Olha o passo do elefantinho!

30 07 2009

Filhote passeia entre adultosFOTO: AFP

 

O zoológico Whipsnade, na cidade britânica de Bedfordshire, apresentou nesta terça-feira um filhote de elefante asiático. O bebê, que nasceu há seis dias (22/7/2009) pesando 126 kg, já passeia entre os adultos.

Recentemente (5/7/2009) o zoológico Taronga, na Austrália comemorou o nascimento de um outro bebê de elefante asiático, nascido com 120 kg.

 

Filhote de elefante asiático nasce com 126kg

FOTO: AFP

 

No passado esses elefantes podiam ser encontrados nos territórios que abrangem grande parte da Ásia. Hoje existem só pequenas comunidades,  espalhadas em zona florestais, por vários países: Índia, Tailândia, Bangladesh, Butão, Brunei, Camboja, China, Indonésia, Laos, Malásia, Myanmar (antiga Birmânia), Nepal, Sri Lanka e Vietname. O desaparecimento dos habitats naturais empurrou estes animais para junto das populações.

Esses elefantes se alimentam principalmente de ervas e folhas de árvore. No entanto, parecem demonstrar gostar muito de produtos da horta.  Isso causa um problema sério para as populações que vivem próximo ao habitat desses paquidermes, pequenos agricultores vêem as suas culturas devastadas, rapidamente.

 

Filhote britânico

FOTO: AFP

 

Os elefantes asiáticos atingem 3 metros de altura, têm orelhas pequenas e defesas um tanto leves. Machos e fêmeas, atingem a maturidade sexual por volta dos 14 anos.  O tempo de gestação de um bebê elefante varia entre os 18 e os 22 meses.  Ao cabo desse tempo nasce apenas uma cria.  A espécie é muito utilizada pelo homem como animal de guerra, em trabalhos florestais e como meio de transporte.

Seu único predador natural é o tigre, que na maioria das vezes ataca os filhotes, porém existem casos registrados de tigres caçarem elefantes adultos.  Em circunstâncias normais a expectativa de vida de um elefante asiático é 60 anos.

 

filhote de elefante asiatico, zoo de Bedfordshire, Inglaterra

FOTO: AFP

 

As principais diferenças entre este e o elefante-africano são: costas mais arqueadas, orelhas menores, 4 unhas nas patas traseiras em vez de 3, 19 pares de costelas em vez de 21, ausência de presas de marfim nas fêmeas.

Na religião hindu, o elefante-asiático está associado a Ganexa, o deus da sabedoria.





A crise econômica afeta os animais dos zoológicos nos EUA.

28 07 2009

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Desde abril deste ano, que a rede de notícias ABC tem dedicado algumas de suas reportagens ao sofrimento dos grandes zoológicos dos EUA a partir da crise econômica.  Com seus orçamentos sofrendo grandes cortes, não só no financiamento dos governos como nas doações de instituições particulares, os zoológicos se vêem numa situação difícil tendo que escolher entre os empregos dos funcionários ou a eliminação de alguns animais de suas coleções.  Tudo isso acontecendo justo no momento em que famílias, limitadas nos seus orçamentos por causa da crise, têm procurado os parques zoológicos como um bom entretenimento, de custo baixo, apropriado a bolsos mais esquálidos, neste período de férias de verão.  

 

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Cisnes, veados, antílopes, porcos-espinho, guanacos e morcegos, por exemplo, estão entre os animais que sairão das coleções do Zoológico do Bronx, em Nova York, que por incrível que pareça é mantido por uma das maiores instituições de preservação da natureza, a Wildlife Conservation Society.

