Pesquisa relaciona soma e subtração com movimento dos olhos

7 05 2009

aritimetica, ilustração da Margarita  Philosophica, 1503, Boetius, romano, (475-524)e Pitagoras, grego, (570 BC-475BC) II

 

Ilustração: Margarita Philosophica, 1503, à esquerda o matemático romano Boethius (475-524), à direita o matemático grego, Pitágoras (570 AC- 475AC).

 

Isso indica que cálculo mental ‘recicla’ antigo sistema neuronal, originariamente dedicado ao espaço físico.  O processo mental de somar e subtrair utiliza o mesmo circuito cerebral que controla o movimento dos olhos para a direita ou a esquerda, segundo pesquisadores franceses.

 

A descoberta indica que o cálculo mental “recicla” um antigo sistema neuronal, originariamente dedicado a visualizar e compreender o espaço físico, para poder realizar esta tarefa mais complicada.  A explicação neurobiológica é que atividades como a escrita e a matemática são recentes demais para que a seleção natural dedique mecanismos cerebrais específicos, afirma um estudo publicado nesta quinta-feira, 7, na revista Science.

 

André Knops, do Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica da França, e cientistas utilizaram dados de ressonâncias magnéticas para ensinar um software a prever a direção da movimentação do olhar de várias pessoas, para a direita ou a esquerda, com base na atividade neuronal do cérebro.

 

Os pesquisadores pediram aos indivíduos para realizar cálculos mentais – somas ou subtrações -, e comprovaram que o programa podia prever que exercícios tinham realizado, só com base no registro da atividade cerebral.

 

As pessoas estudadas pelo computador resolveram os problemas matemáticos usando números e outros símbolos e conjuntos de pontos, mas, em todos os casos, o movimento do olho para a direita foi relacionado com a soma, enquanto para a esquerda significava subtração.

 

abacus jillian tamaki

Abacus, Ilustração de Jillian Tamaki ( Canada)

 

 

A exceção foram os participantes árabes, que leem da direita para a esquerda tanto números quanto palavras, e nos quais aconteceu o contrário, disse Knops.  O estudo confirma que o desenvolvimento da matemática nos humanos não provém de uma nova parte “matemática” do cérebro, mas usa uma já existente para codificar as operações aritméticas.   Neste caso, o circuito que já tinha sido desenvolvido para os movimentos espaciais à esquerda e à direita demonstrou ser adequado para subtrair e somar números.

Os resultados da pesquisa podem servir para adaptar melhor a aprendizagem da matemática às características dos processos mentais implicados, acrescentou.

 

No entanto, segundo o cientista, já há provas sólidas de que pelo menos a divisão e a multiplicação dependem de diferentes tipos de representação que não estão tão ligados à dimensão esquerda-direita.

 

Neste caso, parece desempenhar um papel mais importante recorrer a dados pertencentes à memória de longo prazo“, explicou.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO





O canto do peixe-balão: sedução a meia voz

22 07 2008

Recentemente a Associated Press, noticiou que uma pesquisa financiada pelas National Science Foundation e pelos National  Institutes of Health nos EUA,  descobriu que “cantar ao pé do ouvido” é um comportamento de conquista sexual usado não só por seres humanos, batráquios e mamíferos. Surpreendentemente, os peixes podem, agora, ser incluídos nesta lista.  Tudo indica que os sons que os peixes produzem não cheguem a ser um canto tal como associamos aos dos pássaros, ou até mesmo aos assobios das baleias ou  ao coaxar dos sapos.   Parece mais um murmúrio musical, um “cantar de boca fechada” registrado entre os peixes-balão na hora de atrair o sexo oposto.

 

A equipe do neurobiólogo Andrew H. Bass, da Universidade de Cornell, se concentrou no estudo dos peixes-balão.  Observaram o animal desde larva por já se saberem de antemão que eles produziam mais de um som.  Mas o Professor Bass, rapidamente explica que não se trata de um uso mais sofisticado, refinado de um cérebro de peixe.  A melodia, ou melhor, o murmúrio emitido pelos peixes-balão está longe das melodias dos pássaros ou dos sons produzidos por mamíferos.  Mesmo assim, trata-se de um sistema complexo de neurônios engajado na produção destes sons, um sistema antigo, que remonta às centenas de milhões de anos em que a evolução da vida no planeta, como a conhecemos, se formou.

 

São dois os sons produzidos pelo peixe-balão:

 

1) um murmúrio, como se fosse o zumbir de uma abelha.  Este é o canto Donjuanesco que atrai a fêmea para o macho. 

 

2) o outro é um som ameaçador, usado quando o peixe sente a necessidade de proteger seu território de reprodução.  

 

A localização dos nervos vocais descritos na pesquisa corresponde a sistemas semelhantes encontrados nos sapos, pássaros e mamíferos.   Mas muito mais pesquisas como esta ainda serão necessárias para podermos ter uma melhor idéia da evolução da comunicação entre os animais.





A mágica do canto dos pássaros desvendada

22 07 2008
Canarinho.  MW Editora & Ilustrações

Canarinho. MW Editora & Ilustrações

A grande variedade de notas musicais registradas pelos pássaros nos cantos matinais tem sido através dos séculos motivo de inspiração para músicos, poetas, artistas e qualquer indivíduo que tenha o prazer de ainda poder ouvir o canto dos pássaros onde mora.  

 

Agora, um estudo publicado na revista virtual Public Library Science em conjunto com a Universidade da Dinamarca do Sul, parece ter desmascarado o mistério envolvendo o canto matinal dos pardais europeus:  eles têm, em comum com as cobras naja, com as pombas e muitos peixes, músculos vocais extremamente rápidos.  A rapidez de vibrações musculares, causa um grande leque de sons, era considerada bastante rara,  mas depois destes últimos estudos observando o canto dos pássaros,  descobriu-se que esta habilidade é muito mais comum, e talvez cubra um número muito maior de espécies, do que antes fora imaginado.  

 

Para um pardal, ou um pássaro europeu comum, a média de 250 vezes por segundo de abertura e fechamento das cordas vocais é o necessário para produzir as melodias  maravilhosas que ouvimos.   Esta variedade de contrações musculares permite que cada pássaro tenha um repertório próprio para sua espécie, destinado a cada situação.  Com este tipo refinamento vocal os pássaros controlam com precisão a voz, o volume e a vibração necessários para o sucesso de sua sobrevivência.