Iceberg gigante na Costa da Austrália

25 11 2009

Um leão marinho descansa na praia, com Iceberg ao fundo.  Foto: AP

 

Cientistas da Divisão Australiana da Antártida divulgaram na terça-feira, 24 de novembro, novas imagens da passagem de icebergs pela Ilha Macquarie, 1,5 km a sudeste da Tasmânia, na Austrália.

As imagens, registradas no dia 16 de novembro, mostram um iceberg próximo da praia de Sandy Bay, na costa leste da ilha. Segundo os cientistas, é muito raro observar icebergs na região. Outras imagens já haviam sido divulgadas no dia 12 de novembro, na ocasião, os cientistas anunciaram que o iceberg tinha 500m de comprimento e estava a cerca de 8km da ilha de Macquarie.

 

Foto: AP

 

O investigador da Divisão Australiana da Antártida, Neal Young, afirmou que outros icebergs foram levados em direção ao norte pelas correntes oceânicas. No entanto, nunca tinham se aproximado tanto da ilha, onde as águas são mais quentes. Segundo os cientistas, as massas de gelo dos icebergs devem se romper e derreter rapidamente em sua ascensão ao norte.





Pescaria no Avanhandava, texto de Francisco de Barros Júnior

24 11 2009

Pescando, 1894

José Ferraz de Almeida Júnior (Brasil, 1850-1899)

óleo sobre tela, 64 x 85 cm

Coleção Particular

A minha primeira pescaria no Avanhandava foi feita em companhia de um senhor, advogado em Penápolis, e de seu filho, estudante do terceiro ano da nossa Politécnica, ambos fanáticos pescadores.

Era em maio, e as águas límpidas tinham seu nível muito baixo.  Os dourados, à montante do salto, vinham até sua borda, mas evitavam descer, certamente advertidos pelo instinto,  da quase impossibilidade de retorno.  Na corredeira rasa onde ficavam, eram fisgados com facilidade.  Para atingir esse local, tínhamos de entrar pela margem direita e atravessar o canal –mestre quase na boca do salto, com água pela cintura.  A passagem era perigosíssima, e disso fui advertido, mas pai e filho estavam acostumados a vencê-la.  Venceram com facilidade, passando de uma para outra pedra submersa, colocadas como batentes da porta desse canal.  Quando chegou a minha vez, fiquei como o Colosso de Rodes, de pernas tão abertas, que não podia comandar os músculos para prosseguir ou voltar.  Deveria, quando dei o passo, aproveitar o impulso para vencer a passagem, em lugar de estender a perna tateando, medroso de me faltar apoio.

Fiquei nessa posição sem rolar no abismo, porque quando tombava, instintivamente procurei amparar-me na vara que levava na mão direita, e esta firmou-se em alguma fenda de pedra, mantendo-me em equilíbrio.  Nessa insegura posição, passei momentos angustiosos, sentindo claramente rondar-me a morte.  Por fim, numa prece íntima implorando auxílio divino, reuni as forças que se iam esgotando e retrocedi, não sem cair sentado, com água até o pescoço.  Desisti da empresa e fiquei a ver de longe as ferradas seguidas dos companheiros que matavam os dourados com golpes das costas do facão, atravessavam-lhes nas guelras uma correia e a prendiam na cinta, prosseguindo a pescaria.  Avançavam contra a correnteza, com uma profundidade média de um metro e iam lançando a linhada para a frente.  Os dourados abocanhavam a isca, mal esta tocava a superfície, ou logo ao iniciar a descida.  Com a pequena profundidade, brigavam pouco.  Quando a carga lhes pesava, iam depositar os peixes sobre uma pedra que aflorava à superfície, e continuavam.  Quando voltaram, traziam seis dourados de três a seis palmos, e mais não pescaram pela dificuldade do transporte.

Fiz essa pescaria com esses amigos de um dia, cujos nomes, por mais que me esforce não posso recordar, e segui para Corumbá.

Regressei um mês depois com intenção de ficar em Penápolis e fazer, em tão excelente companhia, nova pescaria no lindo salto.  