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O zoológico do Bronx, que tem 114 anos de existência, é um dos mais conhecidos e considerados zôos do mundo, mas mesmo assim sofre com a economia periclitante no país.   Como ponto turístico de valor, sua administratção teme que a instituição venha a ser conhecida como um zoológico sem animais.   Desde que a WCS reduziu seu orçamento anual por 15 milhões de dólares, cortes tiveram que ser feitos.  O zoológico do Bronx não é o único a sofrer durante a crise.  Outros zôos dos estados de Kansas, Connecticut, Missouri, Maryland acham-se em circunstâncias semelhantes, tendo que lidar com orçamentos minguantes e gerenciamento de dietas e nutrição para seus hóspedes do mundo animal.  Além disso, qualquer corte feito não pode retirar das exposições as principais atrações para o público porque aí sim, este público deixaria de vez de visitar os parques zoológicos e contribuir para o orçamento de manutenção dessas instituições com o valor das entradas e dos gastos nas lojas de lembranças.  É uma verdadeira saia justa que cada administrador de zoológico tem que considerar.  

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Na maioria dos casos quem sofre primeiro são os humanos.  Viagens, treinamento, propaganda, serviços profissionais e almoxarifado foram reduzidos.  Depois disso, se um equilíbrio financeiro não é encontrado, são os animais que sofrem pequenos cortes.  Estes vêm em geral na redução de gastos de manutenção, com ênfase dada a uma dieta menos variada.  E alguns são escolhidos para irem para outro endereço.  

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A maioria dos diretores de zoológicos sabe que retirar animais de suas coleções dilui o valor da instituição.   Mas o que não podem aceitar é ter que se descuidarem dos animais.  Este é o limite para todos os zoológicos.  Todos vêem a segurança e a saúde de seus animais como item de primeira ordem.  Mas as instituições estão sofrendo e ver que o zoológico do Bronx, mantido pela WCS, sofre com a crise econômica tanto quanto outros zôos, está soando um sinal de alarme para toda a sociedade americana.  

Fontes:

ABC  — 30/4/2009

ABC  — 11/7/2009





Novo sagui descoberto na Amazônia

7 07 2009

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Pesquisadores descobriram uma nova subespécie de macaco numa parte remota da Floresta Amazônica, disse um grupo de conservação da vida selvagem com sede nos Estados Unidos na terça-feira. O macaco recém-descoberto foi visto pela primeira vez por cientistas em 2007 no Estado do Amazonas e é parente do sagui-de-cara-suja, conhecido pelo dorso marcado, disse a Wildlife Conservation Society (WCS).

O macaquinho, que é basicamente cinza e marrom e pesa 213 gramas, recebeu o nome de sagui-de-cara-suja de Mura, numa homenagem à tribo indígena de Mura, da região da bacia dos rios Purus e Madeira, onde a nova subespécie foi encontrada. Ele tem 24 cm de altura e uma cauda de 32 cm.

“Esse macaco descrito recentemente mostra que mesmo hoje há grandes descobertas na natureza a serem feitas”, disse Fábio Rohe, autor principal de um estudo que confirmou a descoberta, em um comunicado divulgado pela WCS. “Essa descoberta deveria servir de alerta de que ainda há muito a aprender sobre os locais selvagens do mundo, embora os homens continuem a ameaçar essas áreas com destruição.”

O estudo descobriu que o macaco está sendo ameaçado por projetos de desenvolvimento da região, incluindo uma grande rodovia que atravessa a floresta, que está sendo asfaltada e poderia aumentar o desmatamento.

Fonte:  TERRA





Brasil: uma terra de plantas raras

5 07 2009

holocheilus-monocephalus, campos umidos do extremo sul do Brasil, 60 cm

Holocheilus-monocephalus, nativa dos campos úmidos do extremo sul do Brasil, chega a altura de 60 cm.

 

O livro Plantas Raras do Brasil, lançado quinta-feira passada, dia 2 de julho , identifica 2.291 espécies de plantas encontradas exclusivamente no território nacional.   O trabalho, fruto de uma parceria entre a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e a ONG Conservação Internacional, é resultado de dois anos de pesquisas que reuniram 175 cientistas de 55 instituições brasileiras e internacionais.

