Volubilis, estive perto e não vi…

4 11 2024
Volubilis, cidade romana, no Marrocos.

 

 

 

Dividi uma casa e mais tarde um apartamento com uma colega de pós-graduação em história da arte, cujos verões eram passados em sítios arqueológicos em Israel, já que sua especialidade era arte do período romano tardio e bizantina. Nós duas, diferente dos amigos cientistas de The Big Bang Theory, apesar de muitas similaridades na nossa maneira de viver, sempre gostávamos de conversar sobre nossas respectivas áreas de estudo.

Eu achava muito romântico vê-la partir com pouquíssima bagagem, no início do verão, e voltar muitas semanas depois, com um deslumbrante tom acobreado na pele, graças ao sol do oriente médio, que ressaltava seus olhos azuis enormes. Chegava cheia de histórias de aventuras e novas descobertas nos pisos de sinagogas que escavava. Tornamo-nos muito amigas com alguns anos de convivência, só para deixarmos nosso convívio diário quando ela estava próxima a se casar com um promotor público em Washington DC.  Fui, junto a outras amigas, sua “dame of honor“.  Através desses anos de vida em comum aprendi muita coisa sobre mosaicos, variações de épocas em que foram feitos, o que observar neles, etc.

 

 

 

Piso de antiga habitação romana em Volubilis.

 

 

Por causa desse convívio acabei tendo persistente curiosidade sobre mosaicos antigos. E sempre que possível, se houvesse um local com ruínas da antiguidade grega ou romana, próximo ao local onde me encontrava viajando, fiz questão de visitá-lo, quer eu estivesse em Portugal ou na Grécia.  Quando morei em Oran, na Argélia, um dos passeios mais deslumbrantes que fiz foi às ruinas de Tipasa, conhecidas  na literatura pelo romance de Albert Camus, Bodas em Tipasa. Nesse mesmo período viajamos mais de uma vez pelo Marrocos, mas eu nunca soube de Volubilis.  Portanto, quando por acaso, como acontece na internet, caí numa série de artigos com profusão de fotografias sobre esse sítio.  Passo algumas fotos aqui porque achei os mosaicos de excelente qualidade.

 

 

 

Hércules e o leão, piso de uma residência em Volubilis.

 

 

Estive no Marrocos algumas vezes, porque moramos por um ano, mais ou menos próximo – três horas de carro – da fronteira com a Argélia, em Oran.  Marrocos era um local de maior liberdade social.  Por exemplo, um lugar onde eu e meu marido podíamos entrar em qualquer restaurante para uma refeição, juntos, enquanto em Oran, havia um único lugar onde homens e mulheres podiam se sentar para uma refeição, um restaurante chamado Mon Village, onde também encontrávamos quase todos os estrangeiros da cidade. Era um local de clientela duvidosa, onde jovens mulheres que faziam programas noturnos, podiam se encontrar com seus parceiros.  Não sei se a Argélia continua assim. mas nos anos 80 era um lugar com vida muito circunscrita para mulheres. Portanto, para nosso conforto, Oujda a cidade mais próxima da fronteira com a Argélia, foi um lugar favorito para nós, estrangeiros, naquela parte do mundo.

 

 

O acrobata, piso residencial em mosaico, Volubilis.

 

 

Fui outras vezes para o interior do país, visitei muitas cidades.  Mas não sabia de Volubilis.  Sei que há outros grandes centros arqueológicos com mosaicos na Líbia, todos datando do período de domínio romano do Norte da África. Mas naquela época, e me parece que isso continua até hoje, a Líbia era lugar perigoso de visitar e portanto esses locais repletos de belíssimos resquícios da antiga civilização romana era difícil de se visitar. Estou passando informações que acabo de encontrar na internet, ainda com os olhos de espanto de ver esses mosaicos tão bonitos e tão bem preservados, que se encontram em Volubilis no Marrocos.

 

 

 

Piso em mosaico, Volubilis.