Nem cheguei a ficar, pois quando me dispunha a descer a bagagem, fui abordado pelo pai do rapaz.  Estava de luto fechado.

Uma semana depois voltou com o desditoso filho e passou o primeiro passo perigoso, prosseguindo a pescaria.  Ao jovem sucedeu o que me havia acontecido, e não podendo firmar-se, rolou no abismo.  Um pescador que estava embaixo, na margem do canal, o viu tombar, sumir-se no turbilhão e surgir adiante, desgovernado, debatendo-se desesperadamente, a fronte sangrando de larga ferida.

Era tal a velocidade da descida, que, chicoteando-o com a sua linha, na esperança de fisgá-lo com o anzol, não mais pode alcançá-lo e o corpo sumiu-se entre os cachões de espuma, para só ser encontrado três dias depois, vários quilômetros mais abaixo.

Desta vez depois de inúmeras dificuldades, conseguimos um pirangueiro para a rodada.  A triste lembrança acudiu-me à memória, desde que cheguei ao majestoso salto, até que fisguei o primeiro dourado de uns três palmos.  Durante os dois quilômetros que descemos, consegui pegar quatro dourados.  Dois, mais ou menos do tamanho do primeiro, e o último de seis palmos, que brigou bastante antes de ser embarcado,.

Na volta, aludindo à tragédia, o pirangueiro, um dos que procuraram o corpo, indicou o poço onde fora encontrado já bastante atacado pelos peixes. (*)

Não tive mais vontade de pescar nesse dia, e no seguinte voltei para S. Paulo, sem aproveitar os que me restavam de férias.

 

 

(*) Recentemente soube que no mesmo passo perigoso, haviam perecido anos depois, o pai e um tio do infeliz estudante, quando aquele tentava salvar o irmão.  

Em:  Caçando e pescando por todo o Brasil, 3ª série: no planalto mineiro, no São Francisco, na Bahia, de Francisco de Barros Júnior, São Paulo, Melhoramentos: s/d, pp. 34-36

Francisco Carvalho de Barros Júnior (Campinas, 14 de dezembro de 1883 — 1969) foi um escritor e naturalista brasileiro que ganhou em 1961 o Prêmio Jabuti de Literatura, na categoria de literatura infanto-juvenil.

Francisco Carvalho de Barros Júnior, patrono da cadeira n° 16 da Academia Jundiaiense de Letras, colaborou em vários jornais e revistas e é o autor da série Caçando e Pescando Por Todo o Brasil, um relato de viagens pelo Brasil na primeira metade do século XX, descrevendo diversos aspectos das regiões visitadas (entre outros botânica, animais e populações caboclas e indígenas).

Obras:

Série Caçando e Pescando Por Todo o Brasil

Primeira série: Brasil-Sul, 1945

Segunda Série: Mato Grosso Goiás, 1947

Terceira Série: Planalto Mineiro – o São Francisco e a Bahia, 1949

Quarta Série: Norte,  Nordeste,  Marajó, Grandes Lagos, o Madeira, o Mamoré, 1950

Quinta Série: Purus e Acre, 1952

Sexta Série: Araguaia e Tocantins, 1952

Tragédias Caboclas, 1955, contos

Três Garotos em Férias no Rio Tietê, 1951, infanto-juvenil

Três Escoteiros em Férias no Rio Paraná, infanto-juvenil

Três Escoteiros em Férias no Rio Paraguai, infanto-juvenil

Três Escoteiros em Férias no Rio Aquidauana, infanto-juvenil





Um novo camaleão na Tanzânia

24 11 2009

Foto: BBC Brasil

 

Cientistas descobriram uma nova espécie de camaleão na Tanzânia.   Este é um camaleão diferente de dois outros camaleões semelhantes encontrados na mesma região.  Trata-se de uma espécie até então desconhecida. A confirmação veio após análise genética dos animais.  O novo animal recebeu o nome de Kynyongia magomberae, em homenagem à floresta de Magombera, onde foi encontrado.

