14 de julho, a França comemora a Queda da Bastilha!

14 07 2025

Torre Eiffel, 1926

Robert Delaunay (França, 1885 – 1941)

óleo sobre tela, 169 x 86 cm

 

Robert Delaunay foi um dos maiores artistas franceses a se dedicar ao movimento batizado pelo poeta e crítico de arte Guillaume Appolinaire: Orfismo. Esse movimento foi um dos muitos nascidos como consequência do Cubismo.  A liberdade de retratar diversos ângulos de um só tema em uma única imagem imperou nesse pequeno grupo de pintores. A premissa era que as artes plásticas evocassem vibrações musicais.  O nome Orfismo veio justamente de Orfeu e sua relevância para a música e poesia.  O movimento foi pequeno e teve em Delaunay a figura mais relevante.  Ele se dedicou a retratar temas específicos em que cores ou formas pudessem transmitir a sensação das vibrações musicais e com essas transmitir espiritualidade a quem contemplasse as obras. Delaunay produziu muito.  Entre seus temas além das formas abstratas circulares, vemos longas sequências, quem sabe até inspiradas pelas sequências de Claude Monet do Parlamento Inglês, como exemplo, ou até mesmo a sequência de Mont Saint Victoire por Cézanne. Para Delaunay a Igreja Gótica de Saint Séverin [São Severino], e a Torre Eiffel se tornaram elementos estruturais para seu experimento orfista.   Hoje nós nos concentraremos nas obras retratando a Torre Eiffel em homenagem ao 14 de julho.  Façam bom proveito!

 

Torre Eiffel, 1924

Robert Delaunay (França, 1885 – 1941)

óleo sobre tela, 161 x 96 cm

Museu de Arte de Saint Louis, MO

 

 

Torre Eiffel, 1912

Robert Delaunay (França, 1885 – 1941)

óleo sobre tela, 125 x 90 cm

Guggenheim, NY

 

 

Torre Eiffel, 1911

Robert Delaunay (França, 1885 – 1941)

óleo sobre tela, 116 x 81 cm

Kunsthalle Karlsruhe, Alemanha

 

 

Torre Eiffel, 1922

Robert Delaunay (França, 1885 – 1941)

óleo sobre tela, 178 x 179 cm

Hishhorn Museum & Sculpture Garden, Washington DC

Torre Eiffel, 1911

Robert Delaunay (França, 1885 – 1941)

óleo sobre tela

Kunst Museum, Basel, Suíça

 

 

Torre Eiffel, 1912

Robert Delaunay (França, 1885 – 1941)

óleo sobre tela, 126 x 93 cm

Guggenheim, NY

Torre Eiffel, 1911

Robert Delaunay (França, 1885 – 1941)

óleo sobre tela, 130 x 97 cm

Folkwang Museu, Essen, Alemanha

 

 





O escritor no museu: Stéphane Mallarmé

11 07 2025

Stéphane Mallarmé, 1876

Édouard Manet (França, 1832-1883)

óleo sobre tela, 27 x 36 cm 

Museu d’Orsay, Paris





Esmerado: cadeira Art Deco

1 05 2025

Cadeira para sala de jantar, 1912

Paul Frédéric Follot (França, 1877-1941)

 

Modelo criado para sala de jantar de Paul Nocard. O designer apresentou modelo semelhante a este no Salão de Outono de Paris em 1912.

Marchetaria de madeiras: bordo francês e amaranto escuro, ébano; e couro.

Medidas: 91 de altura, 48,5 de profundidade e 55 cm de largura

Decoração de cesta de flores e frutos

Estilo Art Déco (1910-1937)

Paul Follot foi um designer francês de móveis de luxo e objetos de arte decorativa antes da Primeira Guerra Mundial.