 

 

 

Volubilis esteve sob domínio romano por 250 anos. Caiu nas mãos de tribos locais por volta do ano 285 da nossa era.  Hoje é tombada pela Unesco.  É um dois mais preservados sítios romanos das fronteiras mais distantes do império.

Acho que vou fazer uma viagem ao local. Dizem que dezembro é uma boa época para ir.  Não será em 2024.  Mas quem sabe, no ano que vem?





Não percam as fotos de Lalla Essaydi

23 01 2024

 

 

As fotografias de Lalla Essaydi andam falando comigo. São fotos cuidadas, abordando de maneira delicada, artística, dentro de tradições tanto da cultura ocidental como da região do Magreb, a condição feminina.  Elas têm me perseguido como fantasmas poderosos de vidas passadas.

Comecei com a foto acima, porque ela para mim representa uma completa junção de referências. Primeiro veio a imagem da Grande Odalisca, de Ingres, que vemos abaixo.  A tela, da coleção do Museu do Louvre, foi pintada em 1814, para a irmã mais nova de Napoleão Bonaparte, Caroline Bonaparte, Rainha Consorte de Nápoles.

 

 

A grande odalisca, 1814

Jean-Auguste-Dominique Ingres (França, 1780-1967)

óleo sobre tela, 91 x 162 cm

LOUVRE

 

 

 

Há aceno óbvio à obra de Ingres que representa justamente a influência francesa na região do Magreb, iniciada no final do século XVIII como parte da Grand Tour das classes mais abastadas da Europa e acentuadas depois das façanhas napoleônicas nas primeiras décadas do século XIX, assim como local para descobertas do exótico tão finamente cultivado pelas sociedades europeias da época.

Ainda que A grande odalisca de Ingres não seja uma obra abertamente sexual, a ideia de uma mulher em um harém, disponível, mesmo com o olhar frio e distante como nesta tela, atiçava a imaginação dos observadores do século XIX, aumentando a curiosidade sensual sobre as possibilidades aventurescas facultativas no Norte da África. A mulher nua, em uma alcova, rodeada por cortinas de seda bordadas, joias de ouro no braço, lenço bordado a ouro no turbã, cabelos adornados por cabuchon de pérolas e pedra preciosa,  com o exótico abano de plumas de pavão e cabo de marfim, narguilé em laca vermelha, anunciando o uso do tabaco ou ópio, apoiado em caixa de joias e ainda o cinto com grande fivela coberta de pérolas e pedras preciosas, displicentemente largado por sobre lençóis de linho, tudo isso, esse luxo e a sugestão de encontros fáceis se insinuavam marcando os discretos prazeres de um harém, exploravam a aventura sensorial do observador, desabrochando numa sedutora expectativa de deleite.

 

 

 

 

Quando comparamos a obra de Lalla Essaydi com a de Ingres, lado a lado, temos finalmente a certeza inabalável da citação visual feita pela fotógrafa marroquina.

 

 

 

 

Basta olharmos para as posições das cabeças, os turbãs, deixando aparecer, com descuido, um pouco dos cabelos na testa e frontes; os braços, os de apoio à esquerda assim como os que delineiam languidamente as linhas do corpo da mulher no harém, são igualmente paralelos.  Os pés nas mesmas posições traem as culturas que representam.  Enquanto a obra de Ingres mostra uma mulher com pele lisa, branca sem manchas, como porcelana, até mesmo nos pés, a fotografia de Essaydi exibe os pés com solas cobertas por henna como é de uso típico das mulheres no Magreb, para proteção e bençãos.  Ambas as obras também sugerem o aprisionamento inescapável deste lugar, dessa alcova, onde não há espaço para fuga;  onde ambas mulheres. colocadas do lado oposto ao espectador, se acham na vitrine, digamos assim, de encontro a uma parede fechada, sem abertura, sem ar para respirar.  Na obra de Ingres há um fundo escuro, com algumas nuances tonais.  Será madeira, será azulejo, lajota, pedra?  Não sabemos.  No horizonte da mulher do harém de Essaydi temos um desenho na parede cega.  Parecem tijolos, chapisco ou papelão corrugado.  De qualquer maneira, ela assim como sua companheira francesa de mais de um século de idade, tampouco tem escapatória.