 Espécies de camaleões tendem a se concentrar em áreas pequenas e, infelizmente, o habitat do qual este novo animal depende – a floresta de Magombera – está ameaçado, afirmou Andrew Marshall, do Departamento de Meio-Ambiente da Universidade de York e chefe da equipe de pesquisadores em campo. Esperamos que esta descoberta estimule os esforços para dar mais proteção a esta região e a outras próximas.

 A floresta Magombera da Tanzânia abriga ainda os macacos piliocolobus, que estão ameaçados de extinção. Por causa da tática de camuflagem do camaleão, muitas espécies passam despercebidas pelos cientistas. Ainda assim, cerca de duas novas espécies do réptil são descobertas a cada ano no mundo.

 É maravilhoso encontrar uma nova espécie desta maneira,  disse Marshall ao jornal britânico The Daily Telegraph. Trabalho na Tanzânia há 11 anos e identifiquei algumas novas espécies de árvores, mas encontrar um ser vertebrado é muito especial.

 

FONTE: Terra





Novos moluscos em mares espanhóis

24 11 2009

Foto: Agência EFE

Boas novas do arquipelágo das Canárias: pesquisadores espanhóis e cubanos,  trabalhando na costa espanhola, próximo à cidade de Santa Cruz de Tenerife, na ilha de Tenerife,  novas espécies do moluscos.

Foto: Agência EFE.

Vale lembrar que os moluscos são animais invertebrados na sua grande maioria marinhos.  Mas há também alguns de água doce ou terrestres.  Entre os moluscos mais conhecidos estão os caramujos, as ostras e as lulas. 

Foto: Agência EFE.

Das espécies  encontradas nos mares espanhóis a grande novidade são que todas se caracterizam por emitir flashes de luz quando são ameaçadas.





Filhotes fofos: o elefantinho Luk Chai

13 11 2009

filhote

 

Aqui, o filhote de elefante Luk Chai, de 4 meses, faz pose de jogador de futebol para o fotógrafo, no  Zoológico  Taronga em Sydney, na  Austrália.

Fontes:

Folha de São Paulo e minha amiga Regina, do Livro Errante.





Filhotes fofos: um rinoceronte alemão

30 10 2009

efe, rino erfurtFoto: EFE

 

Numbi, a mamãe rinoceronte, observa com cuidado a nova cria no zoológico de Erfurt, na Alemanha. O bebê nasceu com cerca de 40 kg e apareceu para o público, hoje, ela primeira vez.





Há padrão nas correntes marinhas!

4 10 2009

barco

 

Suponha que uma bolha de pesticidas ricos em dioxina tenha sido lançada à baía de Monterey. Ela poderia se dispersar rapidamente no Oceano Pacífico. Mas, horas depois, um derramamento de toxinas da mesma dimensão e no mesmo ponto poderia circular perto da costa, representando grave perigo para a vida marinha.

 As bravias águas de superfície da baía se movimentam de maneira tão caótica que uma pequena variação de lugar ou horário para uma bolha de petróleo, bóia ou ser humano que entre na água, pode ditar a direção em que será lançada.  Como determinar se  para o oceano aberto ou rumo à costa?

 Mas os resultados não são imprevisíveis. Uma equipe de cientistas que estuda a baía de Monterey desde 2000 descobriu que há uma estrutura que orienta os padrões de dispersão de suas correntes aparentemente aleatórias, e que essa estrutura muda com o tempo.

 Com a ajuda de um radar de alta freqüência que acompanha a velocidade e direção das águas, e de computadores capazes de executar milhões de cálculos rapidamente, os cientistas descobriram que um arcabouço oculto determina se os objetos são conduzidos ao oceano ou ficam na baía.

 praia vermelha de cima

 

Ao longo dos 10 últimos anos, os cientistas realizaram grandes avanços em sua capacidade de identificar e criar imagens dos mecanismos subjacentes ao fluxo do ar e da água, e de prever a maneira pela qual os objetos se moverão em meio a esses fluxos.