Museu de Artes Decorativas, Paris





Imagem de leitura: Pierre-Auguste Renoir

30 03 2025

A lição de escrita, c. 1905

Pierre-Auguste Renoir (França, 1841-1919)

óleo sobre tela, 46 x 55 cm

A ser leiloado em 9-4-2025, Christie’s de Paris

um dos quadros do colecionador: Henri Cannone

 

 





Esmerado: broche com retrato de Elizabeth da Áustria

2 03 2024

Broche à moda renascentista com retrato de Elizabeth da Áustria, 1878

Desenhista: Alphonse Fouquet 

Esmaltador: Paul Grandhomme 

Escultor: Albert-Ernest Carrier-Belleuse

Cinzelador: Michaut

prata, pintura em esmalte, pérolas sobre metal. diamantes rosados

12 x 5,5 cm

Representados: sereia alada, rosa (flor) e retrato de mulher

Pessoa representada: Elizabeth de Wittelsbach

Museu de Artes Decorativas, Paris





Curiosidades de Paris, por volta de 1300

18 07 2023

Drawing of houses on historical bridge Pont au change Medieval Paris

Ilustração de Paris Medieval, imaginária.

Quem visita Paris hoje, não tem ideia de como a cidade era na Idade Média.  A Paris dos séculos passado e deste reflete a grande reforma e destruição dos edifícios medievais trazidos pelo Barão Haussmann, prefeito do Sena, durante os vinte anos do governo de Napoleão III (1853-1873).

O que se sabe, da Paris medieval é em grande parte graças ao trovador Guillot, morador de Paris, que por volta de 1300, compôs a primeira lista de nomes de ruas da cidade na publicação Le Dit de Rues de Paris: um poema com 554 versos, descrevendo as ruas da cidade entre 1280-1300.  Nessa obra ele indica a existência de 310 ruas em três bairros.

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Mapa de Paris na época de acordo com o Le Dit de Rues de Paris, de Guillot.

As ruas se dividiam em: 80 no Outre-Petit-Pont [Rive Gauche];  36 na Cité [a ilha propriamente dita]; e 114 no bairro Outre-Grand-Pont [Rive Droite].  Calcula-se que a população em 1292 tenha sido de 216.000 e 275.000 em 1328, portanto uma cidade crescendo rapidamente, um aumento de quase 28% de habitantes em trinta anos.

Nessa época Paris tinha ruas estreitas, em geral cinco metros entre um lado e outro da rua.  Grandes ruas tinham no máximo sete metros de largura. Eram ruas escuras, mal cheirosas, e a grande maioria não tinha pavimentação.  Casas estreitas, com arquitetura enxaimel, tinham uma ou duas janelas por andar.  Além do andar térreo, poderiam ter de três a quatro andares.  Só as casas dos nobres e da classe comerciante (burguesa) tinham cozinhas e chaminés.  As casas davam aos seus habitantes abrigo, mas mal deixavam a luz do dia entrar.

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Algumas dessas notas sobre Paris, que posto aqui no blog, são fruto de pesquisa para meu futuro livro  sobre Watteau, pintor do século XVII.  Da séria: Obras Primas da Arte Ocidental. Aguardem.  Final de 2024.




Curiosidade literária

11 07 2022

 

Moça lendo, 2008

Diana Huijts (Holanda, 1954)

gravura em linóleo, 30 x 40 cm

 

 

Quando o escritor Umberto Eco visitou Paris pela primeira vez, era estudante de história medieval  na Universidade de Turim.  Na época ele não conseguia pensar em mais nada que não fosse seu campo de estudos.  Para aprofundá-lo, obrigou-se a andar a pé e só pelas poucas ruas cuja arquitetura havia resistido à grande reforma de Haussmann (1852-1870) pelo embelezamento estético e político de Paris, quando dezenas e dezenas de ruas e construções medievais foram demolidas.





