O Jequitibá
Sabino de Campos
A Esmeraldo de Campos
Nobre Jequitibá de minha terra,
Filho de flora exuberante e forte,
Toda beleza vegetal se encerra
Em teu imenso e majestoso porte.
Sentinela de amor, velando a serra,
A cidade natal, de Sul a Norte,
O Ribeirão que, entre verdores, erra,
— Maldito aquele que te ofenda ou corte!
Glória da terra verde e dadivosa,
Alma e sangue dos filhos de Amargosa
A cujo apelo tua voz responde.
De joelhos, e mãos postas na orvalhada,
Beijo-te o tronco de árvore sagrada
E elevo o olhar ao céu de tua fronde.
Rio, 7-9-1947
Em: Natureza: versos, Pongetti: 1960, Rio de Janeiro
Sabino de Campos, Retrato a bico de pena, por Seth, 1947.
Sabino de Campos (Amargosa, BA, 1893– ? ), poeta, romancista e contista
Obras:
Jardim do silêncio, 1919, (poesia)
Sinfonia bárbara, 1932, (poesia)
Catimbó: um romance nordestino, 1945 (romance e novela)
Os amigos de Jesus, 1955 (romance e novela)
Lucas, o demônio negro, 1956 – romance biográfico de Lucas da Feira (romance e novela)
Natureza: versos, 1960 (poesia)
Cantigas que o vento leva, 1964, (poesia)
Contos da terra verde, 1966 (contos)
Fui à fonte beber água, 1968 (poesia)
A voz dos tempos, memórias, 1971
Cantanto pelos caminhos, 1975
Autor, junto de Manoel Tranqüilo Bastos, do hino da cidade de Cachoeira, BA
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