 Auxiliados por instrumentos capazes de acompanhar em detalhe o movimento de pacotes de fluidos e por computadores de baixo custo mas capazes de calcular grande volume de dados rapidamente, os cientistas identificaram estruturas ocultas além da baía de Monterey, e essas estruturas explicam por que aviões enfrentam turbulências inesperadas, por que o fluxo de ar em torno de um carro torna arrasto e como o sangue flui dos ventrículos cardíacos.

 Em dezembro, a revista Chaos vai publicar os resultados da pesquisa em curso para rastrear os esqueletos que se movem por sob os fluxos complexos, conhecidos como “estruturas coerentes de Lagrange”.

 “Houve uma explosão de interesse por esse campo“, disse David Campbell, editor chefe da Chaos, físico e diretor administrativo da Universidade de Boston. “O motivo para que o campo tenha atraído interesse é que os cientistas experimentais agora podem observar o surgimento dessas estruturas”.

 Os padrões de fluxo fascinam os pensadores há séculos. No século XVI, Leonardo da Vinci desenhou os vórtices que via nas águas dos rios e os vórtices de sangue que imaginava existir na válvula aórtica. Da mesma maneira que os padrões visíveis de fluxo mudam rapidamente, de forma que escapa à nossa capacidade de prever os objetos neles aprisionados, as estruturas de fluxo ocultas também se movimentam e se alteram ao longo do tempo.

 

mar e pedras

 

O conceito dessas estruturas surgiu como parte da teoria de sistemas dinâmicos, um ramo da matemática usado para compreender fenômenos complicados que mudam com o tempo. A descoberta de estruturas em ampla gama de casos reais demonstrou que elas desempenham papel chave nos complexos e caóticos fluxos da atmosfera e do oceano.

 As estruturas são invisíveis porque em muitos casos existem apenas como linhas divisórias entre porções de um fluxo que se movem em velocidades e em direções diferentes. No oceano, o percurso de uma gota de água em queda de um lado de uma estrutura como essa pode divergir do percurso de gota semelhante do lado oposto; elas tenderão a se afastar cada vez mais, com a passagem do tempo.

 “Não se trata de algo que possa ser tocado“, disse Jerrold Marsden, professor de engenharia e matemática no Instituto de Tecnologia da Califórnia, sobre as estruturas. “Mas tampouco se pode defini-las como puras abstrações matemáticas“.

 Marsden propõe, como analogia, a linha que divide a porção de uma cidade que foi atingida pelo surto de uma doença daquela que não foi. A linha não é uma rua ou uma cerca, mas ainda assim representa uma barreira física. E, à medida que o surto se expande, a linha muda de posição.

 

pedras e mar [Leme]

 

Para localizar as estruturas, os cientistas precisam acompanhar o fluxo mas não pela observação de seu percurso; o necessário é observá-lo da perspectiva das gotículas de água ou moléculas de ar que se movem como parte dele. “É mais ou menos como praticar surfe“, diz Campbell. “É preciso encontrar a onda e se mover com ela“.

 Os estudiosos que pesquisam a baía de Monterey identificaram uma estrutura coerente de Lagrange que age como uma crista móvel que separa a região da baía que envia poluentes rumo ao oceano daquela que os reconduz à baía. Eles observaram suas mudanças de posição durante 22 dias, e concluíram que, se computadas em tempo real, essas tendências poderiam ser usadas para determinar janelas de um dia de duração nas quais os poluentes causariam menos danos ao meio ambiente da baía.

 

Fonte: TERRA





A lição das árvores — Roquette Pinto

3 10 2009

Clodomiro Amazonas, Ipês amarelos, osm

Ipês amarelos, s/d

Clodomiro Amazonas ( Brasil, 1883-1953)

óleo sobre madeira

Coleção Particular

 

A lição das árvores

 

                                                                                    Roquette Pinto

 

          Se estão contentes, se o prazer estúa no coração e a alegria  canta n’alma, vão os homens arrancar os ramos e as flores que são as mães delicadas da floresta, para aumentar o gozo; e se estão tristes, se a dor soluça em cada qual, vão igualmente buscar, entre as plantas, guirlandas que sublimem as mágoas irremediáveis.

          Assim, continuamente parasitando as árvores, mal se recordam um belo dia , que não lhes dão o carinho de uma grata e filial assistência, a que todas as plantas têm direito.