Resenha: “A caderneta vermelha” de Antoine Laurain

24 05 2016

 

 

Christine Reilly (Austrália, contemporânea)-StGermain, o+acr. sobre telaSt. Germain

Christine Reilly (Austrália, contemporânea)

óleo e acrílica sobre tela,  40 x 60 cm

www.christinereillyartist.com

 

 

Está precisando de um momento de descanso?  Precisa acreditar que a vida é boa, que no fim tudo vai dar certo, não importa os percalços do caminho? Quer passar um fim de semana tranquilo, sorridente e inconsequente?  Esse livro é para você.  Ele lhe trará sorrisos, encantamento e refúgio.  Trará luz num dia chuvoso.  Aquecerá seu coração como um chocolate quente tomado em casa de pijama e meias, com seu gatinho enrolado no colo. Porque este é um delicioso conto de fadas, uma história que acaba bem.  Não me surpreenderia se aparecesse em versão cinematográfica.  Aliás, só me surpreenderei se não se tornar um filme.  Eu colocaria Pio Marmaï como ator principal fazendo Laurent, livreiro, dono da Le Cahier Rouge e Laetitia Casta seria Laure, nossa heroína, possuidora de uma profissão singular – douradora.

 

 

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Trata-se da história de uma mulher que ao ser assaltada perde tudo: sua bolsa, carteira com documentos e dinheiro, o celular. É madrugada e o assalto acontece na porta de seu edifício.  Sua bolsa com todo o conteúdo menos o celular e a carteira são encontrados pelo livreiro Laurent Letellier, que próximo dos quarenta anos, divorciado, com uma filha adolescente, acha-se fascinado pelo conteúdo da bolsa lilás.  Resolve descobrir a quem ela pertencia. Mas é uma tarefa difícil que lhe dará bastante trabalho. O resto ficará para o leitor apreciar. Há reviravoltas e incompreensões.  Mas tudo acaba bem.

Recentemente muitos dos livros franceses traduzidos aqui no Brasil, não sei se por escolha dos editores ou se por preferência nacional do país europeu, têm sido leves, poéticos, românticos no escopo mais largo da palavra.  Refúgios para o caos do dia a dia, cheios de certa ternura, repletos de personagens sensíveis, inteligentes, amorosos, carinhosos, com  respeito pelo outro além de grande interação entre gerações nem sempre vista na vida ou literatura de outros países.  Incluo nesta lista os livros de Anna Gavalda, Muriel Barbery, Benoîte Groult, Katherine Pancol, Denis Tillinac, Jean-Paul Didierlaurent, e agora Antoine Laurain. É claro que aqui há o viés da leitora, assim como a consciente eliminação de outros autores de sucesso da ficção francesa como Laurent Gaudé, Michel Houellebecq, Marc Levy e outros. Mas esse lado suave da vida me parece mais frequente nas obras francesas contemporâneas. Em termos de cinema, esses livros se classificariam em comédias românticas.

 

 

antoinelaurain_bymbtoffoli_p10907661Antoine Laurain.  Foto de Marissa Bell Toffoli (2013)

 

A caderneta vermelha é uma dessas obras.  Bem escrita, com capítulos pequenos, um número reduzido de personagens, traz à tona um romance previsível desde os primeiros capítulos ainda que sua resolução seja mais complexa e criativa do que se poderia esperar.  Não chega a ser chick-lit, mas é romântico, doce; reconfortante, uma ilha de bem-estar num mundo insensato.





Sublinhando…

29 07 2015

 

 

The Three Sisters (1917) Henri Matisse. Musée de l'Orangerie, Paris.As três irmãs, 1917

Henri Matisse (França, 1869-1954)

óleo sobre tela

Musée de l’Orangerie, Paris

 

 

“Da terra são todas as flores,
Mas as hortênsias são do céu.”

 

 

Martins Fontes (1884-1937) Balada Azul, do livro Guanabara, 1936.

 

 





Imagem de leitura — Berthe Morisot

7 05 2015

 

626426-morisot_berthe_paule_gobillard.jpgmarmottanPaule Gobillard à la potiche, 1889

Berthe Morisot (França, 1841-1895)

Coleção Particular

Em exposição temporária no Museu Marmottan, Paris