 Nas pesquisas, os cientistas também identificaram 752 áreas de relevância biológica para a conservação da flora brasileira e verificaram que 50% dessas áreas estão degradadas.   Segundo os organizadores da obra, a publicação poderá reacender uma polêmica entre cientistas e o Ministério do Meio Ambiente.

 Em uma lista divulgada em setembro do ano passado, o ministério relacionou 472 espécies da flora ameaçadas. No entanto, um consórcio formado por cerca de 300 cientistas afirma que há no Brasil 1.472 espécies ameaçadas.  O professor Alessandro Rapini, da UEFS, um dos organizadores da obra, diz que a situação da flora brasileira pode ser “mais grave” do que os números oficiais apontam.

 

calliandra-hygrophila,encontrada em campos rupestres da Serra do Sincorá, na Bahia.

Calliandra-Hygrophila, encontrada em campos rupestres da Serra do Sincorá, na Bahia.

 

O número total de espécies reconhecidas nesse levantamento significa cerca de 4% a 6% de todas as espécies de angiospermas (subdivisão do reino vegetal que compreende as plantas com flores) do país e, dada a área restrita de ocorrência, muitas delas podem ser consideradas ameaçadas de extinção“, comenta Alessandro Rapini.

Os autores ressaltam que o número de espécies raras e de áreas consideradas estratégicas no Brasil é certamente maior do que o apontado no livro. Isso se deve ao fato de algumas famílias não terem sido incluídas nessa edição ou não terem sido completamente analisadas devido ao grande número de espécies.

 Em 496 páginas, o livro traz um catálogo completo com informações sobre as famílias (são ao todo 108, dentre as 177 analisadas) e suas espécies detalhando dados e distribuição de cada uma, além de um acervo fotográfico com 113 imagens e um capítulo especial, sobre as áreas-chave para a biodiversidade (ACBs), organizadas por região geográfica.

 As áreas-chave para biodiversidade, ou ACBs, são lugares de relevância biológica detectados e delineados a partir da presença de espécies raras (distribuição restrita), endêmicas (exclusivas de uma determinada região) ou ameaçadas de extinção. No escopo da Convenção da Diversidade Biológica (CDB), as ACBs devem ser os alvos preferenciais dos governos para atividades integradas de conservação, pois há o compromisso global de proteger, até 2010, grande parte dessas áreas contra a degradação.

 

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Barbacenia Fanniae, tem flores cor-de-rosa e pode ser encontrada no estado do Rio de Janeiro.

A Conservação Internacional informa que, das 752 ACBs identificadas a partir da presença de plantas raras, 47% apresentam alto grau de degradação, com mais de 50% de área já alterada por atividade humana. Em contraste, somente 7,8% das ACBs possuem mais de 50% de suas áreas em unidades de conservação ou terras indígenas, indicando lacunas importantes no sistema nacional de áreas protegidas.

 O vice-presidente de ciência para América do Sul, José Maria Cardoso da Silva, co-organizador da obra, diz que a situação é preocupante. “A combinação desses dois indicadores nos traz uma mensagem explosiva: se nada for feito rapidamente, estamos produzindo um evento de megaextinção de plantas brasileiras, que pode aniquilar em poucas décadas o produto de milhões de anos de evolução e criar um embaraço diplomático para o Brasil, um dos primeiros signatários da CDB, pois o governo brasileiro se comprometeu a fazer todos os esforços para evitar a perda de espécies no país“, declara.

 

paepalanthus_globulifer, encontrada na Serra do Cipó em MG, floresce o ano todo

Paepalanthus Globulifer, encontrada na Serra do Cipó em MG, floresce o ano todo.

O professor Alessandro Rapini, lembra que o que mais preocupa os cientistas no momento são espécies raras que ainda não foram detectadas. “Correm o risco de desaparecer antes mesmo de serem descritas“, afirma.  Os organizadores da publicação estimam que o Brasil detenha 15% de toda a flora mundial.

