Aqueduto do século XIV encontrado em Israel

13 05 2010

O arqueólogo Yahiel Zelinger mostra parte do aqueduto que foi usado por Jerusalém durante quase 600 anos
Foto: AP

 

Arqueólogos afirmaram nesta terça-feira terem desenterrado um aqueduto do século XIV que abasteceu Jerusalém por aproximadamente 600 anos. Fotografias do século XIX mostram os dominadores otomanos utilizando a estrutura construída em 1320.

O aqueduto foi encontrado durante obras de reparo em um sistema moderno de abastecimento de água. Já que os trabalhos na cidade costumam ser acompanhados por autoridades da arqueologia, os cientistas puderam vislumbrar a estrutura antiga.

Os pesquisadores afirmam ter encontrado duas das nove sessões arqueadas de uma ponte de cerca de 3 m na zona oeste da cidade antiga. De acordo com os arqueólogos, apesar de saberem que o aqueduto existia, encontrá-lo deu um vislumbre do complexo sistema de pontes utilizado por séculos para levar a água a seu destino.

Yehiel Zelinger, chefe da escavação afirma que o primeiro aqueduto da cidade data de 2 mil anos atrás, quando a população começou a buscar água em Belém, a 22 km de distância. O aqueduto encontrado foi substituído durante o período Otomano por canos de metal e então acabou enterrado.

Fonte: Portal Terra





Descoberta a fonte de água para aqueduto romano

4 02 2010
Foto: AFP

 

Há muito tempo procurava-se a fonte de água limpa que abastecia a cidade de Roma na antiguidade.  Tudo indica que finalmente, uma equipe de arqueólogos localizou a fonte de um aqueduto romano construído pelo imperador Trajano há 1900 anos. As câmaras coletoras estavam sob uma igreja a noroeste de Roma.   A implantação de água corrente na época, água limpa, foi muito importante para a saúde e a higiene da população e preservação da população.

O aqueduto, Aqua Traiana, tinha origem no Lago Bracciano, a 40 km do centro de Roma.  O sistema de transporte desta água foi inaugurado no ano 109 e era um dos onze aquedutos que abasteciam Roma, a capital do império, uma cidade que crescia rapidamente e contava com aproximadamente um milhão de habitantes na época.   

Trajano

 

O imperador Trajano governou o império romano do ano  98 ao 117 da nossa era.   Este período é considerado um dos mais prósperos da antiga Roma, que sob seu governo, desfrutou de grande estabilidade e de paz.  Trajano foi também o primeiro imperador de origem fora de Roma, tendo nascido na Espanha, na época território do império romano.   Foi no governo de Trajano que a Dácia, atual Romênia, foi conquistada. 

Fonte: BBC, Terra, e outros





Os Arcos da Lapa, por um visitante em 1807

18 08 2009

Arcos da Lapa, Heitor dos Prazeres,(1898-1966), ost, 1964, Samba nos Arcos da LapaSamba nos Arcos da Lapa, 1964

Heitor dos Prazeres ( Brasil 1898-1966)

Óleo sobre tela

 

Às vezes um assunto fica na cabeça da gente, como um refrão de música popular que não conseguimos esquecer.    Foi isso o que aconteceu comigo e Os Arcos da Lapa.  Para me exorcizar volto ao assunto, 24 horas mais tarde.    Passei a tarde a procura de um ou dois textos que me lembrava ter lido, mas não sabia onde.  Bem aqui está um deles. 

 

Texto do visitante James Hardy Vaux, no Rio de Janeiro em 1807:

 

Tendo mencionado as fontes públicas – em grande número nesta cidade – não posso deixar de descrevê-las.  Em razão de haver poucas nascentes no Rio de Janeiro, a água é coletada no pico de uma elevada montanha e conduzida à cidade por um majestoso aqueduto, que atravessa um vale de muitas milhas de distância.  Ao chegar à urbe a água é distribuída pelas fontes situadas nas ruas principais.  Essas fontes, todas muito bonitas, são construídas em pedra e contam com uma grande cisterna para armazenar a água.  Essa escoa daí por umas bicas de metal fundido, muito bem trabalhado, que têm a forma de bicos de ganso, de pato e de outras aves.