          Parecem-se os homens com as crianças irascíveis que destratam a ama de leite e nunca lhe fazem a esmola de um beijo de ternura e reconhecimento.

          E elas, as árvores humildes ou majestosas, indiferentes à maldade humana, continuam a derramar, na sombra, o perdão dos seus algozes; continuam a condensar nos frutos o que dá vida e conforto aos seus tiranos; continuam a salpicar de matizes o céu que cobre o berço dos nossos filhos…

          As árvores seguem o seu destino, fazendo viver, alegrando e perdoando!

         

CandidoPortinari,PaisagemdeBrodowski,osm,colpart,SP

Paisagem de Brodowski, s/d

Cândido Portinari ( Brasil, 1903-1962)

óleo sobre madeira

Coleçãos Particular

 

           Que poema de amor jamais encontrou o homem primitivo ou o que se requintou na civilização, maior e mais desinteressado do que esse que as folhas entoam quando sopra a viração, como se fossem aqueles mesmos instrumentos de corda que os antigos entregavam aos caprichos do vento para que neles o hálito do Mundo compuzesse as infinitas canções?

          Árvores que sois o alimento, a proteção, a riqueza, a alegria ou a tristeza e até mesmo o castigo!

          Árvores que transformais o ar para que nós outros possamos respirar; que preparais para nós o azul dos céus, que agitais o meio em que nos encontramos desde o primeiro instante de nossa vida, justo é, abençoadas amigas e protetoras, que um dia vos cerquemos do nosso carinho sem interesse, da nossa festa de amor!

          A vida de cada árvore é uma lição de sabedoria, de modéstia e de fé. 

          Na cova escura em que a escondemos , ou na encosta escalavrada do penhasco, estala uma semente.  Brota então daquela humildade, daquela pequenez, toda a glória irrefreável do seu vigor magnífico.  E cresce, honesta como nasceu, sem mentir à terra que a sustenta, porque não seria capaz de receber sem dar em troca muito mais do que lhe deram.  Vive depois sem queixas e sem batalhas iníquas.  As vitórias, nas lutas, são prêmios à paciência, são vitórias do tempo, da força e da persistência.   As árvores não fogem à lei eterna do conflito universal.  Sempre as ações traem no bojo as reações.

 

Inimá de Paula (1918-1999) Paisagem ESost - ass. cie - 1980 - 40x50 cm

Paisagem do Espírito Santo, 1980

Inimá de Paula ( Brasil, 1918-1999)

óleo sobre tela, 40 x 50 cm

Coleção Particular

 

          Mas se a luta animal é feroz e sangrenta, rápida e impiedosa, os combates das árvores são lutas da elegância e da tenacidade, lutas em que o vencedor é mais o tempo do que qualquer dos contendores.  As pelejas das plantas são calmas e jeitosas; o senhor da vitória vai mostrando ao antagonista que sua guerra não é como a dos homens  — uma explosão de maldades – e sim o cumprimento de uma fatalidade sem pressas que não deprime aos que dela são vítimas, morrendo ou vencendo.

          No açodamento da conquista gloriosa foram os nossos avós e os nossos irmãos destruindo por toda parte as florestas, “fazendo ou alargando o deserto” – sem pensar um instante no futuro.  Já quase ninguém consegue um pau-brasil, árvore que todos os lares, como símbolo gracioso, deviam ter ao lado.  Sendo certo que as nossas grandes essências precisam de séculos para crescer, que pesada herança, nesse particular, nos chegou às mãos!

          Serão mais felizes os vindouros, porque hoje a consciência do que às arvores devemos faz-nos cuidar da sua garantia.

          Mas não é só a festa desse egoísmo, o que nos traz ao viveiro magnífico do Horto Florestal.  É também o sentimento profundamente bom da simpatia pela nossa Natureza individualizada nas árvores.

          Nelas contemplamos, não só as nossas doces amigas de bondade sem parelha; vemos também os suportes graciosos dos ninhos do Brasil.

