O grupo de leitura PAPALIVROS comemora sua 19ª festa de fim de ano… Com direito a espumantes, festa encomendada, vista para o mar, e votação dos melhores do ano! VIVA! O grupo fará 20 anos de atividades ininterruptas em abril de 2023!

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O escritor Francisco Azevedo com o Grupo de Leitura Ao Pé da Letra, 24/09/2017.
O grupo de leitura Ao Pé da Letra teve o prazer de contar com a visita do escritor Francisco Azevedo, cujo livro Os novos moradores, lançado em junho deste ano, e já em sua segunda edição, foi a leitura escolhida para discussão no mês de setembro.
Seu terceiro romance, precedido por Arroz de Palma, Editora Record: 2008 e Doce Gabito, Editora Record: 2012, tem todas as marcas de um grande sucesso. Situado no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro ele se desenrola entre os ocupantes de duas casas geminadas na rua dos Oitis. Enquanto a casa de cor cinza é habitada por uma família severa cujos membros são emocionalmente distantes uns dos outros, a outra, amarela, tem como residente uma família amorosa e alegre. O relacionamento entre as famílias surge através dos filhos que com isso trazem para o âmago de cada núcleo familiar experiências e acontecimentos imprevisíveis.

O grupo de leitores se deliciou com a franqueza, modéstia e simplicidade do autor, que dividiu com os presentes sua maneira de escrever, explicou como as ideias se desenvolvem e abriu o leque de reações dos leitores aos seus livros, principalmente a este último, que trata de assunto familiar espinhoso. Francisco Azevedo foi espontâneo, e mostrou grande senso de humor ao se surpreender e divertir, aqui e ali, com a reação dos leitores a personagens, fatos e soluções de problemas encontrados no texto.


Foi sem sombra de dúvida uma noite memorável para os leitores. Agradecemos a presença de Francisco Azevedo e sua esposa Edvane. Aprendemos muito sobre o processo criativo e a maneira como sincronicidade parece agir em torno de uma criação literária, tornando-a quase inevitável. Um grande abraço de todos do Ao Pé da Letra, desejo de muito sucesso ao escritor e até o próximo encontro. Esperamos vê-lo quando seu próximo romance sair do prelo!
Encontro do Grupo de leitura Papalivros com o escritor Francisco Azevedo, 20/08/2017.
De vez em quando o grupo Papalivros tem uma noite memorável como a deste domingo. Inesquecível talvez seja a melhor descrição do encontro com o escritor Francisco Azevedo, autor do queridíssimo romance Arroz de Palma, favorito do público brasileiro. Discreto, quase tímido, o autor teve a gentileza de conversar sobre seu novo romance, Os novos moradores, lançado em junho deste ano pela editora Record e lido pelos 22 membros do grupo.
Ouvi-lo contar sobre o desenvolvimento da trama, sobre personagens entrando e saindo de aventuras como seres independentes da própria vontade do escritor, tê-lo como intérprete de passagens, dividindo conosco a experiência de resolver pequenos empecilhos ao longo da escrita, tornaram a leitura de Os novos moradores muito mais rica do que poderíamos imaginar, mesmo num romance cuja história complexa e transgressora, parece tão bem costurada.

