usuário cria o modelo apontando a localização do quadril, ombro e cauda em uma imagem na tela do computador. O computador faz o resto, comparando as listras em uma porção da foto a um banco de imagens. Em testes descritos em artigo na Biology Letters, o programa identificou no banco mais de 250 tigres em imagens tiradas em duas reservas indianas. Os programa foi preciso em cerca de 95% da vezes, e pareou imagens tiradas com sete anos de diferença.

 

O software também pode ser útil para localizar caçadores ilegais, identificando a hora e o lugar que um tigre foi fotografado vivo pela última vez.

 

 

Tradução Amy Traduções.

 

Portal Terra

 

New York Times

 

OBSERVAÇÃO PEREGRINA: Será que o programa não pode ser aplicado às zebras, aos okapis e quem sabe até a peixes como o Acará Bandeira?

 

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Espetacular erupção vulcânica no Pacífico

19 03 2009

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Um vulcão entrou em erupção na costa de Tonga espalhando uma nuvem de cinzas e fumaça no Pacífico sul. Esta erupção aconteceu a cerca de 10 km da costa, em uma região onde se encontram mais de 36 vulcões submarinos.

 

Colunas espetaculares de cinzas foram cuspidas do mar ao sudoeste da costa de Tongatapu, a principal ilha do arquipélago de Tonga que é composto de 170 ilhas.  O arquipélago fica localizado entre a Austrália e o Taiti no chamado Anel de Fogo – região de grandes erupções vulcânicas. 

 

Moradores da ilha disseram que o vapor e a coluna de cinzas apareceu primeiro na segunda-feira de manhã, depois de uma série de terremotos.  Tais erupções não são incomuns na região.  Espera-se que uma grande quantidade de pedras-pome, expelidas pelo vulcão,  venham a cobrir as praias da costa sul, próximo às ilhas Fiji.  

 

Notícia da Associated Press.





Um novo dinossauro homenageia Confúcio

19 03 2009

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Uma equipe de cientistas chineses e americanos anunciaram a descoberta do fóssil de um dinossauro do grupo dos ornitópodos (herbívoros), encontrado na província de Liaoning, na China. O fóssil indica que o animal teria tido algo parecido com plumas, o que modificaria a teoria sobre a origem da plumagem dos animais pré-históricos.

 

A descoberta do animal que teria vivido no período Cretáceo Inferior, entre 144 e 99 milhões de anos, foi publicada na revista científica britânica Nature.

 

Batizado como Tianyulong confuciusi, o fóssil tem em várias partes do corpo estruturas filamentosas externas parecidas com plumas, afirmam os cientistas.

 

Essas estruturas, que não apresentam sinais de ramificações, têm o mesmo tamanho e estão agrupadas em três zonas, mais uma quarta, na cauda, onde são mais longas, de até 6 centímetros.

 

Até agora, os especialistas acreditavam que os pássaros atuais, que vêm a ser dinossauros com plumas, descendiam dos terópodes, dinossauros carnívoros bípedes do grupo dos saurísquios que viveram desde o Triásico superior até o Cretáceo superior (há entre 228 e 65 milhões de anos).

 

No entanto, o fóssil descoberto por Hai-Lu You, da Academia Chinesa de Ciências Geológicas, e Lawrence Witmer, da Universidade Americana de Ohio, desafiaria a teoria, pois apresenta indícios de plumas, mas, por outro lado, pertence à família dos pequenos heterodontossauros, do grupo dos ornitópodes (fitófagos).

 

Artigo baseado no portal Terra.





O aquecimento global e os animais ameaçados no Brasil

18 03 2009

animais-na-arca

Entrando na Arca de Noé, cerca 1590

Kaspar Memberger, o velho [Austria, ca 1555 –1618? ]

óleo sobre tela 124,4 x 162,9 cm,

Museu da História da Arte de Viena, Áustria

 

 

 

 

 

O jornal O GLOBO de hoje [página 25], num artigo de 2/3 de página, lista os animais no mundo mais ameaçados com o aquecimento global.  O artigo se baseia no alerta dado pelo relatório Mudanças Climáticas e Espécies da WWF — World Wildlife Federation. A lista é grande e aqui vou me dedicar principalmente a quatro animais cujas vidas dependem de um esforço brasileiro ainda maior do que outros, pois são animais cuja sobrevivência depende de ações imediatas do Brasil, não só do governo brasileiro, mas também das ações individuais de brasileiros, como todos nós.

