O buraco do tatu, poesia infantil de Sérgio Caparelli

11 11 2012

Chico Bento joga tatu-bola, ilustração de Maurício de Sousa.

O buraco do tatu

Sérgio Caparelli

O tatu cava um buraco

a procura de uma lebre,

quando sai pra se coçar,

já está em Porto Alegre.

O tatu cava um buraco,

e fura a terra  com gana

quando sai pra respirar

já está em Copacabana.

O tatu cava um buraco

e retira a terra aos montes,

quando sai pra beber água

já está em Belo Horizonte.

O tatu cava um buraco

dia e noite, noite e dia,

quando sai pra descansar,

já está lá na Bahia.

O tatu cava um buraco,

tira a terra, muita terra,

quando sai por falta de ar,

já está na Inglaterra.

O tatu cava um buraco

e some dentro do chão,

quando sai pra respirar,

já está lá no Japão.

O tatu cava um buraco

com as garras muito fortes,

quando quer se refrescar

já está no Polo Norte.

O tatu cava um buraco

um buraco muito fundo,

quando sai pra descansar

já está no fim do mundo.

O tatu cava um buraco,

perde o fôlego, geme, sua,

quando quer voltar atrás,

leva um susto, está na lua.

Em: Boi da cara preta, Sérgio Caparelli, Porto Alegre,  LPM: 2000, 27ª edição





Bloco de gelo gigante se solta na Groenlândia

7 08 2010

Um bloco gigante de gelo medindo 260 km² se soltou de uma geleira na Groenlândia, segundo disseram nesta sexta-feira cientistas da Universidade de Delaware, nos Estados Unidos. O bloco se separou da geleira Petermann, na costa noroeste da Groenlândia, a cerca de 1.000 km ao sul do Pólo Norte.  Um pesquisado do Serviço Canadense de Gelo detectou a separação do gelo a partir de imagens do satélite da Nasa tomadas na quinta-feira passada, dia 5 de agosto.  Essas imagens mostraram que a geleira de Petermann perdeu cerca de um quarto ao longo dos seus 70 km de plataforma de gelo flutuante.

Esse iceberg é quatro vezes maior do que a ilha de Manhattan, em Nova York, ou em termos de Brasil, o equivalente ao município de Florianópolis.  E ele tem a altura  correspondente a metade da altura do edifício Empire State, em Nova York, ou para nós, a altura do Morro da Urca, vizinho de Pão de Açucar no Rio de Janeiro.  Este é o maior iceberg a se formar no Ártico desde 1962, segundo o professor Andréas Muenchow da Universidade de Delaware.

O gelo poderá agora ficar congelado onde está durante o inverno ou seguir pelas águas entre a Groenlândia e o Canadá. Se o iceberg seguir rumo ao sul, poderá interferir em rotas de navegação, segundo Muenchow.

Alguns cientistas já haviam observado rachaduras na geleira de Petermann no ano passado e esperavam que um bloco se soltasse em breve, formando um iceberg. Segundo o professor, um pesquisador do Serviço de Gelo Canadense detectou o bloco se soltando na quinta-feira a partir de imagens de um satélite da Nasa, a agência espacial americana. As imagens mostravam que a geleira perdeu cerca de um quarto de seus 70 km.

Há água fresca suficiente no iceberg para “manter todas as torneiras públicas dos Estados Unidos com água corrente durante 120 dias”, disse Muenchow, que acredita estar claro que o evento foi causado pelo aquecimento global.

Os primeiros seis meses de 2010 foram os mais quentes no planeta desde que começaram os registros das temperaturas, em 1850. Milhares de icebergs se formam na Groenlândia todos os anos, mas eles raramente são tão grandes.

Fonte: Terra





E lá se vai o Urso Polar! Ajude-o!

23 09 2008

 

Com as temperaturas aumentando continuamente nas últimas décadas e o cobertor de gelo do Pólo Norte derretendo, a terra, próxima à Sibéria, ao Canadá e ao Alaska, está se tornando macia e convidativa à formação de novas fazendas agrícolas.   Os animais e plantas do Ártico terão que se adaptar às novas temperaturas, ou serem para sempre extintos.  Esta é uma das razões pelas quais o urso polar se tornou o símbolo da mudança climática.  

 

Os 100.000 habitantes do Círculo Polar, membros de povos nativos e espalhados através do Alaska, Canadá, Groenlândia e Sibéria já contam suas perdas.  Percebem claramente que as áreas naturais que usam para habitação estão diminuindo de tamanho e que as terras, anteriormente cobertas por gelo, hoje estão afundando depois que o gelo derrete.

 

Mas há outras pessoas que vêem uma possibilidade de crescimento neste desastre ecológico.  Cinco nações que tem fronteiras com o Ártico – EUA, Rússia, Canadá, Noruega e Dinamarca – se preparam para administrar as novas riquezas descobertas debaixo do gelo.

 

 

Os Russos vêem no degelo a possibilidade de plantações de trigo e de melhoria de safra deste cereal.   Na Groenlândia recentemente as terras foram dedicadas à plantação de batatas e de brócolos.  Isto torna a Groenlândia menos dependente de importações do sul do planeta.  A Alcoa, uma grande companhia americana produtora de alumínio se prepara para construir uma instalação próxima a Nuuk, capital da Groenlândia.  Alcoa usará eletricidade fabricada pelo degelo dos glaciers para a indústria.  

 

Com o degelo novas rotas para navegação aparecem; rotas que podem ser usadas para petróleo e gás, assim como diversos minérios.  Isto fez com que três governos diferentes já tenham começado a expandir alguns portos.  Os mais atualizados são: Murmansk (Rússia), Churchill (Canadá) e Hammerfest (Noruega).   Estes portos deverão ser bastante usados porque com o degelo uma imensa quantidade de fontes de petróleo, gás e de minérios estará muito mais fácil de ser acessada.

 

Mas há ainda alguns problemas a serem resolvidos: há fronteiras que não estão bem delineadas e governos já se posicionam para uma briga pelo menos diplomática, apesar dos cinco países envolvidos nas terras do Círculo Polar terem feito um acordo de cooperação dentro do oceano ártico.

 

Mudanças que deixam o resto do mundo em alerta são pequenas mas significativas:  o Canadá investiu 3 bilhões de dólares para adicionar 1.000 soldados às tropas dos sediadas do Ártico, para aumentar o patrulhamento naval da área e para construir uma nova estação naval em Nanisivik, por 100 milhões de dólares.

 

Os EUA estão no momento estudando o fundo do mar ao norte do Alaska na esperança de estabelecer novas fronteiras na região junto às Nações Unidas.  O governo federal pretende gastar 1,5 bilhões adquirindo novos quebradores de gelo, para poder utilizar as novas rotas marítimas.  A Casa Branca espera ainda este ano revelar uma nova estratégia política para o Ártico.  E há no horizonte alguns conflitos previstos sobre fronteiras territoriais entre a Dinamarca e o Canadá e entre a Rússia e a Noruega.  Estes conflitos se acirram porque novas fontes de minérios e outras riquezas minerais continuam a aparecer e estimulam os governos a explorá-las.  

Resta saber a conseqüência no meio ambiente destas novas explorações minerais.  

 

Este post foi baseado num artigo da revista Der Spiegel, de 19/9/2008, por Gerald Traufetter.

 

 

E ainda há aqueles que dizem que não há provas do aquecimento global.   Só mesmo para quem não quer ver.