As espécies raras não estão distribuídas de forma homogênea. Os Estados campeões em número de espécies raras são Minas Gerais, com 550, e Bahia, com 484, afirmam os pesquisadores. O lançamento do livro ocorre durante o 60º Congresso Nacional de Botânica, em Feira de Santana, na Bahia.  (UOL- Ciência e Saúde)

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Ameaças e desafios – As ameaças à flora brasileira são muitas e ocorrem nas diferentes regiões brasileiras. Vão desde o uso não sustentado de seus componentes, até a retirada total da vegetação para dar lugar à expansão da agricultura mecanizada, de pastagens e de áreas urbanas, passando pela construção de estradas e pressão imobiliária, dentre outros. Ana Maria Giulietti, co-organizadora do livro, chama a atenção para o dilema desenvolvimento x conservação, especialmente crítico no atual contexto do planeta, com a iminência do aquecimento global. “O Brasil, pela riqueza de sua flora e pelo forte contraste cultural entre os habitantes ao longo do território, precisa utilizar estratégias de desenvolvimento que contemplem a melhoria da qualidade de vida de seu povo, com a conservação da nossa biodiversidade. Assim, informações científicas e bem embasadas como as desse livro, certamente ajudarão para a proposição de providências concretas por parte do poder público para evitar a extinção das espécies de plantas no Brasil e conservar o patrimônio natural brasileiro, promovendo o uso sustentável dos recursos naturais”, enfatiza.  — (Ambiente Brasil)

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PLANTAS RARAS DO BRASIL é um projeto desenvolvido pela Universidade Estadual de Feira de Santana e a ONG ambientalista Conservação Internacional com objetivo combinar esforços de pesquisadores e instituições para identificar e mapear todas as espécies raras de plantas do Brasil e também as áreas mais importantes para a conservação dessas espécies. A primeira etapa do projeto foi concluída com a publicação do livro “Plantas Raras do Brasil”, lançado no dia 2 de julho de 2009, em Feira de Santana, Bahia, durante o Congresso Brasileiro de Botânica. As informações do livro estão organizadas aqui para que elas possam ser utilizadas por todos os setores da sociedade brasileira nos seus esforços para garantir a conservação da extraordinária biodiversidade existente no país. 





Depois dos équidnas, vejamos o ornitorrinco (platipus)…

11 06 2009

platypus8Desenho ilustrativo de um ornitorrinco.

 

Não há nada igual. Quando exemplares do ornitorrinco (Ornithorhynchus anatinus), também chamado por alguns de platipus,  foram enviados da Austrália para a Inglaterra, em 1798, causaram tamanho espanto que os cientistas britânicos consideraram se tratar de uma farsa.   Não é para menos, pois o estranho animal desfila uma lista de características inusitadas. Para começar, é um mamífero que põe ovos. Apesar de pôr ovos em vez de dar à luz filhotes vivos, o ornitorrinco é um mamífero. A fêmea alimenta os filhotes com seu leite, como os outros mamíferos, mas há uma diferença importante em relação aos mamíferos placentários: as fêmeas deste animal não têm mamilos e suas crias sugam o leite materno através dos poros existentes em meio a pelagem da barriga.

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Austrália e Ilha da Tasmânia, onde podemos encotrar os ornitorrincos.

Este curioso animal combina um couro espesso e macio que cobre todo o seu corpo protegendo-o debaixo de águas geladas.   Seu bico não é ósseo, mas coberto por uma membrana sensível.  Além disso tem um sistema sensorial usado para buscar alimentos na água.  O bico fica onde na maioria dos outros mamíferos estão o nariz e os beiços.  Com este bico o ornitorrinco, que é carnívoro, apanha no fundo dos riachos, moluscos, vermes de girinos, crustáceos, peixinhos e alguns insetos aquáticos, que são seu principal alimento. Ele usa o bico como uma ferramenta para procurar na lama sua comida. As placas córneas das maxilas são usadas para mastigar e como no pato, eles não têm dentes. Mas quando as crias dos ornitorrincos estão dentro de um ovo, possuem um dente na ponta do bico chamado dente do ovo. Com ele podem perfurar a casca do ovo. Pouco tempo depois do nascimento este dente cai.

