Trova [Quadrinha] para o Dia dos Pais

12 08 2012

Ilustração, autoria desconhecida.

O dia em que eu ficar homem,

Como o Papai quero ser:

Trabalhador e honesto,

Cumpridor do meu dever.

(Walter Nieble de Freitas)





Herança Paterna — poema de Vicente de Paula Reis, pelo Dia dos Pais

3 08 2011




Herança paterna

                                      Vicente de Paula Reis

De meu pai, como herança que bendigo,

Recebi, neste vale de amargura,

Um tesouro do qual não me desligo

E o guardo avaramente, com ternura.

Escudando-me nele é que consigo,

Tornando a minha vida menos dura,

Impávido, vencer qualquer perigo,

Sobrepondo-me à própria desventura.

Essa herança, meu pai, que me legaste,

Tem suavizado muito a minha vida,

Dos espinhos do mundo mal ferida!

E essa prenda moral, que me deixaste,

É toda essa riqueza de ser pobre!

É toda essa grandeza de ser nobre!

Vicente de Paula Reis ( Rio de Janeiro 1895-?) Professor de português do Colégio Pedro II e jornalista com colunas em diversos periódicos do Rio de Janeiro.

Obra:

Esparsos, poesia, s/d





Comemorando o Dia dos Pais com um desenho do Pica-pau

8 08 2010





Quadrinha infantil para o Dia dos Pais

4 08 2010

Pai – nome bem pequenino

Que encerra tanto valor:

Traduz confiança, carinho,

 Força, bondade e amor.

(Walter Nieble de Freitas)





Em caminho, poesia de Zalina Rolim para o dia dos pais

8 08 2009

 plantanto na fazendo cg 1939

 Capa de revista, 1939

EM CAMINHO

 

                                                 Zalina Rolim

 

 

SOU filha de lavradores;

Moro longe da cidade;

Amo os pássaros e as flores

E tenho oito anos de idade.

 

Quereis seguir-me à campina?

A tarde convida e chama,

O calor do sol declina,

E o horizonte é um panorama.

 

Neste samburá de vime

Levo coisa apetitosa;

mas, ai! que ninguém se anime

A meter-lhe a mão curiosa.

 

É o jantar do papaizinho;

Manjares de fino gosto;

Carne, legumes, toucinho,

Tudo fresco e bem disposto.

 

Papai trabalha na roça;

O dia inteiro labuta;

Tem a pele rija e grossa

E a alma afeita à luta.

 

Mas leal, franco, modesto

Como ele, não há no mundo:

Vive de trabalho honesto,

Cavando o solo fecundo.

 

Acorda ao nascer da aurora,

Abre a janela de manso,

E o campo e os ares explora

Da vista aguda num lanço.

 

Depois, nos ombros a enxada,

Abraça a Mamãe, sorrindo,

Beija-me a face rosada

E vai-se ao labor infindo.

 

Em casa também se lida

Daqui, dali, todo o instante,

Que o trabalho é lei da vida

E nada tem de humilhante.

 

Depois do trabalho, estudo;

Abro os meus livros e leio;

Eles me falam de tudo

O que eu desejo e receio.

 

Contam-me histórias bonitas,

Falam da terra e dos ares,

De vastidões infinitas,

De rios, campos e mares.

 

Mamãe diz que são modelos

De amigos leais e finos;

Que a gente deve atendê-los

Como aos maternais ensinos.

 

E agora, adeus, até breve.

Eis-me de novo a caminho:

Não esfrie o vento leve

O jantar do papaizinho.

 

 

Maria Zalina Rolim Xavier de Toledo — nasceu em Botucatu (SP), em 20 de julho de 1869.

Professora alfabetizadora transferiu-se com a família para São Paulo em 1893.

Educadora, entre 1896 e 1897, exerceu o cargo de vice-inspetora, do Jardim da Infância anexo à Escola Normal Caetano de Campos, em São Paulo.

Escreveu para diversas revistas femininas e jornais como A Mensageira, O Itapetininga, Correio Paulistano e A Província de São Paulo.

Faleceu em São Paulo, em 24 de junho de 1961.

