Ofícios — poesia de Cid Silveira para uso escolar

21 11 2008

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Engraxate

Patrice Piard (Haiti)

 

 

 

Ofícios
                                                        Cid Silveira

Para ganhar meu pão, basta que exista
um ofício qualquer, seja qual for:
caldeireiro, engraxate, motorista,
tecelão, alfaiate ou ferrador.

Todo trabalho é nobre quando honesto,
quando não favorece a exploração
e não provoca o mínimo protesto
de outros que também têm seu ganha-pão.

Por mais rude que for, não me intimida
nem me causa aversão nenhum mister.
Porque trabalho, não receio a vida
e espero sempre o que de pior me vier.

Nem todos os ofícios são amenos
como os que para nós sonharam nossas mães …
Tudo serei na vida, tudo; menos
agente de polícia ou laçador de cães!

 

 

 

Obras:

Poemas da Minha Saudade, 1928.

Poesias, 1944

 

Cid Silveira – (SP 1910). Trabalhou muitos anos em Santos, como empregado do comércio, numa casa comissária de café.  Contador, Bacharel em Ciências Econômicas; colaborou na imprensa por muitos anos.                                             


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2 responses

21 11 2008
Avatar de Lígia Lígia

Bom dia!
Gostei muito da poesia e da percepção atribuída a importância do ser humano vivenciar os momentos como sendo todos eles, indiscriminadamente, valorosos para a aprendizagem do crescimento profissional e pessoal, ladeados pelo crescimento moral, onde a diversidade de tarefas neste mundo é necessário às relações interpessoais.
Parabéns pelo espaço!

22 11 2008
Avatar de Flávia Flávia

Querida, como me enterneceu um poema tão simples encabeçado por uma obra sob medida. E quando eu olho em volta pessoas que não trabalham em absolutamente nada porque estão em busca do emprego perfeito…
Beijos.

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