PAISAGEM DO SERTÃO
Pelo sapê furado da palhoça
Milhões de astros agarram-se luzindo;
O pai há muito madrugou na roça.
A mãe prepara o almoço. O dia é lindo.
Canta a cigarra; o porco cheira; engrossa
O fumo dos tições; anda zunindo
À porta um marimbondo e fazem troça
As crianças com um ramo o perseguindo.
Correm, chilram, vozeiam, tropeçando
Num velho pote; a mãe zangada ralha,
A avó lhes lança um olhar inquieta e brando.
No chão, um galo ajunta o milho e espalha,
Enquanto a um canto, as plumas arrufando,
Põe a galinha no jacá de palha.
Luís Delfino
Do livro: Vamos estudar, de Theobaldo Miranda Santos, 3ª série; Agir: 1952, Rio de Janeiro.
Luís Delfino dos Santos (SC 1834 – RJ 1910)—Formado em medicina, tornou-se político e poeta brasileiro, foi Senador por Santa Catarina. Prolífico poeta, escreveu mais de 5000 poemas. Publicou-os em jornais e revistas da época. Sua obra, em livros, foi toda publicada postumamente.






Parabéns! Por esta página, muito obrigada, estou agradecida por poder contar com pessoas como voces da internet, para enriquecer meus trabalhos de aula, e pricipalmente com textos sobre pessoas tão ilustres como o poeta Luiz Delfino.
Maria Amélia é um prazer! Gosto de saber que o meu blog é usado por professores e alunos. Às vezes é difícil achar material que nos enriqueça, que nos lembre da vasta herança cultural que temos. A tendência é lembrarmos de tudo mais moderno, sem pararmos para pensar que o hoje precisou estar apoiado no ontem.
Muito obrigada e volte sempre.
eu adorei essa poesia de paisagens sempre acessarei esse site nunca parem de escrever poesia!!!
o texto é lindo
É mesmo! 🙂
Quando sua oportunidade bater na porta não deixe ir embora
aceite de braços abertos com beijos e abraços. Isso é para todos.
Preciso desse poema para o colégio.
Leve… 😉
Será que a profa. vai gostar desse poema?
E por que não? 🙂