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Seus pés, tanto os dianteiros como os traseiros têm garras. A fêmea usa as garras para cavar, na margem de um rio ou outro curso de água, um longo túnel – que às vezes chega a 1,80 m de comprimento, onde constrói o ninho. Põe de um a três ovos, de dois a 2,5 cm de comprimento. Os ovos são moles, de casca coriácea, como os das cobras e tartarugas. Quando os ovos se abrem, a fêmea usa a cauda para manter os filhotes junto ao seu corpo e, então, amamentá-los. Ela amamenta os filhotes durante quatro meses.  Neste período eles crescem bastante.  Nascem com menos de 2,5 cm e chegam a 30 cm de comprimento antes de serem desmamados. Os filhotes não têm pêlos quando nascem e permanecem no ninho durante vários meses.

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O ornitorrinco macho tem uma garra oca, ou esporão, em cada pata posterior. Os esporões são ligados a glândulas de veneno, que disparam para afugentar predadores ou competidores. O ornitorrinco arranha e envenena seus inimigos com esses esporões.

Membranas crescem entre os dedos das quatro patas do ornitorrinco. As membranas das patas dianteiras crescem muito além dos dedos, como espessas abas de pele. Os pés palmados e a cauda fazem do ornitorrinco um bom nadador e mergulhador, capaz de ficar debaixo da água por cinco minutos. Dentro da água seus olhos e ouvidos se fecham.  Quando necessita usar as garras dianteiras para cavar, o ornitorrinco dobra para trás as abas da membrana, para deixar os dedos mais livres.   Um animal adulto chega a ter 60 cm de comprimento, incluindo a cauda de cerca de 15 cm. A cauda, em forma de remo, ajuda o animal a nadar.

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Tudo isso tem aguçado, desde o século XVIII, o interesse da ciência por este  representante da ordem dos monotrematas. Estudos sobre o genoma do ornitorrinco, o estranho animal com pele, pêlos, bico de pato, rabo de castor e patas com membranas, apontaram que o animal é, ao mesmo tempo, um réptil, um pássaro e um mamífero. Agora, um grupo internacional acaba de dar a mais valiosa contribuição ao conhecimento do ornitorrinco, com o seqüenciamento de seu genoma.

Publicada na edição de 8 de maio da revista Nature, a análise revela que as características únicas do animal não se resumem ao seu exterior, mas são também destacadas geneticamente. A seqüência foi comparada com as do homem, camundongo, cão, gambá, frango e lagarto.

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Os pesquisadores descobriram que o genoma do ornitorrinco tem aproximadamente o mesmo número de genes que codificam proteínas que o genoma dos demais mamíferos – cerca de 18,5 mil. Ele também compartilha mais de 80% de seus genes com outros mamíferos cujos genomas foram seqüenciados.

Bico de pato à parte, os cientistas verificaram no genoma do animal, além de detalhes de mamíferos, características comuns aos répteis. A principal foi a presença de genes associados à fertilização de ovos. Outra é a presença de poucos receptores olfativos, diferente dos demais mamíferos.

O grupo também descobriu que o veneno produzido pelo animal deriva de duplicações em determinados genes durante a evolução, que foram herdados de ancestrais répteis.

