Gustave-Jean Jacquet (França, 1846 -1909)
“Também as catedrais são sinfonias.”
Martins Fontes (1884-1927) poema: O espírito da matéria
Gustave-Jean Jacquet (França, 1846 -1909)
Martins Fontes (1884-1927) poema: O espírito da matéria
Henri Matisse (França, 1869-1954)
óleo sobre tela
Musée de l’Orangerie, Paris
Martins Fontes (1884-1937) Balada Azul, do livro Guanabara, 1936.
Susan M. Stern (EUA, contemporânea)
óleo sobre placa, 15 x 15 cm
Martins Fontes, [José Martins Fontes](Brasil, 1884-1937) do poema Incoerência, no livro Paulistânia, 1934.
Jan van Beers (Bélgica, 1852-1927)
óleo sobre tela, 24 x 35 cm
Martins Fontes
Ao ronronar da rede preguiçosa,
ela, — morena de olhos de ouro, –embala
a esbraseante volúpia que se exala
dos seus vinte e dois anos cor de rosa.
Verão. O sol embriaga. Em plena orgia,
fundem-se os cheiros cálidos da terra.
E a moça abre o roupão, os olhos cerra,
e o que espera e deseja fantasia.
E a rede para. A viração marinha
Beija-a, lânguida e longa, loucamente…
E ela, os olhos abrindo, de repente,
Fica surpresa, por se ver sozinha!
(Volúpia)
Em: Nossos clássicos: Martins Fontes, poesia, Rio de Janeiro, Agir:1959, p.66
Carolus Duran (França, 1837-1917)
óleo sobre tela
Museu de Belas Artes, Lille
Martins Fontes
Nunca roubei um beijo. O beijo dá-se,
ou permuta-se, mas naturalmente.
Em seu sabor seria diferente
se, em vez de ser trocado, se furtasse.
Todo beijo de amor, longo ou fugace,
deve ser um prazer que a ambos contente.
Quando, encantado, o coração consente,
beija-se a boca, não se beija a face.
Não toquemos na flor maravilhosa,
seja qual for a sedução do ensejo,
vendo-a ofertar-se, fácil e formosa.
Como os árabes, loucos de desejo,
amemos a roseira, olhando a rosa,
roubemos a mulher e não o beijo.
(A Flauta Encantada)
Em: Nossos Clássicos: Martins Fontes,poesia, Rio de Janeiro, Agir: 1959, p. 53