Quem vê Francisco Azevedo, modesto, despojado, possuidor de uma linguagem poética fluente não imagina que seus livros possam contar histórias de famílias, como as nossas, como aquelas de nossos vizinhos, amigos ou de nossos avós, e simultaneamente inserir nessas tramas, prudentes e confiáveis, elementos violadores de valores tradicionais que nos fazem questionar nossos próprios preconceitos. É uma arte. E aprendemos muito com o autor.
Foi um prazer ter Francisco Azevedo entre nós. E desejamos a ele muito sucesso com mais este romance, passado no Rio de Janeiro.
LIVROS DO AUTOR:
Arroz de Palma, Editora Record: 2008
Doce Gabito, Editora Record: 2012
Os novos moradores, Editora Record: 2017
Encontro do Grupo de Leitura Papalivros, com o escritor Ronaldo Wrobel, 19/06/2016.
Foi uma noite especial para o Papalivros. A visita do escritor Ronaldo Wrobel, a dois dias do lançamento oficial do livro O romance inacabado de Sofia Stern, gerou uma conversa estimulante sobre o processo criativo [lançamento no RJ: Livraria da Travessa, Shopping do Leblon, dia 21 às 19 horas, aberto ao público].
Uma coisa é ler. Outra é ouvir do escritor os porquês das escolhas que fez como autor: localização, época, personagens. O que foi cortado, o que foi detalhado, o que existe no mundo em que vivemos e o que vem da imaginação do autor são perguntas, divagações, que durante a leitura raramente fazemos mas que estão presentes no dia a dia do escritor.
Saber que um manuscrito de mais de quatrocentas páginas vai para o prelo com um pouco mais da metade, porque o autor cortou “na própria carne” para tornar seu texto mais enxuto, é surpreendente.
Por todos os detalhes que dividiu conosco do processo criativo, o grupo Papalivros está grato a Ronaldo Wrobel pela franqueza, carinho, gentileza, cuidado e sobretudo o excelente humor com que nos tratou.
Fica a recomendação da leitura: O romance inacabado de Sofia Stern, Ronaldo Wrobel, Editora Record: 2016.
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Margarida e Pato Donald vão à galeria de arte, ilustração de Walt Disney.–
Inscrições abertas: http://pinacoteca.org.br/
Abriu ontem dia 10 de setembro a exposição A CHINA DOS CAMPONESES na galeria de arte F Mourão no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. Esta exposição reúne 70 aquarelas e guaches feitos por pintores camponeses da China contemporânea. Estes artistas plásticos das regiões de Huxian, Hunan e Yunnan são a segunda geração de um plano de educação nas artes plásticas do governo chinês.
Apesar da arte da aquarela ter nascido na China e de ter sido até o início do século XX a forma favorita de expressão na pintura, com a chegada da revolução comunista a arte da aquarela foi completamente abandonada, vista como um passatempo dos nobres, dos ricos e um símbolo da decadência burguesa. Obsoleta. Toda a tradição milenar da aquarela na China nas suas formas mais tradicionais só sobreviveu pelos esforços da Ilha de Formosa.
Mas, a partir de um evento insiginficante, quando uma represa em construção foi desenhada por seus peões para que pudessem diariamente ver o progresso da construção surgiu entre os diversos comitês burocráticos chineses dos anos 50 a idéia de se treinar estes camponeses para que fizessem cartazes de propaganda do governo de Mao. Assim professores foram levados até estas regiões exclusivamente agrárias no sul da China para ensinar a estes campesinos a desenhar. Foi uma maneira interessante de ocupar os camponeses chineses e de melhorara suas condições financeiras já que poderiam usar suas horas livres principalmente no inverno, aquela estação monótona e caseira quando a colheita já acabara e ainda não se iniciara o plantio, para produzirem mais para o país.
Surgiram então os grandes cartazes chineses, uma arte à parte, que mesmo existindo até hoje aos milhões são itens de bastante procura no mercado de colecionadores de efêmera.
Com a queda de Mao e com o afrouxamento das regras políticas na cultura, não só estes camponeses deixaram de ter trabalho como artistas gráficos para os cartazes de propaganda governamental, como também tiveram uma abertura na função de suas artes. Novos professores dos grandes centros culturais foram escolhidos para dar aulas a estes camponeses e com isto surgiu a pintura camponesa, que é na verdade, semelhante a uma pintura naïf ou folclórica, nos anos 60 e 70.
Estas pinturas começaram por mostrar o mundo ideal em que os camponeses viviam, com colheitas abundantes, pesca generosa e vida diária organizada. Foram e são aquarelas marcadas pelas cores vibrantes pelas perspectivas inusitadas e pela felicidade. Estas aquarelas foram uma das primeiras maneiras de se trazer a cultura chinesa para fora da China depois da abertura comercial do país.
Hoje, nesta exposição principalmente, estão representados artistas na sua maioria participantes da segunda geração de artistas campesinos. Estes, na sua maioria ainda dividem seu tempo entre o campo e a arte, mas os mais populares já conseguem se dedicar exclusivamente à arte das aquarelas.
Talvez porque tenham começado a serem treinados para as artes gráficas os trabalhos destes artistas têm até hoje uma forte afinidade com as artes gráficas. Objetos, pessoas, plantas, animais são claramente delieneados. Todos os trabalhos são também bastante coloridos.
Na CHINA DOS CAMPONESES há três estilos diferentes de trabalhos todos produzidos nas mesmas circunstâncias e resultado dos mesmos esforços governamentais. São as cenas agrárias e bucólicas, o retrato de pessoas, principalmete o de mulheres que mostra algumas afinidades com a tradição da vida dos nobres chineses e também a arte de uma minoria da região de Yunnan, próxima ao Tibete, cujo princiapl meio de comunicação visual é e era o batik. Com técnicas desenvolvidas para reproduzir no papel os efeitos conseguidos no batik eles chegam a formas femininas sobre um fundo complexo de desenhos abstratos.