Nossas cidades — Itaparica

5 05 2014

João José Rescala, (1910-1990) Dia de sol em Itaparica-Bahia,ost, 40x50Dia de sol em Itaparica, BA, s/d

João José Rescala (Brasil, 1910-1986)

óleo sobre tela, 40 x 50 cm





Nossas cidades — Porto Seguro

14 04 2014

SÉRGIO TELLES (1936)Vila de casas em Porto Seguro - BA,ost, 27 X 46(1985)Vila de casas em Porto Seguro, BA, 1985

Sérgio Telles (Brasil, 1936)

óleo sobre tela, 27 x 46 cm





Hoje é dia de feira: frutas e legumes frescos

12 03 2014

adilson santos, natureza morta, 1989Natureza morta, 1989

Adilson Santos (Brasil, 1944)

óleo sobre tela, 24 x 68 cm





Nossas cidades — Salvador

10 03 2014

CARLOS BASTOS (1925 - 2004) - Casario e Igrejas no Centro Histórico em Salvador-Bahia, óleo stela, 73 x 1,00.Casario e igrejas no centro histórico em Salvador, BA, s/d

Carlos Bastos (Brasil, 1925 – 2004)

óleo sobre tela, 73 x 100cm





Quadrinha da Bahia

17 12 2012

baiana

Bahia… Voz que se exprime
num canto alegre e encantado,
pelo violão de Cayme
e a pena do Jorge Amado!…

(Augusto Astério de Campos)





Impressões sobre a festa, na Bahia, no aniversário do Imperador D. Pedro II, 1855

4 01 2011

Mural no Teatro João Caetano, 1931

[restaurado e modificado pelo próprio autor em 1964]

Emiliano Di Cavalcanti ( Brasil, 1897-1976)

óleo, 4,5m x 5,5m

Praça Tiradentes,  Rio de Janeiro

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Hoje, perambulando pelos meus livros voltei a ler algumas passagens de viajantes pelo Brasil ( uma das minhas leituras prediletas, assim como biografias) e me deparei com essa interessante descrição da festa de aniversário do Imperador D. Pedro II, celebrada na Bahia.  O texto é do Dr. Daniel P.  Kidder, que estava na Bahia na ocasião.  Ele e seu amigo James C. Fletcher escreveram O Brasil e os Brasileiros: esboço histórico e descritivo, que foi pubicado no Brasil em São Paulo, em 1941, pela Cia Editora Nacional com tradução de Elias Dolianiti.  A minha fonte, no entanto, é o livro  Coqueiros e Chapadões: Sergipe e Bahia, uma coletânea de textos  feita por Ernani Silva Bruno, com organização de Diaulas Riedel, publicado em 1959 peloa Editora Cultrix de São Paulo, capítulo de narrativa do Reverendo  norte-americano James C. Fletcher, que esteve percorrendo o Brasil como missionário,  entre os anos de 1851 e 1865.  O título dado a este texto é Ladeiras e Igrejas ( Na Bahia de Todos os Santos, 1855).  Espero que vocês gostem tanto quanto eu gostei.  A meu ver já se esboçavam muito bem algumas características bem brasileiras.  Numa época em que as mulheres ainda se vestiam com pesadas mantilhas, a festa de aniversário do imperador parece uma ocasião sem igual para abrir uma brecha nas pesadas regras sociais da época.  Note-se a mistura de raças e de classes sociais assim como a música como traço de união entre os brasileiros. 

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“A calma das noites de verão produz sempre um encantamento sobre os nossos sentidos, mas havia uma expressão especial naquele espetáculo.  Não somente o observar se podia deleitar com as variadas e engenhosas exibições de luz artificial em torno dele, como também, erguendo seus olhos para o empírio, podia aí contemplar a obra do Todo Poderoso, tão gloriosamente desdobrado nas brilhantes constelações do céu austral.

A riqueza, o luxo e a beleza das baianas nunca se ostentaram com tanta felicidade como no seio da multidão que formada de milhares de pessoas assistia e tomava parte no espetáculo.  Que melhor ocasião se ofereceria do que aquela para um espírito disposto a filosofar sobre as coisas humanas!  Da velhice até a alegre juventude, nenhuma idade ou situação da vida deixava de estar ali representada.

