Novas e raras espécies descobertas no Atlântico

8 07 2010

Pesquisadores do programa internacional Mar-Eco descobriram animais raros e mais de 10 possíveis novas espécies em uma viagem que, segundo eles, revolucionou o pensamento sobre a vida nas profundezas do Oceano Atlântico. As informações são da Universidade de Aberdeen, no Reino Unido.

Os cientistas estavam completando a última etapa do programa de pesquisa internacional, que faz parte do Censo da Vida Marinha, quando descobriram as espécies. Entre as criaturas capturadas pela equipe foi encontrado um grupo que se acredita estar próximo da conexão evolucionária que falta entre animais invertebrados e vertebrados.

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A Euryalid Ophiuroid – Gorgonocephalus sp ., conhecida como Star Basket ou Gorgon Head Starfish, foi capturada a cerca de 800m abaixo do nível do mar no Oceano Atlântico.   Foto: David Shale

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A pesquisa está sendo liderada por cientistas da Universidade de Aberdeen e envolve 16 cientistas de vários países, ao longo da crista do meio do Atlântico, que fica entre a Islândia e Os Açores.

A área explorada fica abaixo das águas frias da corrente do Golfo e das águas quentes do sul. Os pesquisadores utilizaram um veículo de exploração submarina operado por controle remoto (ROV, na sigla em inglês) para chegar a profundidades entre 700 m e 3.600 m.

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A Polynoid Polychaete foi localizada há 2.500 m abaixo do nível do mar no Oceano Atlântico. Foto: David Shale

 

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Segundo o professor Monty Priede, diretor do Oceanlab da Universidade, os cientistas envolvidos no projeto ficaram surpresos ao ver quantos animais vivem dos dois lados da crista, e que existem diferenças entre os animais do sul e os do norte.

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FONTE: Terra





O homem foi da África para a Grã-Bretanha há 950.000 anos

8 07 2010

Representação artística da vida há 800.000 nas margens do Tâmisa.
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Arqueólogos britânicos apresentaram nesta quarta-feira um tesouro em ferramentas de pedra e restos fossilizados de plantas e animais que foram encontrados em Norfolk, Reino Unido. Segundo os pesquisadores, os achados indicam que os primeiros seres humanos chegaram à região há 950 mil anos, vindos da África, e estabeleceram-se na região de Happisburgh, que seria o berço da civilização britânica.

Pelas peças encontradas, os arqueólogos afirmam que a população na época não era pequena e sim formada por milhares de indivíduos. Com testas baixas e grossas sobrancelhas, esses seres humanos primitivos caçavam grandes animais como mamutes, veados e alces gigantes, além de praticar a pesca.

 

Arqueólogos na costa de Norfolk.

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Pela similaridade com outro homem pré-histórico encontrado na Espanha, que era canibal, os cientistas suspeitam que essa população também tivesse essa característica. O homem  pré-histórico teria entrado na Grã-Bretanha através de uma ponte de terra extensa que, em seguida desapareceu, mas que ligava a Inglaterra à  Europa continental.

De acordo com os arqueólogos, os achados, provavelmente, levarão a uma reavaliação dos conhecimentos sobre a adaptação e os recursos dos primeiros seres humanos na região, pois mostram que eles tinham conhecimento e tecnologia para sobreviver em climas mais rigorosos.

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 Entre os fósseis encontrados, um dente de mamute (à esquerda), restos de uma hiena (centro) e uma mandíbula de castor gigante extinto. As peças foram exibidas no Royal Institution, em Londres.  Foto AP.
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Os artefatos de pedra são extremamente importantes porque eles não só são muito mais antigos do que outros achados na região, mas estão associados a um único conjunto de dados ambientais, que dá uma imagem clara da vegetação e clima da época. Isso indica que os primeiros seres humanos que viveram no Reino Unido sobreviveram em um clima mais frio do que a região apresenta hoje“, afirma o Dr. Nick Ashton, um dos responsáveis pela descoberta.

O sítio das descobertas se encontra a 135 milhas a nordeste de Londres e está localizado num  antigo curso do rio Tâmisa.   Os planos de densa lama e os pântanos do seu antigo estuário e existentes também na costa funcionavam como enorme área para  caça. Na época as margens do rio eram cobertas  por uma floresta de coníferas e habitadas  por uma grande quantidade de animais: mamutes, rinocerontes, elefantes, tigres dente de sabre, cavalos, alces, veados, ratazanas e hienas,  tão  grandes  quanto  leões;  todos percorriam os bancos de areia do rio.  Quando a caça era escassa, algas, tubérculos e mariscos teriam ajudado na alimentação diária.  Além disso, o homem em Norfolk provavelmente não hesitou  em  se servir das  carcaças descartadas pelos  grandes felinos.  Mas o caçador também foi caça; com tigres dente de sabre e hienas tão grandes como leões provando serem formidáveis predadores.

Não existem cavernas na área investigada, o que sugere que este homem construiu abrigos primitivos para se manter protegido do frio. Algumas das pedras descobertas tinham entalhes, sinal de que eles conseguiam trabalhar bem com a madeira. E apesar de vestígios das caçadas e dos animais abatidos estejam às margens do rio, locais de habitação ainda estão para serem descobertos.

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Milhares de ancestrais do ser humano caçavam e pescavam animais como mamutes, alces gigantes e veados.

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O clima da época era semelhante ao encontrado hoje no sul da Escandinávia.  As temperaturas no verão eram tão quentes quanto as da Grã-Bretanha atual, mas os invernos eram prolongados  com temperaturas  variando entre  0 ° C  e 3C .  É possível que o cabelo do corpo possa ter ajudado esses nossos antepassados a se manterem aquecidos, mas é provável que eles tenham usado peles de animais como roupas e que já dominavam o uso do fogo — embora essa evidência ainda está por ser encontrada.

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FONTES:  Terra, The truth behind the scenes