Cuidado, quebra!

20 04 2025

Vaso A Palla, c. 1560

Veneziano

Oficina do Meste Domenico da Venezia

31,5 cm de altura

 

 

Decorado com a pintura de um jovem de capacete com plumas, no reverso uma jovem em perfil em três quartos para o lado direito com vestido azul de gola alta.  Ambos rodeados por cartuchos trançados em verde e amarelos sobre fundo azul com volutas de flores e folhagem entre aros. Há desgaste no rosto e pescoço da jovem.

 

 

 





Cuidado, quebra!

15 02 2024

Taça com pedestal, primeiro terço do século XV

Vidro soprado, esmaltado e dourado

Museu de Artes Decorativas, Paris

 

 

Essa taça com pé de vidro transparente soprado, que seria o novo cristal, feito na ilha de Murano no início do século XVI, tem decoração em esmalte policromado e ouro.  Trata-se do brasão de um dos papas da família Medici, mas não podemos precisar se pertenceu a Leão X (papa de 1513-1521) ou Clemente VII (papa de 1523-1534).

 

Pela decoração, esse objeto se aproxima de um grupo que engloba umas vinte peças, principalmente de pratos, pratos em pedestal e jarros que se encontram em coleções públicas e particulares famosas (Louvre, Museu Britânico, Museu Metropolitan) Não eram destinados ao uso alimentar, mas provavelmente destinados à decoração de bufês em banquetes de prestígio.  Este serviço, hoje espalhado pelo mundo, demonstra o aalto grau de respeito e reconhecimento desde aquela época, ao talento e às descobertas dos vidreiros venezianos.

 

Traduzido do portal do Museu de Artes Decorativas, por mim.

 

 





Em três dimensões: Lorenzo Quinn

20 01 2020

 

 

e6538d445eaddedb67b8fe5fe4019d7bMãos de apoio, gigantes, 2017

Lorenzo Quinn (Itália, 1966)

Escultura de apoio ao tratamento do meio-ambiente, em particular à elevação do nível do mar em Veneza.  Infelizmente essa escultura foi retirada deste local, em 2018.

 

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Resenha: “O último amigo” de Tahar Ben Jelloun

5 05 2016

 

 

CPH60817Dois amigos, com texto de Cícero sobre amizade, c. 1522

Jacopo Pontormo (Itália, 1494-1557)

óleo sobre madeira, 88 x 68 cm

Fondazione Giorgio Cini, Veneza, Itália

 

 

Aviso aos leitores: nem sempre o tema de um livro é aquele abertamente citado pelo autor ou sugerido pelo título. O último amigo é uma joia, uma obra prima, de narrativa em espiral, um quase ensaio sobre a ilusão, sobre a autoilusão, sobre amizade, traição, ciúme e inveja. É um livro muito mais complexo do que suas poucas 120 páginas poderiam sugerir.

Trata-se do retrato de uma dessas amizades que nasce nos anos de escola, que se desenvolve através da juventude, que assim como seus componentes ela também amadurece, sobrevive a percalços, casamentos, exílio, e nos re-encontros através do anos parece se fortalecer, se solidificar. Sua base está na franqueza, na compreensão do outro, no conhecimento do passado em comum, no desejo generoso de que o outro seja bem sucedido, que desfrute do melhor.

 

 

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Tahar Ben Jelloun divide sua obra em três partes. Começa com uma longa e detalhada descrição de Ali, que na primeira pessoa relata o caminho percorrido pela amizade dele por Mamed. Nossa identificação com o narrador é imediata.  Sentimos que o conhecemos e por isso mesmo nos chocamos tanto quanto ele, quando seu amigo de infância o surpreende com um corte irremediável na amizade de vida inteira. Na segunda parte, temos a versão de Mamed sobre essa mesma amizade.  Também descrita na primeira pessoa e curiosamente mostrando outros fatos outro enfoque nos eventos que marcaram o relacionamento desses dois amigos. É aí que sabemos de sua decisão de cortar os vínculos fraternais entre ele e Ali. Na terceira parte temos o testemunho de Ramon, uma amigo dos dois protagonistas, mas não tão chegado a eles.