 

 

 

RECIFES DE CORAIS

 

 

 

 corais

 

 

 

 

A extinção dos recifes de coral se acelera.  Acredita-se que em 50 anos, 80% de todos os corais do mundo hajam morrido.  De 1998 até hoje,  uma década, pode-se dizer, 16% dos corais no planeta desapareceram.  

 

Recifes de coral ameaçados podem ter a ajuda de reservas marinhas, que protegem a vida no mar da pesca comercial e das mudanças climáticas.  Nas Bahamas, na maior reserva marinha do Caribe, com 442 quilômetros quadrados, o número de corais jovens dobrou em áreas onde os peixes nativos foram protegidos da pesca. Os corais jovens são necessários para substituir os mais velhos que foram mortos por tempestades, doenças e outros problemas.

 

O efeito do aquecimento global nos corais é o resultado de um desequilíbrio na temperatura dos mares.  Para se reproduzir os recifes de corais – equivalentes às florestas tropicais debaixo d’água – precisam retirar minerais da água.  Com aquecimento das águas, menos minerais estão disponíveis, pois o mar fica mais ácido com um desequilíbrio do gás carbônico encontrado no mar.

Assim, as florestas de corais, morrem de fome. 

 

 

 

O ALBATROZ

 

 

 

albatroz 

 

 

 

 

Os albatrozes – esses magníficos pássaros marinhos, estão diminuindo em número, assustadoramente.  Seus habitats para acasalamento estão desaparecendo e as constantes mudanças climáticas que causam tormentas, furacões, tornados e demais exageros climáticos estão destruindo ninhos e ninhadas inteiras de uma só vez.  

 

Albatrozes sofrem também, e muito com embarcações de pesca industrial.  Muitas delas capturam  além dos peixes, um grande número de aves pelos anzóis do espinhel, inclusive albatrozes.  Nessas situações, os albatrozes mordem as iscas e são arrastados para baixo d’água, morrendo afogados.

 

 

BALEIA JUBARTE

 

 

 

 

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Um dos maiores perigos para a sobrevivência das baleias jubartes, outra baleias e golfinhos também é a fome.  Com o degelo total no mar da Antártica em 30 anos, ou seja, cerca de 2040, não haverá nenhuma fonte de alimentos para estas espécies.  A acidez dos oceanos mais frios, reduzirá substancialmente a fonte de alimento para estas baleias.  

 

Além disso, todos os anos as baleias jubartes visitam a costa brasileira, especialmente a costa da Bahia para reprodução. As baleias buscam as águas mornas de regiões tropicais para acasalar e dar a luz aos seus filhotes. Como a gestação da baleia jubarte é de aproximadamente entre onze e doze meses, as fêmeas que engravidaram na temporada passada retornam no ano seguinte para parir seus filhotes.  A exploração das reservas de óleo e gás localizadas no entorno do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, no sul da Bahia é uma ameaça direta à biodiversidade marinha da região e uma das principais causas do aquecimento global.

 

 

A TARTARUGA-DE-PENTE

 

 

 

 

 tartaruga-de-pente

 

 

A tartaruga-de-pente se alimenta quase que exclusivamente de invertebrados, principalmente esponjas.  Ambos, esponjas e invertrebados,  estarão também diminuindo em número pelo aumento da acidez na água do mar.    Uma fonte alimentar alternativa para as tartarugas-de-pente em locais onde há poucas esponjas pode ser o coral babão, como foi visto ser usado pelas tartarugas do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, onde as esponjas são pouco abundantes.   Mas, como vimos no primeiro item desta lista, os recifes de corais também estão em perigo.  

 

 

PRECISAMOS passar da  “muita falação e pouca ação” como resumiu Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de oceanos do Greenpeace Brasil, para mais ação de verdade.   A solução está em nossas mãos.

 

 





As formigas — texto de Coelho Neto [trecho]

17 03 2009

krakatoa-butterfly_net-jason-chinIlustração: Jason Chin

 

 

 As formigas

        A sombra d’uma faia, no parque, enquanto o príncipe, que era um menino, corria perseguindo as borboletas, abriu o velho preceptor o seu Virgílio e esqueceu-se de tudo, enlevado na magia dos versos admiráveis.