 

Obras:

1893 – O coração

1897 – Livro das Crianças

1903 – Livro da saudade (organizado nesta data para publicação póstuma)





CORAÇÃOZINHO, poesia de Henriqueta Lisboa para o Dia dos Pais

7 08 2009

paiê

 

Ilustração Maurício de Sousa.

Coraçãozinho

Henriqueta Lisboa

Coraçãozinho que bate

tic-tic

Reloginho de Papai

tic-tac

Vamos fazer uma troca

tic-tic-tic-tac

Relógio fica comigo

tic-tic

dou coração a Papai

tic-tic-tac.

 henriqueta lisboa

 

Henriqueta Lisboa (MG 1901- MG 1985), poeta mineira.  Escritora, ensaísta,  tradutora professora de literatura,  Com Enternecimento (1929), recebeu o Prêmio Olavo Bilac de Poesia da Academia Brasileira de Letras.  Em 1984, recebeu o Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras pelo conjunto de sua obra.

Obras:

Fogo-fátuo (1925)

Enternecimento (1929)

Velário (1936)

Prisioneira da noite (1941)

O menino poeta (1943)

A face lívida (1945) — à memória de Mário de Andrade, falecido nesse ano

Flor da morte (1949)

Madrinha Lua (1952)

Azul profundo (1955);

Lírica (1958)

Montanha viva (1959)

Além da imagem (1963)

Nova Lírica ((1971)

Belo Horizonte bem querer (1972)

O alvo humano (1973)

Reverberações (1976)

Miradouro e outros poemas (1976)

Celebração dos elementos: água, ar, fogo, terra (1977)

Pousada do ser (1982)

Poesia Geral (1985), reunião de poemas selecionados pela autora do conjunto de toda a obra, publicada uma semana após o seu falecimento





DIA DOS PAIS — poesia de Giuseppe Artidoro Ghiaroni

6 08 2009

pai e filho

DIA DOS PAIS 

Giuseppe Artidoro Ghiaroni

Meu pai está tão velhinho,

tem a mão branca e comprida,

parecendo a sua vida,

longa vida que se esvai.

E eu o lembro quando moço

de uma atlética altivez.

Ah! Tinha força por três!

Você se lembra, papai?

Menino, ouvia dizer

que você era um gigante.

Eu ficava radiante

e também me agigantava.

Porque toda madrugada,

eu quentinho do agasalho,

ao sair para o trabalho

o gigante me beijava.

Sua grande mão de ferro

parecia leve, leve

naquela carícia breve

que da memória não sai.

Depois… um beijo em mamãe

e o meu gigante partia.

E a casa toda tremia

com os passos de papai.

Mas agora o seu retrato

muito moço, muito antigo,

se parece mais comigo

do que mesmo com você.

Você já lembra vovô

e, à medida que envelhece,

papai, você se parece

com mamãe, não sei por quê.

Você se lembra, papai?

Quando mamãe, de repente,

caiu de cama, doente,

era o pai quem cozinhava.

Tão grande e desajeitado

a varrer… Quando eu o via

de avental, papai, eu ria;

eu ria e mamãe chorava.

Eu quis deixar o ginásio

para ganhar ordenado,

ajudar meu pai cansado,

mas tal não aconteceu.

Papai disse estas palavras:

Sou um operário obscuro,

mas você terá futuro,

será melhor do que eu.

Eu? Melhor que este velhinho

a quem devo o pão e o estudo?

Que é pobre porque deu tudo

à Família, à Pátria, à Fé?

Meu pai, com todo o diploma,

com toda a universidade,

quisera eu ser a metade

daquilo que você é.

E quero que você saiba

que, entre amigos, conversando,

meu assunto vai girando

e no seu nome recai.

Da sua força, coragem,

bondade eu conto uma história.

Todos vêem que a minha glória

é ser filho de meu pai.

“Um dia eu fui tomar banho

no rio que estava cheio.

Quando a correnteza veio,

vi a morte aparecer.

Papai saltou dentro d’água

nadando mais do que um peixe,

salvou-me e disse:_ Não deixe!

