NATAL — poema de Mauro Mota

21 12 2008

 grandes-horas-de-ana-da-bretanha-natividade-f_-51v-facsimile_book-812

 

Grandes Horas de Ana da Bretanha

Bibliothèque nationale de France

Cota: Lat. 9474

Data: c. 1503-1508

Tamanho: 305 x 200 mm

476 páginas iluminadas com 49 miniaturas a toda página

337 iluminuras marginais com plantas, insectos e pequenos mamíferos

Pintor: Jean Bourdichon

Lugar de origem: Tours

Escrito em Latim

 

 

Natal

 

                               Mauro Mota

 

 

Natal antes e agora

imutável.  Feliz

noite branca sem hora

no pátio da Matriz.

 

 

Natal: os mesmos sinos

de repiques iguais.

Brinquedos e meninos,

Natal de outros natais.

 

 

A Banda, vozes, passos

da multidão fiel.

Tudo nos seus espaços,

o mundo e o carrossel.

 

 

Tudo, menos o andejo

homem que se conclui.

Olho-me e não me vejo,

não sei para onde fui.

 

 

 

 

Em: Antologia Poética, Mauro Mota, Editora Leitura: 1968, Rio de Janeiro

 

 

 

Mauro Ramos da Mota e Albuquerque (Nazaré da Mata, 16 de agosto de 1911 — Recife, 22 de novembro de 1984) foi um jornalista, professor, poeta, cronista, ensaísta e memorialista brasileiro.

 

Obras:

 

Elegias (1952)

A tecelã (1956)

Os epitáfios (1959)

Capitão de Fandango (1960, crônica)

O galo e o cata-vento, (1962)

Canto ao meio (1964)

O Pátio vermelho: crônica de uma pensão de estudantes (1968, crônica)

Poemas inéditos (1970)

Itinerário (1975)

Pernambucânia ou cantos da comarca e da memória (1979)

Pernambucânia dois (1980)

Mauro Mota, poesia (2001)

Antologia poética, 1968

Antologia em verso e prosa, 1982.