À primeira vista, o ornitorrinco aparenta ser resultado de um acidente evolucionário. Mas, independentemente de sua aparência estranha, a seqüência de seu genoma é muito valiosa para compreender como os processos biológicos fundamentais dos mamíferos evoluíram. Comparações de seu genoma com os de outros mamíferos levarão a novas descobertas a respeito da história, estrutura e funcionamento do nosso próprio genoma“, disse Francis Collins, diretor do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano, nos Estados Unidos, que financiou parte do estudo.

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Com o seqüenciamento, poderemos identificar quais genes foram conservados, quais foram perdidos e quais se transformaram durante a evolução dos mamíferos“, disse Richard Wilson, da Escola de Medicina da Universidade Washington, um dos autores da pesquisa.

 

O artigo Genome analysis of the platypus reveals unique signatures of evolution, de Wesley Warren e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com  Este artigo foi baseado em grande parte na tradução do artigo da revista Nature divulgada pela agência da FAPESP.

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Desenho de Lewin.

NOME CIENTÍFICO: Ornithorhynchus anatinus

NOME EM INGLÊS: Duck-Billed Platypus – The platypus

FILO: Chordata

CLASSE: Mammalia

ORDEM: Monotremata

FAMILIA: Ornithorhynchidae

CARACTERÍRSTICAS:

Comprimento do macho: 40cm, mais 13 cm de cauda.

Esporões nas patas traseiras.

Período de incubação: 10 dias

Ovos: 2 ou 3 de cada vez

Maturidade: 1 ano

Tempo de Vida: 15 anos

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Équidna: um parente do ornitorrinco (platipus)

11 06 2009

echidna Équidna de nariz longo. Foto: The New York Times

 

Muse Opiang levou muitos anos de estudo para conseguir testemunhar os hábitos de um dos menos conhecidos mamíferos da terra, o équidna de nariz-longo, encontrado nas florestas tropicais da Nova Guiné. Ele próprio, um especialista trabalhando em seu doutorado na Universidade da Tasmânia, iniciou estes estudos sobre o elusivo mamífero patrocinado pela Wildlife Conservation Society e o Museu do Bronx.  Mas hoje, ele está patrocinado pelo Instituto de Pesquisas Biológicas da Papua-Nova-Guiné, que ele mesmo fundou no curso dos anos de pesquisa que dedicou ao équidna de nariz longo.

 Os équidnas são mamíferos monotremas [mamíferos que pões ovos], e são animais representativos de uma linha de transição entre répteis e mamíferos.  São compostos de tantos elementos que pertencem a diferentes grupos que lembram e são parentes dos ornitorrincos ou platipus, outro animal monotrema.   Eles põem ovos cujo aparência exterior é de couro, como acontece com os  répteis.  Mas também desenvolvem uma maneira de aleitar seus pequenos, através da pele da barriga,  pois não apresentam nenhuma teta.  É como se suassem o leite materno que alimenta a cria. 

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Muse Opiang segura um Équina de nariz longo, foto: The New York Times.

São também animais que vivem muito tempo.  Uma das fêmeas que está sendo observada pelos pesquisadores, tem aproximadamente 45 anos e ainda é fértil.  São animais muito pacíficos.  Noturnos.  Alimentam-se de invertebrados.  E têm um cérebro de dar inveja!  Grande!  Como o usam?  Não sabemos.  Os équidnas de bico-curto, mais abundantes na Austrália e por isso mesmo melhor estudados,  são capazes de variar sua temperatura corporal  entre os meses frios e quentes,  como se tivessem uma maneira de controlar seu metabolismo como numa hibernação.  

 

Para maiores detalhes leia a fonte:  The New York Times





Hahahaha!!!!! Riso surgiu de ancestral comum…

9 06 2009

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Quando os cientistas se dispuseram a encontrar as raízes do riso, alguns gorilas e chimpanzés sentiram cócegas para ajudar. Literalmente.

 Foi assim que pesquisadores fizeram uma variedade de macacos, e alguns bebês humanos, rirem. Depois de analisar os sons, concluíram que pessoas e grandes símios herdaram a risada de um ancestral comum, que viveu há mais de 10 milhões de anos.