        Os melros cantavam nos ramos, as libélulas esvoaçavam nos ares e ele não ouvia as vozes das aves nem dava pelos insetos: se levantava o s olhos do livro era para repetir com entusiasmo, um hexâmetro sonoro.

         Saiu, porém, o príncipe a interrompê-lo com um comentário pueril sobre as pequeninas formigas que tanto se afadigavam conduzindo uma folhinha seca; e disse:

         –– Deus devia tê-las feito maiores.  São tão pequeninas que cem delas não bastam para arrastar aquela folha que eu levanto da terra e atiro longe com um sopro.  

 

  

 

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Ilustração:  Christine Penkuhn

 

        O preceptor que não perdia ensejo de educar o seu imperial discípulo, aproveitando as lições e os exemplos da natureza, disse-lhe:

        — Lamenta V.A. que sejam tão pequeninas as formigas…  Ah! Meu príncipe, tudo é pequeno na vida: a união é que faz  a grandeza.  Que é a eternidade?  Um conjunto de minutos.  Os minutos são as formigas do Tempo.   São rápidos e a rapidez com que passam fá-los parecer pequeninos, mas são eles que, reunidos, formam as horas, as horas os dias, os dias compõem a semana, as semanas completam os meses, os meses perfazem os anos, e os anos, Alteza, são os elos dos séculos.

        Que é um grão de areia?  Terra; uma gota d’água?  Oceano; uma centelha?  Chama; um grão de trigo?  Seara; uma formiguinha?  Força.

        Quem dá atenção à passagem de um minuto?  É uma respiração, um olhar, um sorriso, uma lágrima, um gemido; juntai, porém, muitos minutos e tereis a vida.

        Ali vai um rio a correr – as águas passam aceleradas, ninguém as olha.  Que fazem eles na corrida?  Regam, refrescam, desalteram, brilham, cantam e lá vãp, mais ligeiras que os minutos.

       Quereis saber o valor de um minuto, disso que não sentis como não avalias a força da formiga?  Entrai de mergulho n’água e tende-vos no fundo – todo o vosso organismo, antes que passe um minuto, estará protestando, a pedir o ar que lhe falta.  Ora!  O ar de um minuto, que é isso?  Direis.  É a vida, Alteza.

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EM: Coelho Neto e a ecologia no Brasil 1898-1928, ed. Eulálio de Oliveira Leandro, Imperatriz, MA, Editora Ética: 2002,

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Outros textos sobre formigas neste blog:

Olavo Bilac,





ONG recupera árvores nativas da Mata Atlântica

14 03 2009

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Paisagem, s/d

Francisco Rebollo Gonsales (Brasil 1903-1980)

Óleo sobre duratex  46x 33 cm

Vi na televisão na semana passada um pequeno vídeo sobre a recuperação de um terreno que havia sido um pasto, na região da cidade de Itu.  A recuperação da Mata Atlântica neste lugar  começa com o plantio de 120 mudas de árvores.  Este plantio deve surtir bons resultados já que acontece com apoio da Fundação SOS Mata Atlântica, que tem grande experiência em atividades de restauração florestal no Bioma Mata Atlântica, que

está com uma ampla programação de plantios de mudas nativas sendo concretizada neste início de ano.

 

Outros locais agraciados com programas de recuperação e restauração florestal são Piracicaba e Campinas.

 

 

Se você quiser participar das campanhas de recuperação ambiental e reflorestamento da Mata  Atlântica, faça do SOS Mata Atlântica a sua página inicial no computador, cadastre-se e toda vez que ligá-lo click no CLICKARVORE, uma árvore será plpantada para cada click que você der.  

 

 

 

 

 





Algumas novidades velhinhas, velhinhas…

14 03 2009

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Ilustração: Walt Disney

 

 

 

 

 

Você sabia que há no mundo alguns animais que mudaram muito pouco em milhões e milhões de anos?  Que sua evolução está praticamente estacionária?  Pois há pelo menos doze destes animais.  Alguns mais conhecidos que outros, entre eles estão o crocodilo, o nautilus e o ornitorrinco.   Para ver a lista e as fotos de todos eles, clique aqui:  WIRED

 

Abaixo duas imagens de alguns belos exemplares destes fósseis com vida!