O militar e o civil, o titular, o milionário e o escravo, todos se misturavam em um prazer comum.  Nunca tão numerosa freqüência de elementos femininos havia sido observada, emprestando sua graça a uma festividade pública.  Mães, filhas, esposas, irmãs, que raramente tinham permissão para deixar o ambiente doméstico, exceto para comparecer à missa da manhã, penduravam-se aos braços de seus cavalheiros e olhavam com indisfarçável espanto para os encantos que mais pareciam mágica, de tudo o que viam diante de seus olhos e em volta de si.  As cabeleiras negras e ondeantes, os olhos mais negros ainda e faiscantes, de uma beldade brasileira, juntamente com sua face às vezes também levemente sombreada, mostravam-se com grande encanto, tanto maior porque não as escondiam as abas do chapéu da moda.  As dobras graciosas de suas mantilhas, ou do rico e finíssimo véu que algumas vezes as substitui, usado de maneira indescritível, por cima do largo, alto e artístico chapéu que lhe adorna a cabeça, dificilmente pode ser imitado por uma moda estrangeira.  Todavia, o forte de uma dama brasileira está no seu violão, e nas doces modinhas que ela canta acompanhando-lhe as notas.”

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O Jequitibá: poema de Sabino de Campos

10 06 2009

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O Jequitibá

Sabino de Campos

A Esmeraldo de Campos

 

Nobre Jequitibá de minha terra,

Filho de flora exuberante e forte,

Toda beleza vegetal se encerra

Em teu imenso e majestoso porte.

Sentinela de amor, velando a serra,

A cidade natal, de Sul a Norte,

O Ribeirão que, entre verdores, erra,

— Maldito aquele que te ofenda ou corte!

Glória da terra verde e dadivosa,

Alma e sangue dos filhos de Amargosa

A cujo apelo tua voz responde.

De joelhos, e mãos postas na orvalhada,

Beijo-te o tronco de árvore sagrada

E elevo o olhar ao céu de tua fronde.

Rio, 7-9-1947

 

 

Em: Natureza: versos, Pongetti: 1960, Rio de Janeiro

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Sabino de Campos, Retrato a bico de pena, por Seth, 1947.

Sabino de Campos (Amargosa, BA, 1893– ? ),  poeta, romancista e contista

 

 

Obras:

 

Jardim do silêncio, 1919, (poesia)

Sinfonia bárbara, 1932,  (poesia)

Catimbó: um romance nordestino, 1945 (romance e novela)

Os amigos de Jesus, 1955 (romance e novela)

Lucas, o demônio negro, 1956 – romance biográfico de Lucas da Feira (romance e novela)

Natureza: versos,  1960 (poesia)

Cantigas que o vento leva, 1964, (poesia)

Contos da terra verde, 1966 (contos)

Fui à fonte beber água, 1968 (poesia)

A voz dos tempos, memórias, 1971

Cantanto pelos caminhos, 1975

Autor, junto de Manoel Tranqüilo Bastos, do hino da cidade de Cachoeira, BA





A bananeira — poema de Sabino de Campos

13 02 2009

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Bananeiras, sd

J. Inácio (Brasil)

Acrílica sobre tela, 70 x 60 cm

 

A Bananeira

 

Humilde, em meio à flora, a bananeira,

Sozinha, transplantada em terra boa,

Vive ocultando à Natureza inteira

O seu destino de morrer à toa.

 

E parece feliz, bebendo as águas

Do céu, para o consolo das raízes,

Como se viessem transformar-lhe as mágoas

Nos encantos das árvores felizes.

 

O sol enche-lhe as palmas de pepitas

De ouro, na exaltação do amor violento,

E ela paneja suas largas fitas,

As folhas verdes balançando ao vento…

 

Outras vezes, a chuva, como um véu

Desatado de nuvem passageira,

Cai das vitrinas rútilas do céu

Para vestir de noiva a bananeira.

 

Noiva, mas noiva-mãe, toda pureza,

Pois sem amor, sem mácula e empecilhos,

Faz rebentar à luz da Natureza,

Na terra, em torno, a vida de seus filhos.

 

Pende-lhe, em breve, o cacho, de ouro ou prata,

Dos frutos bons…  Depois, a golpes brutos,

A bananeira cai em terra ingrata,

Pela desdita de ter dado frutos.