Não deixe mamãe saber!”.

Assim foi meu pai, o forte

que respeitava a fraqueza.

Nunca humilhou a pobreza,

nunca a riqueza o humilhou.

Estava bem com os homens

e com Deus estava bem.

Nunca fez mal a ninguém

e o que sofreu perdoou.

Perdoa então se lhe falo

Daquilo que não se esquece.

E a minha voz estremece

e há uma lágrima que cai.

Hoje sou eu o gigante

e você é pequenino.

Hoje sou eu que me inclino.

Papai… a bênção, papai.

Giuseppe Artidoro Ghiaroni – Nasceu em Paraíba Do Sul, (RJ), no dia 22 de fevereiro de 1919. Jornalista, poeta, redator e tradutor;  Depois de ter sido ferreiro, “office-boy” e caixeiro, passou a redator do “Suplemento juvenil ” iniciando-se assim no jornalismo de onde passou para o Rádio distinguindo-se como cronista e novelista.  Faleceu em 2008 aos 89 anos.

Obras:

O Dia da Existência, 1941

A Graça de Deus, 1945

Canção do Vagabundo, 1948

A Máquina de Escrever, 1997





Poesia do pai, no dia dos Pais — Gentil Camargo

4 08 2009

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Ilustração de Paul Hesse.  Anúncio para pneus FISK.

 

Vocês

 

                            Gentil Camargo

 

 

É ele sim: conheço o seu passinho;

E o suave cheiro que ele tem, conheço;

Mas fecho os olhos, finjo que adormeço:

Quero sentir melhor o seu carinho.

 

O livro em que da vida inglória esqueço,

Retira-me das mãos, tão de mansinho,

—  “Papai…” me chama; e dá-me o seu beijinho,

Compensação de tudo o que padeço.

 

Depois se afasta.  Deixa-me pensando

Em quando ele for grande; e mesmo quando

Todos forem crescidos de uma vez,

 

Continuarei a vê-los bem pequenos,

Buscando até, em coisas de somenos,

A maior alegria de vocês.

 

 

 

———

 

Gentil  Eugênio de Camargo Leite (Taubaté, SP 1900- SP1983) , professor e jornalista, folclorista colaborou para jornais e revistas de  São Paulo,  do Rio de Janeiro e  do interior do estado de São Paulo: “O Norte”, “Correio de Taubaté”, “O Momento”. Recebeu por sua valiosa participação jornalística, o Diploma de Honra da A.P.I. (Associação Paulista de Imprensa) concedido em 01.05.1958.  Um dos fundadores da “Sociedade de História e Folclore de Taubaté.   Compôs várias músicas, entre elas “Taubaté tem visgo” e “Hino a Santa Terezinha”.





Uma poesia para crianças para o Dia do PAPAI.

9 08 2008
Mauricio de Sousa

Ilustração: Maurício de Sousa

 

 

 

 

Porque domingo é o Dia dos Pais.

 

 

 

Dia do Papai

 

Meu coração bate tanto

que alegria nele vai!

Estou feliz, pulo, canto:

— Hoje é o dia do papai.

 

O papai essa criatura

a quem amo com ardor,

que faz minha ventura

e me trata com amor.

 

O papai que minha vida

torna feliz, sem par,

— Ó mamãezinha querida;

Vamos o papai beijar!

 

 

Recolhi este poema do meu livro de poemas de escola.  Não tenho o autor.  Naquela época não me importava com isso.  Eu estava na segunda série primária, de uma escola pública no Rio de Janeiro, quando comecei, graças à minha professora D. Yolanda, um caderno de poesias.  Nele colocava pequenas poesias, em geral dadas pela professora. Aos poucos ela nos incentivou a copiarmos poesias de que gostássemos.   Minha avó, espertamente,  me deu um belo livro de capa dura com a palavra POESIAS em letras douradas,com páginas em branco, que tenho até hoje.  Este era o único lugar em que eu podia escrever a tinta.  Lá estão os meus garranchos a bico de pena… Foi daí que veio não só a apreciação pela poesia, mas o hábito de ler poesias sempre.