![BRITAIN/](https://peregrinacultural.com/wp-content/uploads/2009/12/colares-de-ouro-escocia.jpg?w=510&h=261)
Foto: Getty
Na Escócia, David Booth, um caçador de tesouros amador, empregado como chefe do departamento de caça de um safári local -Blair Drummond Safari Park- , encontrou jóias de ouro da antiguidade estimadas em 1 milhão de libras esterlinas. Elas estavam enterradas em um campo perto da cidade de Stirling. Ele as achou usando um detector de metais. O grupo das jóias, mostrado ao público no início do mês passado, numa exposição no Museu Nacional da Escócia, foi classificado como a descoberta mais importante da Idade do Ferro, já encontrado no país.
O achado é composto de quatro colares de ouro datando do período entre os séculos I e III a.C. Três deles estão em condições quase perfeitas, enquanto que o quarto apresenta alguns desgastes. Dois colares tem como modelo a chamado “ cordão torcido” que era uma maneira de fazer uma jóia com fios rígidos de ouro torcido; uma maneira já conhecida na época, neste local. O terceiro colar foi feito de uma maneira associada ao artesanato da época do sul da França, e até hoje o único exemplar desse tipo encontrado na Escócia. O quarto colar mostra técnicas de manufatura – como o trançado de fios de ouro – encontrado só nos países mediterrâneos ou de grande influencia mediterrânea. Provavelmente esses colares pertenceram a uma pessoa influente, um líder local, poderoso, que ao se vestir com essas jóias mostraria sua importância e riqueza. Além disso, elas mostrariam também a habilidade de seu dono de negociar ou de conquistar outros povos, outras gentes, particularmente os povos estabelecidos no continente europeu.
![colares de ouro2](https://peregrinacultural.com/wp-content/uploads/2009/12/colares-de-ouro2.jpg?w=510&h=311)
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Uma comissão de arqueólogos deve agora avaliar as jóia. De acordo com a lei escocesa, quaisquer objetos arqueológicos encontrados na Escócia pertencem à Coroa britânica. Mesmo assim David Booth deve receber uma boa quantia como prêmio pelo achado: a tradição leva a crer que a quantia corresponda ao valor do achado.
![colares, local](https://peregrinacultural.com/wp-content/uploads/2009/12/colares-local.jpg?w=510&h=343)
Mapa da Escócia com a localização de Stirling onde as jóias foram encontradas.
Ainda não se sabe ao certo quando essas jóias estarão à mostra para o público. A data será estabelecida pelo Comitê de Apoio às Descobertas Arqueológicas da Escócia [Scottish Archaeological Finds Advisory Panel] que no momento auxília os arqueólogos locais a melhor explorarem o sítio arqueológico descoberto por David Booth. As jóias foram encontradas a apenas 15 cm de profundidade. Disse o descobridor que só se lembrava que a área — terras particulares para as quais tinha permissão de vasculhar com sua máquina detectora de metais — era conhecida por sítios arqueológicos da Idade do Ferro, mas que não lhe passava pela cabeça que pudesse encontrar algo de tanta grandiosidade.
![Iron age gold hoard](https://peregrinacultural.com/wp-content/uploads/2009/12/stirling-gold-hoard15.jpg?w=510)
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Foram encontradas cinco peças todas datando do mesmo período [ 300 -100 a.C. ]: duas são fragmentos de um único colar, que foi feito no estilo desenvolvido no Sudoeste da França: caraterístico pelo círculo duro, fechado com uma dobradiça e um fecho. No entanto, a peça que tornou os arqueólogos mais excitados foi o colar que apresenta decorações em cada ponta, feito por 8 arames de ouro alçados juntos, e embelezados por finíssimos fios e correntes. Essa técnica aparece definitivamente só as áreas do Mediterrâneo. Assim, esses colares, só por terem sido descobertos, já estão re-escrevendo a história local. Eles mostram que havia mais conexões entre as tribos escocesas – tradicionalmente vistas como muito isoladas – e outras tribos da Idade do Ferro no coração da Europa.