A amizade é o tema. Tanto Ali quanto Mamed professam profundos sentimentos um pelo outro.  Nas narrativas de ambos sabemos dos gestos magnânimos e sacrifícios que cada um fez em nome dessa amizade. Mas no tecido do texto, no forro desse longo relacionamento encontra-se outro sentimento: a inveja.  Inveja que Mamed chama ciúmes. E é ela que acaba por corroer o laço entre eles. Mamed não esconde esses sentimentos rasteiros em seu depoimento: “Acontecia de eu ficar com ciúmes de Ali também, porque ele era mais culto do que eu, porque vinha de uma família quase aristocrática, porque era mais bonito e que, graças a seu casamento, tinha ficado rico.” [96-7]. E mesmo que ao cortar os laços de amizade que tem com Ali imagine, ou diga tratar-se de generosidade, essa ação não esconde a fraude de seus próprios sentimentos.  Pois só a ilusão de uma boa ação poderia justificar para si mesmo a traição que comete, interferindo na amizade de longa data. A desculpa é fraca.

 

Tahar Ben JellounTahar Ben Jelloun

 

Jean Cocteau é conhecido por ter dito que “A felicidade de um amigo deleita-nos. Enriquece-nos. Não nos tira nada. Caso a amizade sofra com isso, é porque não existe.”  Acredito que este seja o retrato do que se passa aqui. Mamed tinha emocionalmente uma estatura pequena e não conseguiu honrar os sentimentos de seu único e exclusivo amigo.

Este é um grande livro numa pequena aparência.  Tornou-se um de meus favoritos, e por isso recomendo a todos que gostam de pensar um pouco, de explorar a natureza humana, de se envolver num debate interno e julgar se o ato de Mamed é um gesto de amizade ou de traição.  Aqui esta a minha opinião.  Talvez você tenha uma opinião diversa.  Leia-o.





É Natal, os anjos anunciam…

23 12 2015

 

MORLAITER, Giovan Maria,Angel,1750s,Marble,Santa Maria della Consolazione, VeniceAnjo, c. 1750, Giovanni Maria Morlaiter (1699-1781),mármore, Santa Maria della Consolazione, Veneza




É Natal, os anjos anunciam…

7 12 2015

 

Giovanni BelliniAnjo da anunciação, c. 1500, por Giovanni Bellini (1430-1516),óleo sobre tela, Gallerie dell’ Accademia, Veneza.




É Natal, os anjos anunciam…

2 12 2015

 

LORENZO LOTTO, Angel_Annunciating_1527Anjo da anunciação, 1527, por Lorenzo Lotto (Veneza, 1480-1557)[DETALHE].

 

 





Eu, pintora: Rosalba Carriera

16 06 2015

 

 

Rosalbaself-porAuto-retrato, 1746

Rosalba Carriera (Veneza, 1675-1757)

Pastel sobre papel azul, 31 x 25 cm

Gemäldegalerie, Dresden





Esmerado: brazeiro para perfumes, século XII

26 08 2014

 

 

Perfume brazier, 12th century, San Marco, Venice; © Procuratoria della Basilica di San Marco, Venezia

Brazeiro para perfumes, século XII

Possivelmente de Constantinopla

Igreja de San Marco, Veneza

© Procuratoria della Basilica di San Marco, Venezia





Curiosidade: o tamanho das cidades na Era Medieval

9 02 2014

carcassonne_cite2Entrada para a cidade medieval francesa, Carcassone.

Por volta de 1200 as maiores cidades do norte da Europa eram Londres, Paris e Ghent.  Cada qual tinha uma população que variava entre 30.000 a 40.000 habitantes.  No entanto, na mesma época, no sul da Europa,  cidades como Veneza e Florença tinham populações acima de 100.000 pessoas.

No século XIV, calcula-se 1/3 de toda a população europeia tenha morrido através da Peste Bubônica, que durou quatro anos.  Mas a Europa precisou dos 150 anos seguintes para recuperar a população que havia tido na primeira metade do século XIV.