Enquanto a Grande Odalisca trabalha na imaginação sensual do espectador, a jovem no harém marroquino não apresenta qualquer traço de sedução, de prazer carnal.  Muito pelo contrário, ela olha, quase com desconfiança, para quem a observa e seu corpo se mescla com os lençóis, coberto por palavras que poderia usar e com elas distinguir sua existência.  Em escrita cursiva as mensagens, o próprio discurso feminino, ultrapassam os limites das cobertas.  Elas tomam conta do corpo da mulher, espalhando-se como os males liberados por Pandora, sem esperança de contenção.  Elas transformam as costas, os braços, o rosto da odalisca moderna na mesma substância da coberta, insinuando que este corpo é mais um dos objetos presentes no harém.

Mas as associações culturais não param por aí.  O corpo da mulher na obra marroquina lembrou-me também do documentário que Ayaan Hirsi Ali e seu sócio o cineasta Theo Van Gogh produziram que levou ao assassinato de Theo e à perseguição de Ayaan Hirsi Ali, escritora do livro Infiel.  Neste documentário (que pode ser visto no YouTube)  os corpos filmados, também aparecem cobertos de dizeres, que refletem em tudo aquilo que as mulheres pensam e calam, por não terem permissão de se manifestar.  São submetidas à vida que levam sem o direito a objetarem.

 

 

Fotos do documentário mencionado acima.

Portanto, é natural que a belíssima obra de Essaydi tenha me movido e a todos que tiveram oportunidade de observá-la.  Não é só uma obra de grande finesse no tratamento da fotografia e uma  de revolta quieta, de denúncia, como só uma mulher que cresceu, viveu ou recebeu essa cultura de herança poderia fazer.  Vale a pena considerar a obra de Lalla Essaydi.  Procure por ela na internet.  Você ficará encantado com a beleza e a força de suas imagens.

 

 

 

NOTA:

Este texto é um trabalho em andamento…. parte de futura publicação —  Notas da história da arte: observações aleatórias das salas de aula

©Ladyce West, Rio de Janeiro, 2024

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Ladyce West é uma historiadora da arte.  Em sua vida acadêmica, antes de abrir uma galeria de arte e antiquário, dedicou-se ao estudo do surrealismo belga.  Seu livro: Humor, Wit and Irony in the Works of Belgian Surrealists, baseado em tese da Universidade de Maryland, está em processo de tradução para o português. 






Tânger, a cidade vista por Tahar Ben Jelloun

7 05 2016

 

 

Henri_Matisse,_1911-12,_La_Fenêtre_à_Tanger_(Paysage_vu_d'une_fenêtre_Landscape_viewed_from_a_window,_Tangiers),_oil_on_canvas,_115_x_80_cm,_Pushkin_MuseumVista de Tânger pela janela, 1912

Henri Matisse (França, 1869-1954)

óleo sobre tela, 115 x 80 cm

Museu Pushkin, Moscou

 

 

“Cidade enfeitiçadora, ela amarra qualquer um contra um eucalipto com velhas cordas que marinheiros distraídos esqueceram no cais do porto; ela segue como uma perseguição; fica-se obcecado por ela como em uma paixão para sempre inacabada; fala-se dela; acredita-se que sem ela toda vida é enfadonha; tem-se necessidade de se saber o que está acontecendo, persuadido de que nada de essencial acontece.

Tânger é como um encontro ambíguo, inquieto, clandestino, uma história que esconde outras histórias, uma revelação que não diz toda verdade, um ar de família que envenena a sua existência desde que você se afasta; e você sente, então, que tem necessidade dela sem jamais conseguir saber por quê.”