Especialistas elogiaram o trabalho. Ele oferece evidências muito fortes de que o riso humano e o símio estão ligados pela evolução, disse Frans de Waal, do Centro Nacional Yerkes de Pesquisa com Primatas.

 

Desde o tempo de Charles Darwin que cientistas notam que macacos fazem sons característicos enquanto brincam ou quando recebem cócegas, aparentemente num sinal de interesse na brincadeira.

Já havia sido sugerido que o riso humano teria raízes nos primatas. Mas a risada primata não soa como riso humano. Ela pode ser um arfar rápido, uma respiração ruidosa ou uma curta série de grunhidos.

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Risinho, ilustração de Eloise Wilkin.

Então, o que isso teria a ver com gargalhada humana?

 

Para investigar a questão, Marina Davila Ross, da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, e colegas realizaram uma detalhada análise  dos sons evocados quando se faz cócegas em três bebês humanos e 21 orangotangos, gorilas, chimpanzés e Bonobos.

Após medir 11 características no som de cada espécie, eles mapearam possíveis relações entre cada um. O resultado parece uma árvore genealógica. Significativamente, a árvore combina com o modo pelo qual as espécies de relacionam, informam os cientistas na edição online da revista Current Biology.

Eles também concluíram que, embora o riso humano soe muito diferente das versões simiescas, suas características peculiares podem ter surgido a partir de peculiaridades partilhadas com as outras espécies e herdadas de ancestrais.

FONTE:  O Estado de São Paulo, Online





A evolução da espécie em mosquitos nas ilhas Galápagos

5 06 2009

iguana marinho, foto Penelope Curtis, NYT, AP

Iguana marinho, foto Penelope Curtis, AP.

 

Os animais das ilhas Galápagos têm sido amplamente estudados desde o tempo de Darwin, exceto os insetos, incluindo os mosquitos.  Agora, um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Leeds, na Inglaterra, baseando-se no mosquito  Aedes taeniorhynchus, uma das três espécies de mosquitos habitando o arquipélago, revela que esta espécie, que não foi introduzida  pelo homem, mas que habita as ilhas há mais de 200.000 anos, tem evoluído muito, tornando-se quase uma variedade distinta. 

Uma das descobertas  é a de que esse mosquito foi se adaptando ao sangue dos lagartos, tartarugas e outros répteis, e não se limita a alimentar-se do sangue de mamíferos como acontece com o mesmo mosquito no continente.  

Este poderia ser um problema preocupante se um vírus como o do Nilo Ocidental [West Nile vírus] chegasse às ilhas.  Pois o vírus poderia se propagar com uma rapidez inimaginável.  Os pesquisadores sugeriram então que todos os aviões e barcos que chegassem ao arquipélago fossem tratados com pesticidas, para evitar quaisquer  conseqüências de um eminente desastre ecológico.  

Fonte: New York Times





Aquecimento pode aumentar tamanho de aranhas carnívoras

16 05 2009

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Como se o aquecimento global já não nos desse motivo suficiente de preocupação, agora os cientistas afirmam que ele pode conduzir ao surgimento de aranhas maiores e possivelmente de mais exemplares em pelo menos uma espécie de aracnídeos.

Um grupo de cientistas dinamarqueses decidiu determinar se o aquecimento global poderia tornar maiores as aranhas-lobo, uma espécie carnívora e peluda que vive no nordeste da Groenlândia, já que verões mais longos significariam uma temporada de caça mais extensa. A espécie, Pardosa glacialis, não é muito conhecida e costuma ter comprimento da ordem de 4 cm de acordo com Toke Hoye, da Universidade de Aarhus, Dinamarca, um dos co-autores do estudo.