 

 

João Pessoa, Paraíba, 10-7- 1940

 

 

Em: Natureza: versos, Pongetti: 1960, Rio de Janeiro

 

sabino-de-campos-retrato-a-bico-de-pena-seth-1947

Sabino de Campos, Retrato a bico de pena, por Seth, 1947.

 

Sabino de Campos (Amargosa, BA, 1893– ? ),  poeta, romancista e contista.

 

Obras:

 

Jardim do silêncio, 1919, (poesia)

Sinfonia bárbara, 1932,  (poesia)

Catimbó: um romance nordestino, 1945 (romance e novela)

Os amigos de Jesus, 1955 (romance e novela)

Lucas, o demônio negro, 1956 – romance biográfico de Lucas da Feira (romance e novela)

Natureza, 1960 (poesia)

Cantigas que o vento leva, 1964, (poesia)

Contos da terra verde, 1966 (contos)

Fui à fonte beber água, 1968 (poesia)

A voz dos tempos, memórias, 1971

Cantanto pelos caminhos, 1975

Autor,  junto de Manoel Tranqüilo Bastos, do hino da cidade de Cachoeira, BA





Frei Antonio de Santa Maria Jaboatão

7 07 2008

 

Frei franciscano,

Frei franciscano por José Cisneros, Cortesia da Comissão Histórica do condado de Bexar, Texas

Aniversário de morte –  em 7 de julho de 1779, morreu em Salvador,  Frei Antonio de Santa Maria Jaboatão, um dos nossos primeiros historiadores. Brasileiro, nasceu em Santo Amaro do Jaboatão, 1695 – Recife.   Frade franciscano, professou fé,  em 12 de dezembro de 1717, ordenando-se em 1725 no convento de  Santo Antonio do Paraguaçu,  em Salvador na Bahia.  Depois voltou a Pernambuco.    Ocupou vários cargos dentro da ordem franciscana.  Foi um genealogista, historiador, orador, poeta e cronista brasileiro.  Sua principal obra é o Novo Orbe Seráfico Brasílico também chamado de Crônica dos Frades Menores da Província do Brasil (1761).  Deixou outras obras, algumas inéditas.   Entre as publicadas, (sempre em Lisboa) estão:  Discurso histórico, geográfico, genealógico, político e encomiástico, recitado em a nova celebridade, que dedicaram os pardos de Pernambuco ao santo da sua cor o B. Gonçalo Garcia ( 1751);  Sermão de Santo Antonio, em o dia do Corpo de Deus, Lisboa (1751);  Sermão de S. Pedro Martyr, pregado na matriz do Corpo Santo do Recife, Lisboa (1751);  Jaboatão Místico” (coletânea de sermões) (1761); “Catálogo Genealógico das Famílias Brasileiras” (1768).

 

Hoje: Patrono da Cadeira n° 2 da Academia Pernambucana de Letras.

 

 

 

Fonte: Dicionário brasileiro de datas históricas, ed. José Teixeira de Oliveira, ed. Vozes:2002, Petrópolis

 

 

 

Décimas

 

 

 

 

                                                           Por Colbert e Sebastião

                                                           Duas grandes monarquias,

                                                           Em Letras e Regalias

                                                           Famosas no mundo estão:

                                                           Portugal e França, são;

                                                           E sendo lá, como o é,

                                                           Primeiro o douto Colbert,

                                                           Em pontos de bom reger,

                                                           Cá também o deve ser

                                                           Um Sebastião José.

 

 

                                                           Ministros de um Reino tais

                                                           Zelosos e verdadeiros,

                                                           Assim como são primeiros,

                                                           Deviam ser imortais;

                                                           Vindo ser glórias fatais

                                                           Lá o Rei Cristianíssimo,

                                                           Cá o nosso Fidelíssimo

                                                           Por este que o Céu lhe deu,

                                                           Faz que seja por troféu

                                                           Seu governo felicíssimo.

 

 

                                                           Oh que dita singular!

                                                           Para a nossa Academia

                                                           Alto Padrão na Bahia,

                                                           Vejo a Fama levantar!

                                                            Nele se lê sem notar

                                                            Das outras as várias cenas,

                                                           Que a nossa com outras penas,

                                                           Faça eterna a sua glória,

                                                           Viva sempre na memória,

                                                           Pois tem tão grande Mecenas.