 

 

Em:O último amigo, Tahar Ben Jelloun, Rio de Janeiro, Bertrand:2006, p.43

 





Resenha: “O último amigo” de Tahar Ben Jelloun

5 05 2016

 

 

CPH60817Dois amigos, com texto de Cícero sobre amizade, c. 1522

Jacopo Pontormo (Itália, 1494-1557)

óleo sobre madeira, 88 x 68 cm

Fondazione Giorgio Cini, Veneza, Itália

 

 

Aviso aos leitores: nem sempre o tema de um livro é aquele abertamente citado pelo autor ou sugerido pelo título. O último amigo é uma joia, uma obra prima, de narrativa em espiral, um quase ensaio sobre a ilusão, sobre a autoilusão, sobre amizade, traição, ciúme e inveja. É um livro muito mais complexo do que suas poucas 120 páginas poderiam sugerir.

Trata-se do retrato de uma dessas amizades que nasce nos anos de escola, que se desenvolve através da juventude, que assim como seus componentes ela também amadurece, sobrevive a percalços, casamentos, exílio, e nos re-encontros através do anos parece se fortalecer, se solidificar. Sua base está na franqueza, na compreensão do outro, no conhecimento do passado em comum, no desejo generoso de que o outro seja bem sucedido, que desfrute do melhor.

 

 

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Tahar Ben Jelloun divide sua obra em três partes. Começa com uma longa e detalhada descrição de Ali, que na primeira pessoa relata o caminho percorrido pela amizade dele por Mamed. Nossa identificação com o narrador é imediata.  Sentimos que o conhecemos e por isso mesmo nos chocamos tanto quanto ele, quando seu amigo de infância o surpreende com um corte irremediável na amizade de vida inteira. Na segunda parte, temos a versão de Mamed sobre essa mesma amizade.  Também descrita na primeira pessoa e curiosamente mostrando outros fatos outro enfoque nos eventos que marcaram o relacionamento desses dois amigos. É aí que sabemos de sua decisão de cortar os vínculos fraternais entre ele e Ali. Na terceira parte temos o testemunho de Ramon, uma amigo dos dois protagonistas, mas não tão chegado a eles.

A amizade é o tema. Tanto Ali quanto Mamed professam profundos sentimentos um pelo outro.  Nas narrativas de ambos sabemos dos gestos magnânimos e sacrifícios que cada um fez em nome dessa amizade. Mas no tecido do texto, no forro desse longo relacionamento encontra-se outro sentimento: a inveja.  Inveja que Mamed chama ciúmes. E é ela que acaba por corroer o laço entre eles. Mamed não esconde esses sentimentos rasteiros em seu depoimento: “Acontecia de eu ficar com ciúmes de Ali também, porque ele era mais culto do que eu, porque vinha de uma família quase aristocrática, porque era mais bonito e que, graças a seu casamento, tinha ficado rico.” [96-7]. E mesmo que ao cortar os laços de amizade que tem com Ali imagine, ou diga tratar-se de generosidade, essa ação não esconde a fraude de seus próprios sentimentos.  Pois só a ilusão de uma boa ação poderia justificar para si mesmo a traição que comete, interferindo na amizade de longa data. A desculpa é fraca.

 

Tahar Ben JellounTahar Ben Jelloun

 

Jean Cocteau é conhecido por ter dito que “A felicidade de um amigo deleita-nos. Enriquece-nos. Não nos tira nada. Caso a amizade sofra com isso, é porque não existe.”  Acredito que este seja o retrato do que se passa aqui. Mamed tinha emocionalmente uma estatura pequena e não conseguiu honrar os sentimentos de seu único e exclusivo amigo.

Este é um grande livro numa pequena aparência.  Tornou-se um de meus favoritos, e por isso recomendo a todos que gostam de pensar um pouco, de explorar a natureza humana, de se envolver num debate interno e julgar se o ato de Mamed é um gesto de amizade ou de traição.  Aqui esta a minha opinião.  Talvez você tenha uma opinião diversa.  Leia-o.