 Em: Outras visões do Rio de Janeiro Colonial 1582-1808; antologia de textos, editado por Jean Marcel Carvalho França, Rio de Janeiro, José Olympio: 2000,  p. 305

 

Thomas Ender Chafariz do Largo do Moura

Chafariz do Largo do Moura, Rio de Janeiro, 1817

Thomas Ender (Áustria 1793-1875)

aquarela





Os Arcos da Lapa no Rio de Janeiro

17 08 2009

Lucia de Lima, arcos da lapa, acrílica sobre tela,Os Arcos da Lapa,  2005

Lúcia de Lima ( Brasil, contemporânea)

Acrílica sobre tela

Coleção Particular

 

 

As notícias de hoje me levaram aos Arcos da Lapa no Rio de Janeiro.  Um acidente com o bondinho de Santa Teresa me fez pensar como seria triste a vida nesta cidade sem o bondinho passeando por cima dos Arcos da Lapa, um dos locais mais interessantes e atraentes do Rio de Janeiro.   

Este não é só o símbolo da Lapa, tradicional bairro boêmio da cidade.  Mas um símbolo do Rio de Janeiro.   É,  sem dúvida,  uma das primeiras obras grandiosas da cidade.  Com o passar dos séculos obras gigantescas quase se tornaram lugar comum na cidade, com governantes derrubando morros, fazendo aterros, perfurando montanhas de granito para abrirem longos  túneis urbanos.  Tudo de um gigantismo, de uma grandiosidade, raramente igualadas em qualquer outro lugar do mundo.   

 

arcos da lapa1

 Lagoa do Boqueirão com o Aqueduto da Carioca ao fundo

Leandro Joaquim ( Brasil, c. 1738 – c. 1798)

óleo sobre madeira, originalmente para um dos Pavilhões do Passeio Público.

Museu Histórico Nacional,  Rio de Janeiro

 

 

Os Arcos da Lapa estão entre as primeiras grandes interferências arquitetônicas no Rio de Janeiro.  É a obra de maiores dimensões e maior impacto do período colonial.  Seu nome original — Aqueduto da Carioca — quase explica  sua função.  Essa construção de pedra e argamassa, em estilo romano, com dupla arcada,  42 arcos e óculos, edificada nos anos entre 1744 e 1750, trazia para o centro da cidade as águas do Rio da Carioca.

Mas por incrível que pareça, estes não foram os primeiros arcos construídos como parte do Aqueduto da Carioca.  Os  Arcos que conhecemos hoje, vieram para substituir os Arcos Velhos.  Os primeiros arcos do Rio de Janeiro foram decididos por ordem régia de 1672.  Mas só foram inaugurados em 1723,  junto com o Chafariz da Carioca.  Sua função como a dos Arcos que vemos hoje na cidade era trazer as águas do Rio da Carioca até o Largo da Carioca.   Esta obra,  bastante ambiciosa,  só começou a tomar forma no governo de Ayres de Saldanha [ e Albuquerque] (1719-26).  Mas seu traçado repleto de curvas mostrou-se imprático, sem resistência, chegando às ruínas com grande rapidez.

Foi no governo de Gomes Freire de Andrade,  último governador do Rio de Janeiro (1733 a 1763) — antes de ser criado o Vice-reinado –, que  o Aqueduto da Carioca, que hoje conhecemos, foi construido e inaugurado.

 

eletrificação do bonde_arcosOs arcos, no finalzinho do século XIX, quando os bondes foram eletrificados, 1896.

 

No final do século XIX o sistema de adução das águas do Rio da Carioca tornou-se obsoleto e o aqueduto foi desativado.  Eis que surge, então,  em 1896, a oportunidade de transformar tamanha construção em rota para o bonde elétrico, servindo assim aos moradores do bairro de Santa Teresa.  

 

O bairro possui a única linha urbana remanescente de bondes do Brasil.  A Companhia Ferro-Carril Carioca, que introduziu o serviço de bondes no bairro na década de 1870, eletrificou as linhas em 1896.  E  aproveitou a construção colonial como via de acesso ao bairro. Por ter sido feito onde corria o aqueduto, os bondes de Santa Teresa trafegam usando uma  bitola especial, bastante estreita,  de 1,10m.

 

Arcos-da-Lapa-1925

Os Arcos da Lapa, Cartão Postal, 1925.