As casas na Grécia Antiga, Luiz Felipe Pondé

24 02 2025
Ilustração de como eram as casas na Grécia Antiga.

 

 

Na Grécia Antiga, você não era dono da sua casa, o dono era a linhagem, os mortos enterrados nela.

Você não podia vender a sua propriedade, porque na propriedade estavam enterrados os ancestrais, então você estava ali por enquanto, vivo, mas também ia morrer e ser enterrado ali, portanto o filho tinha que cuidar do pai e, em vista disso, ele não podia, por exemplo, decidir vender a casa. A noção de propriedade era vinculada a uma crença religiosa.

 

Em: Diálogos sobre a natureza humana: Perfectibilidade e Imperfectibilidade, Luiz Felipe Pondé, nVersos Editora: 2023





Descoberto mosaico Grego em Eretria

12 08 2024
Mosaico descoberto em Eretria de dois sátiros, provavelmente do século IV A.C.

 

 

 

Nova construção em Eretria, cidade grega ao norte de Atenas, acaba surpreendendo a todos por revelar um pavimento de mosaico do século IV A.C. que parou temporariamente a instalação de canalização de água no subsolo.

O mosaico feito de pedrinhas das cores branca, negra,amarela e vermelha, forma um grupo de dois sátiros com cabelos e barbas amarelos.  Eles são os espíritos meio homem e meio cabra associados a Dionísio, o deus grego da produção de vinho, deus da fertilidade e da folia.  Típicos de suas conhecidas representações em outras formas artísticas, um dos sátiros toca flauta dupla enquanto o outro dança.

Eretria, de acordo com alguns indícios encontrados de artesania, parece ter sido fundada no final do período Neolítico entre 3.000 e 3,500 anos passados.  Homero, autor da Ilíada e da Odisseia, menciona que Eretria foi  uma das cidades-estado que participou da Guerra de Troia, no século VIII A.C.

 

 

Mosaico encontrado em contexto com o piso.

Este não é o primeiro mosaico descoberto em Eretria.  A data associada a este mosaico dos sátiros está também em acordo com outros objetos remanescentes das construções locais todos datando de 360 a 350 A.C. O século IV foi um de grande expansão econômica local e a construção de casas luxuosas como esta estava em ascensão.

Desde o século VIII A.C. Eretria e sua irmã e rival também Chalcis se tornaram locais de grande e rico poder comercial.  Essas cidades-estado foram capazes de estabelecer colônias na costa italiana e também tiveram controle de Andros, Ceos e diversas outras ilhas do mar Egeu.

 

Essa postagem está levemente baseada no artigo do mesmo nome da revista Artnet.

 





Hábitos milenares trazidos pelos portugueses!

7 07 2015

 

 

192b04902f59d3ba9e9d9cbd82bed264A travessia de Caronte, 1919
José Banlliure y Gil (Espanha, 1855-1937)
Óleo sobre tela , 176 x 103 cm
Museu de Belas Artes de Valencia, Espanha

 

 

“Ainda persiste o hábito nas pequenas cidades do interior de colocar moedas nos olhos dos defuntos sob o pretexto de manter suas pálpebras cerradas.

O costume foi herdado dos portugueses, nos tempos coloniais, e mudou com o correr dos anos. Primitivamente se colocava um pão e uma moeda debaixo da cabeça do morto.

O pão era para mostrar que não morrera de fome. O dinheiro para entregar a São Pedro, a fim de que abrisse as portas do céu.

Os portugueses não tiraram essa superstição do nada. Veio dos gregos que acreditavam em um rio subterrâneo, separando o mundo dos vivos do mundo do além. Um cão de três cabeças, Cérbero, guardava a porta do reino da morte.

Os gregos punham moedas na boca do defunto e um bolo nas suas mãos. As moedas serviam para pagar Caronte, o barqueiro que fazia a travessia do rio. O bolo era para acalmar a fúria de Cérbero.

Como a corrupção é tão antiga quanto o homem, as famílias mais ricas enchiam a boca do finado de moedas, na suposição de que Caronte o faria passar antes dos demais defuntos.

Com o correr dos tempos, a religião dos gregos, povoada de deuses e deusas muito humanos, foi cedendo lugar a outras crenças. Mas as superstições ficaram, com algumas modificações no ritual e profunda transformação nas justificativas.”

 

Em: Notas curiosas da espécie humana, Jayme Copstein, Porto Alegre, Editora AGE:2002, p.108





Camille Paglia e o ensino dos clássicos

3 04 2015

 

 

 

Raffaello,_concilio_degli_dei_02O conselho dos deuses, 1518

Rafael Sanzio (Urbino, 1483-1583)

Afresco

Villa Farnesina, Roma

 

 

 

Sean Salai, S. J. — Na sua opinião como classicista, o que os antigos gregos e romanos nos ensinam como seres humanos?

Camille Paglia — Sigo os passos de meu herói cultural, Oscar Wilde, não concordo com a implícita suposição moralista que a literatura ou a arte “ensinam” algo para nós. Elas simplesmente abrem a nossa visão para um mundo maior, ou nos permitem ver o mundo através de uma lente diferente. A cultura greco-romana que está se afastando rapidamente da educação universitária americana, é uma das duas tradições fundamentais da civilização ocidental; a outra é a judaico-cristã. Essas tradições se entrelaçaram e se influenciaram mutuamente ao longo dos séculos, produzindo uma complexidade titânica do ocidente, tanto para o bem quanto para o mal. Ignorar ou minimizar o passado greco-romano é colocar antolhos intelectuais, mas é isso que vem exatamente acontecendo à medida que as faculdades abandonam gradualmente, a grande, cronológica, visão panorâmica da antiguidade clássica, em cursos de dois semestres, que fora enfatizada no passado. A trajetória, agora, está no “presentismo”, uma concentração míope na sociedade desde a Renascença – por falar nisso, um termo humanístico nobre, que está sendo descartado implacavelmente e substituído pela amorfa entidade marxista, “Proto-Modernidade”.

 

 

Em: “The Catholic Pagan:10 questions for Camille Paglia“, America: the national catholic review, 25 de fevereiro de 2015.

[Tradução é minha]

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Em três dimensões: Epígonus de Pérgamo (?)

5 09 2014

 

 

O gaulês morrendoO gálata à morte ou O gálata morrendo, século I ou II EC

Atribuída a Epígonus de Pérgamo (ativo no séc. III aEC)

Cópia romana de escultura grega,

Mármore

Superintendência Capitolina

Museus Capitolinos, Roma

 

Esta escultura comemora a vitória de Átalo I, governante e mais tarde rei de Pérgamo, sobre os gálatas que haviam invadido a Ásia Menor por volta de 230 aEC.