Cartão postal, anúncio inglês para uma marca de chá.
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Se ela soubesse ler
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Agenor Silveira
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Se ela soubesse ler — que bom seria!
Que bom! com que prazer
E comoção meus madrigais leria,
Se ela soubesse ler!
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Se soubesse escrever – oh! que alegria
Não havia de ser!
Que páginas de amor me escreveria
Se soubesse escrever!
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Mas quantas outras, quantas, não podia
De estranha procedência receber!
E então – que horror! Que grande horror seria,
Podia a todas elas responder,
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Permita o justo céu que a desalmada,
Que assim me soube o coração prender,
Aprenda a amar-me apenas, e mais nada,
Porque mais nada lhe convém saber…
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Agenor Silveira ( São Paulo, SP 1880 )– contista, poeta, filólogo, diplomado em direito, jornalista e advogado.
Obras:
Quatro contos: Moeda antiga, 1912
Versos de bom e mau humor, 1919
Rimas, 1919
Colocação de Pronomes, 1920
Ouro de 24, 1927