Livros de viagens e a Rota da Seda…

25 03 2024
Alguns dos meus muitos, dezenas mesmo, de livros de viagem começados pelo interesse na Rota da Seda.  Livros retratados: The Desert Road to Turkestan de Owen Lattimore, The Great Game de Peter Hopkirk, My Life as an Explorer de Sven Hedin, The Roads to Sata:a 2000 miles walk through Japan de Alan Booth e Looking for the Lost: Journeys through a Vanishing Japan, Alan Booth.

 

 

Ontem li um artigo da BBC History Magazine sobre o que era comercializado na Rota da Seda.   A Rota da Seda foi uma das minhas grandes paixões (acho que ainda é), que gerou leituras extravagantes sobre os caminhos do comércio da Antiguidade em diante.  Essa curiosidade sobre esse caminho conhecido muito antes de Cristo foi, provavelmente, o ponto de partida para que um de meus hobbies seja ler sobre o comércio desde a antiguidade, por distração.  Para mim é romântico imaginar os quilômetros aos milhares, a que comerciantes atravessando desertos e terras inóspitas,  se submetiam para que bens de um lado chegassem ao outro lado da terra até então conhecida.

Estabelecida pelos chineses, da Dinastia Han, a Rota da Seda funcionou muito bem até o século XV.  Não tinha o nome de Rota da Seda,  Esse é recente.  Batismo feito pelo geógrafo alemão, grande viajante e cientista Ferdinand von Richthofen, em 1877.

 

 
 

 

 

Muito mais do que seda era comercializado neste longo caminho da Ásia ao Mar Mediterrâneo.   Especiarias, metais preciosos, artesanatos, peles, armas e cavalos estavam entra os principais produtos comercializados neste caminho. Seres humanos também eram vendidos como escravos nessa rota.  A seda acabou sendo a escolhida por von Richthofen por ser um produto conhecido e fabricado unicamente pelos chineses, ou seja o produto único do ponto de partida ou de chegada daqueles que viajavam por essas terras. Sim, a seda era importante para a Europa, era um item de luxo e vastamente comercializada.  Não havia conhecimento de como se fazia seda no mundo ocidental.

Nem todos os itens eram transportados do início ao fim da rota.  Havia itens de interesse mais local.  Assim como nem todos os comerciantes iam de um extremo ao outro da Rota da Seda.  Nada disso. Iam até certo ponto onde comercializavam seus bens com um certo lucro, voltando para o lugar de onde partiram.  Ideias também foram aos poucos sendo trocadas de uma ponta do mundo a outra. Acredito que ainda não tenhamos, apesar de todos os estudos já feitos, ideia da dimensão, da importância desse comércio por muitas culturas e nações que até já não existem mais.  Hábitos, costumes e até religiões se espalharam pelo mundo graças ao comércio contínuo por mais de quinze séculos entres culturas atravessadas pela Rota da Seda.  Vale a pena você conhecer mais sobre esse caminho que levou bens e ideias de um mundo ao outro da Antiguidade à Renascença.

 

E você já leu sobre a Rota da Seda? Gosta de livros de viagem?





Quando, poema de Sophia de Mello Breyner

25 03 2024

Citando a fada, 2015

Emma Ersek (Romênia, 1979)

Quando

 

Sophia de Mello Breyner

 

 

Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta

Continuará o jardim, o céu e o mar,

E como hoje igualmente hão-de bailar

As quatro estações à minha porta.

Outros em Abril passarão no pomar

Em que eu tantas vezes passei,

Haverá longos poentes sobre o mar,

Outros amarão as coisas que eu amei.

Será o mesmo brilho, a mesma festa,

Será o mesmo jardim à minha porta,

E os cabelos doirados da floresta,

Como se eu não estivesse morta.