As aranhas podem viver por até dois anos e os pesquisadores constataram que, nos anos em que a primavera começa mais cedo, os animais tendem a crescer mais, em média. Por exemplo, quando a primavera chega 30 dias mais cedo do que a data costumeira, algumas aranhas desenvolvem exoesqueletos que podem ser 10% mais espessos do que a média, o que resulta em corpos maiores. Nos anos mais frios, por outro lado, foi constatada uma redução no exoesqueleto.

Ao final do estudo de 10 anos de duração, a espessura média do exoesqueleto era de 2,65 mm, cerca de 2% acima dos 2,6 mm constatados nos anos iniciais do estudo – uma grande diferença a ser registrada durante um período de estudo de apenas 10 anos, de acordo com os pesquisadores.

Fêmeas robustas
As temperaturas mais quentes também parecem estar conferindo às fêmeas uma vantagem de tamanho com relação aos machos, sugere o novo estudo. As fêmeas da espécie Pardosa glacialis tendem a ser apenas ligeiramente maiores que os machos – como era o caso em 1997, quando o degelo da primavera aconteceu por volta do 160° dia do ano.

Mas em 2005, por exemplo, quando o degelo aconteceu no 143° dia do ano, os exoesqueletos das fêmeas se provaram cerca de 2% maiores que os dos machos, em média.

Qual seria o motivo?
O motivo para que o aquecimento esteja aparentemente resultando em crescimento para essas aranhas é um mistério. A razão pode ser o fato de que as aranhas estão crescendo devido ao prolongamento de sua temporada primária de caça. Ou os verões mais longos podem estar permitindo que elas procedam à muda – o abandono de seus exoesqueletos antigos – com mais frequência, o que resultaria em crescimento maior ao longo de suas vidas. Não se sabe se as aranhas-lobo já estão nascendo maiores, já que o tema do estudo eram animais adultos.

 

 

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Ninguém faz idéia do efeito que essas aranhas maiores podem exercer sobre o meio ambiente local, disse Hoye. Mas ele está bastante certo de que as aranhas não só serão maiores como mais numerosas. Fêmeas adultas maiores provavelmente resultarão em aumento na população de aranhas, e/ou em mais crias, disse Hoye.

Pelo lado positivo, ao menos para os aracnófobos, o canibalismo é comum entre muitas espécies de aranhas. A prática ajudaria a conter o crescimento das populações, disse Hoye, especialmente se os adultos continuarem a crescer, o que tornaria os filhotes presas mais fáceis. As constatações foram publicadas pela revista Biology Letters.

 

Artigo de Matt Kaplan, para a revista National Geographic.

Tradução: Paulo Migliacci ME

Portal Terra





Inteligência de corvos intriga cientistas

14 05 2009

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Os corvídeos, uma família de aves que inclui corvos e gralhas, têm surpreendido cientistas com sua capacidade de memória, habilidade de empregar raciocínios complexos e uma capacidade extraordinária de criar e usar ferramentas. Betty, um corvo da Nova Caledônia, impressionou os pesquisadores com suas habilidades, o que foi relatado pela primeira vez no jornal Science em 2002.

 

Pesquisadores do grupo de ecologia comportamental da universidade de Oxford estavam testando como os corvos da Nova Caledônia selecionavam ferramentas. Perto deles, foram colocados um mini-balde cheio de comida dentro de um tubo e vários pedaços de arame, alguns retos e outros com pontas de gancho.

 

O objetivo era ver se os corvos escolheriam os arames dobrados para pescar os baldes. Mas Betty surpreendeu a todos quando escolheu um arame reto e usou o bico para dobrá-lo como um gancho para pegar o balde de comida.

 

Foi a primeira vez que um animal foi observado criando uma nova ferramenta para uma tarefa específica, sem um período prolongado de tentativa e erro. Cada vez mais, cientistas estão observando comportamento inteligente em corvídeos e agora estão tentando entender porque esse grupo de aves tem habilidades tão desenvolvidas.

 

Fonte: BBC  — veja VÍDEO