Imagem de leitura — Cláudio Bravo

25 04 2011

Sem título

Cláudio Bravo (Chile, 1936)

Óleo sobre tela

Cláudio Bravo nasceu em Valparaiso, Chile em 1936. Estudou no colégio Santo Inácio em Santiago.  Estudou arte sob a direção de Miguel Venegas Cifuentes e fez sua primeira exposição individual quando tinha 17 anos.  Emigrou primeiro para a Espanha, onde ganhou fama com retratista.  Mais tarde mudou-se para Tangier, no Marrocos, onde mora até hoje.   É um pintor realista, hiper-realista como se autodenomina, cujas naturezas mortas com freqüência são confundidas com fotografias de tão perfeitas suas pinceladas e seu conhecimento da luz.  É também um retratista extraordinário.  Talvez um dos pintores chilenos melhor conhecidos no exterior.





Os melhores filmes para mulheres de Oprah

24 11 2008

 

Walt Disney

Ilustração: Walt Disney

 

A revista Oprah selecionou o que acredita serem os melhores 20 filmes para mulheres.  Aqui está a lista dos 10 primeiros filmes.  Diga-me se você concorda

 

 

1 – Marocco (1930)  No Brasil: Marrocos

 

Amy Jolly (Marlene Dietrich) é uma cantora de boate que ruma de navio para o Marrocos. Durante a viagem ela conhece o rico e sofisticado Monsieur La Bessiere (Adolphe Menjou), que lhe oferece “ajuda” neste país estranho. Logo que chegam ao Marrocos Amy arruma trabalho como cantora em um café, onde se mistura à elite com oficiais e soldados da Legião Estrangeira da França. Marlene Dietrich seduz homens e mulheres com sua apresentação na boate Mogador.  E também quando se deixa levar pela paixão pelo legionário estrangeiro representado por Gary Cooper.  Direção:  Josef von Sternberg, com Gary Cooper, Marlene Dietrich, Adolphe Menjou

 

 

2 —  Camille (1936)  No Brasil: A dama das camélias

 

Inspirado em história de Alexandre Dumas Filho  foi sucesso numa adaptação teatral. Greta Garbo é a escolha ideal para a cortesã mais famosa do mundo, uma mulher arrebatadora, que sacrifica tudo por amor.  Este filme deu à Greta Garbo indicação ao Oscar de Atriz e prêmio de Melhor Atriz pelos Críticos de Nova York. Direção: George Cukor, com Greta Garbo, Robert Taylor, Lionel Barrymore, Elizabeth Allan.

 

 

3 – Notorious (1946) No Brasil: Interlúdio

 

Alfred Hitchcock dirige Ingrid Bergman nesta história passada no Rio de Janeiro:  Ingrid Bergman e Cary Grant,  representam o casal impossibilitado de se apaixonar.  Ela é filha de um espião alemão preso pelo governo dos EUA e, para evitar a morte do pai, é obrigada a ajudar o governo americano a prender inimigos mais importantes. Ele é um agente do governo que vai comandar a operação, monitorando para que tudo saia nos mais perfeitos moldes planejados.  Direção: Alfred Hitchcock, com Cary Grant,  Ingrid Bergman, Alicia Huberman, Claude Rains.

 

 

4 – The French Lieutenant’s Woman (1981)  No Brasil:  A mulher do tenente francês

 

Baseado no romance de John Fowles, com roteiro de Harold Pinter (indicado para o Oscar por este trabalho).  Retrata a história passada na Inglaterra vitoriana, quando um aristocrata decide deixar a noiva de família nobre  para ficar com uma jovem discriminada pela sociedade. No presente, a mesma história é interpretada no cinema por dois atores que vivem um romance proibido fora das telas. Indicado para seis categorias do Oscar, incluindo melhor filme e atriz (a terceira indicação de Meryl Streep).  Direção: Karel Reisz, com Meryl Streep, Jeremy Irons, Hilton McRae, Emily Morgan.

 

 

5 – The English Patient (1996)  No Brasil:  O Paciente inglês

 

Baseado no romance de Michael Ondaatje com o mesmo título.  Durante a Segunda Guerra Mundial, uma enfermeira cuida de um homem vitimado por terríveis queimaduras. Em seu leito de morte, ele relembra seu passado e um tórrido romance que teve com uma mulher casada. Direção de Anthony Minghella, com Ralph Fiennes, Kristin Scott Thomas, Juliette Binoche e Willem Dafoe.  Vencedor de 9 Oscars.

