A um passarinho que andava
Cantando pelo jardim,
Foi perguntar Elisinha
— Quem é que te cuida assim?
Onde achas doce alimento,
Coisas nutritivas, sãs?
— Tenho bichinhos gostosos
Figos, laranjas, romãs.
— E quando estás fatigado,
Onde é que vais descansar?
— Qual de nós não tem seu ninho?
Nosso ninho é o nosso lar.
— E sede não sentes nunca?
— Tenho rio e ribeirão,
E gotinhas de sereno,
Que as folhas verdes me dão.
— E no inverno não te falta
Agasalho contra o frio?
— Tenho penas que me cobrem,
Tenho agasalho macio.
— E quando não há bichinhos,
Grãos e frutinhas não há?
— Há uma boa criancinha
Que pão e alpiste me dá.
Passarinhos, de Zalina Rolim (Brasil, 1869-1961)
Maria Zalina Rolim Xavier de Toledo nasceu em Botucatu (SP), em 20 de julho de 1869.
Professora alfabetizadora, transferiu-se com a família para São Paulo em 1893.
Educadora, entre 1896 e 1897, exerceu o cargo de vice-inspetora, do Jardim da Infância anexo à Escola Normal Caetano de Campos, em São Paulo.
Escreveu para diversas revistas femininas e jornais como A Mensageira, O Itapetininga, Correio Paulistano e A Província de São Paulo.
Faleceu em São Paulo, em 24 de junho de 1961.
Obras:
1893 – O coração
1897 – Livro das Crianças
1903 – Livro da saudade (organizado nesta data para publicação póstuma)






Zalina Rolim foi um presente de DEUS para aqueles que, como ela, amou as coisas simples. Na minha infância, já decorava as poesias magistrais dessa maravilha chamada Zalina Rolim. E hoje, encontrei-a no meu computador. Obrigada, SENHOR. Que ela descanse , sossegadamente, nos braços do PAI.
Muito bom minha professora ADOROU ;P
Ariane, fico muito feliz em saber que você agradou à sua professora quando escolheu esse poema. Temos muitos outros, volte sempre e parabéns pelo seu desempenho na escola.
lindo
Gosto muito desses escritores antigos ,e me parece que as pessoas fazem questão de esquecê-los.
VILMA PIRES
Eu também Vilma, e há muita gente que também gosta deles! 🙂
Verdade, por isso minha pesquisa em história da educação é dedicada sobre a obra dela.
Que beleza! Ela merece!
Poemas maravilhosos
São mesmo! Obrigada pela viita! 😉
Maravilha a viagem q a modernidade me propiciou aos dias de infância, quando minha mãe ensinou- me a declamar com ela, em dueto, a poesia do passarinho e Elisinha…..momentos mágicos!!!!!!!
Assumpta, mãe com 100 anos, recitou e recita. Lembrança da Cartilha de um de seus irmãos. Adorava ler o pouco que lhe chegava aos olhos.
Que beleza! Que lembrança! Que memória!