 

 

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 Foto: Flicker/Kevin Law

 

 

O mais comum e numeroso dos fósseis vivos, o crocodilo, que quase não sofreu nenhuma mudança desde que os dinossauros viviam na Terra, ou seja, não mudaram praticamente nada em 230 milhões de anos.

 

 

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 Foto: Flicker/Ethan Hein

 

 

A beleza, a exatidão do desenho da concha do nautilus, que na antiga Grécia era um símbolo de perfeição, mudou muito pouco nos últimos 500 milhões de anos. 

 

 

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Um dos poucos mamíferos muito antigos é o ornitorrinco, que há mais de 110 milhões de anos, mantem a aparência estranha: mamíferos com bico de pato, que põem ovos e tem veneno nas esporas das patas!





Música para os ouvidos?

24 02 2009

mosquitinha

 

Você sabia que aquele cantar horripilante da fêmea do mosquito, aquele barulho semelhante a um violino desafinado, que não nos deixa dormir, é um verdadeiro poema de amor para os mosquitos machos que os ouvem? É um sinal de preparação para uma grande noite de amor!  Mas nem tudo está perdido em termos de música para os nossos ouvidos!

 

A esperança vem com os cientistas da Universidade de Cornell, nos EUA, que descobriram que, contrário ao que se pensava, os mosquitos Aedes Aegypti têm uma outra música, distinta, só deles.  E acreditam que é que isso venha a trazer os meios para que possam desenvolver cientificamente novas idéias de combate à reprodução desses mosquitos.  Na verdade, procuram também um novo estilo de combate à reprodução dos mosquitos Anopheles gambiae que transmitem a malária. 

 

 O que eles descobriram é que a fase do namoro, a chamada para a reprodução dos mosquitos que transmitem dengue é feita numa frequência de 1200 hertz que é um múltiplo simultâneo de 400 hertz – a freqüência das fêmeas e de 600 hertz a freqüência dos machos.   Este conhecimento talvez venha a servir de inspiração para novas maneiras de se controlar a população de mosquitos.   Tradicionalmente os mosquitos que transmitem a malária e a dengue são combatidos, sem grande sucesso, com inseticidas.

 

Nota baseada em notícia da BBC.





Nós e a comida cozida

22 02 2009

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Neste último número da revista The Economist, há um artigo muito interessante sobre a evolução do ser humano.  Nele o professor da Universidade de Harvard, Richard Wrangham considera a probabilidade dos seres humanos terem se desenvolvido em humanos principalmente pelo descobrimento e manutenção do hábito de se comer alimentos cozidos.  Ou seja, depois que aprendemos a cozinhar os alimentos encontrados na natureza, depois que aprendemos a assar a carne dos animais que caçávamos, o desenvolvimento do ser humano  se modificou  muito e facilitou o crescimento dos nossos cérebros da maneira que conhecemos.

 

 

Cozinhar é universal para todos os seres humanos.  Não há uma única cultura, um único grupo humano que não dependa da preparação da comida no fogo.    E há ainda um outro detalhe de grande importância de acordo com a pesquisa de Wrangham:  o consumo de uma refeição em que o alimento é cozido no início da noite, em grupo, com família e amigos, é padrão, é o normal em todas as sociedades conhecidas.  E que sem cozinhar seu alimento o cérebro humano – que consome de 20 a 25% da energia do corpo – não poderia trabalhar o tempo todo.  Ele ainda advoga que a humanidade e a comida cozida nasceram simultaneamente.

 

Com o cozimento dos alimentos há 3 grandes mudanças que favoreceram o desenvolvimento de seres humanos como os conhecemos: 1)  moléculas nos alimentos são quebradas em fragmentos de mais fácil digestão.  2)  As moléculas de proteína quando quebradas revelam cadeias de aminoácidos em que as enzimas digestivas  podem ser mais facilmente processadas.  3) O calor amacia os alimentos.  Isto os faz mais fáceis de digerir.  Assim o corpo usa menos calorias para ingerir e digerir o alimento cozido do que o faz com o alimento cru.

 

Para a defesa de sua tese, Dr. Wrangham, usou de pesquisas em diversos outros campos. Para maior detalhamento do que ele fez, por favor, clique aqui:  THE ECONOMIST.   É importante, no entanto, lembrar que a contribuição que ele faz ao estudo da evolução do ser humano é a ligação entre a comida cozida e a humanidade.