Quartel Militar, Forte de Copacabana
Eliseu Meneses de Lemos (Brasil, contemporâneo)
óleo sobre tela, 50 x 64 cm
Quartel Militar, Forte de Copacabana
Eliseu Meneses de Lemos (Brasil, contemporâneo)
óleo sobre tela, 50 x 64 cm

Felizmente consegui um tempinho para dar uma passada pela exposição de trabalhos de Aleijadinho no Museu do Forte de Copacabana: uma exposição muito melhor do que eu esperava, e por isso corro a sugerir a quem possa ir, que o faça. A exposição inclui diversas obras pequenas de Antônio Francisco Lisboa, mas verdadeiras obras-primas. Um exemplo entre muitos é a imagem de São Francisco de Gusmão, que reproduzo abaixo.

Foto do catálogo da exposição: São Domingos de Gusmão.
São Domingos de Gusmão, 1781-1790
Antônio Francisco Lisboa (Brasil, 1730-1814)
Madeira policromada, 17 cm de altura
Talvez porque algumas das peças estejam em condições de inusitada conservação, como a peça acima, guardando ainda toda a beleza da pintura e da ornamentação a ouro, esta exposição brinca com a nossa imaginação e prima por trazer mais do que as obras do nosso grande escultor, mas a sensação de uma época inteira, mostrando a importância da religiosidade no Brasil setecentista.
Ao som de música religiosa numa tonalidade bastante atraente ( alta o suficiente para ser apreciada, baixa o suficiente para não atrapalhar), a exposição começa numa sala do primeiro andar com diversas pinturas de mestres do Barroco brasileiro assim como santos, um antar, bancos de capela, e mais…

Aspecto da sala no primeiro andar, antes da exposição propriamente dita.
Depois de uma pequena caminhada, onde podemos apreciar a beleza do cenário carioca, olhando-se do Forte para a praia de Copacabana, chegamos ao segundo andar. Aí sim, a totalidade da força do trabalho de Antônio Francisco Lisboa, nos invade. Cada peça extremamente bem iluminada e ao alcance de até mesmo dos mais míopes olhos, tem seu lugar de destaque. A grande maioria é de pequenos santos, pertencendo a altares particulares, onde o drapeado dos mantos, o encaracolado dos cabelos, a posição dos pés pode ser facilmente apreciada. Não são obras monumentais, assim podemos estabelecer um relacionamento íntimo com cada qual.

Santa Bárbara, 1791-1812
Antônio Francisco Lisboa (Brasil, 1730-1814)
Cedro, sem policromia, 68 cm de altura.
A exposição é completada por reproduções de documentos do Arquivo Público Mineiro, onde podemos ver a assinatura do mestre escultor; com anedotas da vida diária e algumas interessantes comparações entre ele e Michelangelo; documentos, um belíssimo catálogo com um preço mais do que amigo.
Em suma, perderá um boa oportunidade para se enriquecer, quem por qualquer motivo faltar à esta exposição. Vá! Não perca!
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Serviço:
Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana
Av Atlântica, Posto 6,
Copacabana Rio de Janeiro-RJ Brasil CEP 22070-020
Tel: +55 21 2521-1032
Exposição: “O Aleijadinho e a Religiosidade Brasileira” — até 14 de junho de 2009.
Curador: José Marcelo Galvão de Souza Lima
Quando: 15/05 a 14/06/09 (terça a domingo)
Horário: 10 às 20h
Entrada
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
– Meia entrada: estudantes com carteira e maiores de 60 anos;
– Isentos: maiores de 65 anos, crianças até 10 anos, portadores de necessidades especiais e grupos escolares agendados.
Foi muito feliz a idéia de se colocar uma filial da Confeitaria Colombo — este centenário estabelecimento no Rio de Janeiro — dentro do Forte de Copacabana. A razão é simples: além dos quitutes gostosos pela qual a confeitaria ficou famosa, é possível apreciar um bom copo de vinho, uma xícara de café com leite, ou os doces portugueses à base de ovos. Além destas iguarias há saladas e entradas sofisticadas. Nos sentamos às mesas, cada qual com seu guarda-sol, sediadas no terraço, à beira d’água e vislumbramos a bela natureza carioca à sombra das amendoeiras vistosas. Esta mesas permitem que nos sentemos virados para a famosa praia de Copacabana.O incrível é que apesar de estar só a uns cem metros da orla propriamente dita, o barulho do trânsito, vindo da avenida Atlântica, desaparece a medida que subimos a pequena ladeira nos aproximando do Forte. Ao cair da tarde, naquela hora da incandescência dos carros e dos postes de luz, naquela hora em que o colar de pérolas de Copacabana se revela de encontro ao céu azul-rei dando início a uma noite estrelada, há uma mágica sem igual. Não há como não nos perdermos no encanto da paisagem que nos mostra não só os edificios à beira-mar, mas o perfil escuro das montanhas que os protegem.
Mais próximo ao Forte de Copacabana vemos as luzes se acenderem iluminando o interior das casas que sobem o morro do Cantagalo, como luzinhas de uma árvore de Natal e ao fundo no horizonte podemos ver as grandes massas de granito que formam o Morro da Urca e o Pão de Açúcar, com seus bondinhos a subir e descer levando turistas brasileiros e estrangeiros a bordo. Mais a direita, vemos então, as praias de Itaipu e Itaipuaçu longínguas. Elas também se enfeitando com as pérolas noturnas das luzes à beira mar mas do outro lado, na outra beira da entrada da baía de Guanabara.
Não me canso de visitar este local. De manhã ou à noite, eu e muitos outros nos quedamos embasbacados com a beleza deste encontro entre a civilização e a natureza exuberante do Rio de Janeiro! Fascinados com o aconchego desta paisagem tropical!