 

 

6 – The Women (1939)  No Brasil:  As mulheres

 

Comédia de costumes escrita por Clare Boothe Luce.  A ação se passa nos glamorosos apartamentos da alta sociedade de Manhattan.  O filme mostra um enfoque ácido das vidas de esposas ricas e poderosas.  Durante todo o filme não aparece um único homem, embora sejam muitos citados, e o tema central seja os relacionamentos das mulheres com eles. Este detalhe foi de tamanha importância, que mesmo nos quadros dos cenários ou nos porta-retratos somente figuras femininas estão representadas – até mesmo os diversos animais de estimação que apareceram eram fêmeas. A única exceção é um pôster de um touro. Filmado em preto e branco, na abertura apresenta um desfile de modas filmado em technicolor.  Direção de George Cuckor, com Norma Shearer, Joan Crawford, Rosalind Russell, Mary Boland, Paulette Goddard.

 

 

7 – Julia (1977)  No Brasil: Júlia

 

Baseado nas memórias da escritora Lillian Hellman.  Duas amigas de infância têm seus destinos completamente mudados com a vinda da Segunda Guerra Mundial e com a ascensão do nazismo. Julia, que vive na Europa, pede para sua amiga Lillian, que se tornara uma escritora famosa, que contrabandeie dinheiro para as vítimas do nazismo.  Direção de Fred Zinnemann, com Jane Fonda e Vanessa Redgrave, Jason Robards, Maximillian Schell.  Vanessa Redgrave e Jason Robards ganharam, cada qual, o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.

 

 

8 – Desperate Seeking Susan (1985) No Brasil: Procura-se Susan desesperadamente

 

Roberta uma dona de casa entediada de Nova Jersey, ocupa seus dias lendo os classificados pessoais e acompanhando pelo jornal um romance entre “Jim” e “Susan”, uma misteriosa personagem que parece levar o tipo de vida liberada com a qual Roberta só pode sonhar. Até que um dia, ela aparece em um encontro do casal na cidade de Nova Iorque… E após uma pancada na cabeça, um ataque de amnésia transforma Roberta em Susan, e conduz a loucos caminhos de intriga, risos e romance.  Direção de Susan Seidelman, com Mark Blum, Rosanna Arquette, Aidan Quinn, Madonna.

 

 

 

9 – The thruth about cats and dogs (1996) No Brasil:  Feito cães e gatos

 

Uma veterinária trabalha como apresentadora em um programa de perguntas no rádio, onde fala sobre os cuidados que se deve ter com os animais de estimação e também responde dúvidas dos ouvintes. Bem-sucedida profissionalmente mas frustrada quanto à sua vida amorosa, é surpreendida quando um agradecido ouvinte  deseja retribuir pessoalmente os conselhos ditos de uma forma fina e bem-humorada.  Quando ele pergunta como ela é, com medo de ser rejeitada, ela descreve sua vizinha, uma desajeitada modelo,  mas alta, loura e vistosa. Sem intenção de aparecer neste encontro, acaba entrando em ação quando a situação foge de controle e se complica, tanto para ela como para sua amiga.  Direção de Michael Lehmann, com Jeneane Garofalo, Ben Chaplin, Uma Thurman, Jamie Foxx.

 

 

10 – Romy and Michelle’s high school reunion (1997) No Brasil: Romy e Michelle

 

Romy e Michele sofreram um bocado na escola nas mãos do coleguinhas. Uma década depois de se formarem, as amigas resolvem ir à festa de 10 anos aparentando ser aquilo que não são para não passarem maus bocados de novo. Direção de David Mirkin, com Mira Sorvino, Lisa Kudrow, Janeane Garofalo, Alan Cumming.

 

 

Hoje o blog Batata Transgênica traz também a lista dos melhores filmes de mulherzinha.  Dê uma checada lá.