          Quando, nas horas da madrugada, começa a despertar a nossa terra, ou quando no crepúsculo da tarde ela se recolhe para adormecer, é dos ramos folhudos das árvores que rompe o hino abençoado das nossas pequeninas irmãs, as avezinhas que nasceram também neste berço de sonhos e amavios.

          E quando os vendavais sacodem as frondes magníficas nós nos lembramos, vendo as árvores lutando, que elas agitam à face do infinito, uma porção do solo da nossa querida pátria que pela seiva ascendeu às folhas verdejantes.

          Árvores piedosas, tendes o segredo de erguer às nuvens um pouco da terra natal, que lição profunda e delicada sabeis dar aos nossos filhos!

 

 

Em:  Apologia da árvore, de Leonam de Azeredo Penna, Rio de Janeiro, IBDF: 1973.

edgar roquette pinto

 

Edgar Roquette Carneiro de Mendonça Pinto Vieira de Mello (Rio de Janeiro, 1884 — Rio de Janeiro, 1954)  Pseudônimos: A. Costa, Carlos Sereno, Luís Ferreira, Roquette-Pinto, Terminal, entre outros.  Diplomado em medicina, pesquisador, médico legista, poeta, contista, ensaísta, membro da Academia Brasileira de Letras.

Obras:

O exercício da medicina entre os indígenas da América (1906)

Excursão à região das Lagoas do Rio Grande do Sul (1912)

Guia de antropologia (1915)

Rondônia (1916)

Elementos de mineralogia (1918)

Conceito atual da vida (1920)

Seixos rolados Estudos brasileiros (1927)

Glória sem rumor (1928)

Ensaios de antropologia brasiliana (1933)

Samambaia, contos (1934)

Ensaios brasilianos (1941)

 

E um grande número de trabalhos científicos, artigos e conferências, publicados de 1908 a 1926, em diferentes revistas e jornais





GPS Biológico? Nas borboletas?

27 09 2009

monarch-butterfly-migration

 

 

Todos os outonos 100 milhões de borboletas monarca migram para o sul dos Estados Unidos.  Elas voam 4.000 quilômetros para se refugiarem no México do inverno rigoroso mais ao  norte.   Essas borboletas navegam na sua rota migratória de acordo com a posição do sol, e calculam o caminho de acordo com o movimento do sol através do céu.

Até recentemente acreditava-se que estas borboletas usassem algum tipo de relógio de 24 horas, que tivessem em seus cérebros.  Mas uma pesquisa publicada no jornal Science, mostra que é nas antenas das borboletas que há um forte aparato para  manter o ritmo circadiano correto.  monarch-butterfly1

 

As borboletas monarcas navegam seus vôos usando um “relógio solar” molecular.  E mais interessante ainda, os estudos sugerem que esses “relógios” exercem uma função diretamente ligada ao cérebro desses insetos, regulando o sistema central do cérebro.

MUITO MAIS INFORMAÇÔES, NO ARTIGO COMPLETO :  BBC





Descoberto vulcão horizontal pré-histórico nos Alpes italianos

26 09 2009

valsesiaValsesia, Piemonte, Itália.

 

Um vulcão pré-histórico em posição horizontal, em vez de vertical, foi encontrado na cadeia montanhosa dos Alpes italianos (Piemonte) e foi qualificado como um caso geológico único no mundo.

 Esta raridade da Terra se encontra em Valsesia, no norte da Itália, e foi descoberta por dois cientistas, o italiano Silvano Sinigoi, professor de petrografia na Universidade de Trieste, e o americano James Quick, pró-reitor da Universidade Metodista de Dallas, informaram os meios de comunicação italianos.

Há vinte anos, os dois estudiosos começaram as pesquisas nas rochas da zona e intuíram que ali havia um vulcão fóssil, que esteve ativo há 288 milhões de anos.

 

valsesiamapa

Mapa da região de Valsesia.

 

A confirmação do descobrimento chegou há alguns meses, quando os tipos de material geológico recolhidos pelos cientistas foram analisados pelas máquinas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e de Canberra, na Austrália.

As análises, que se basearam sobre a relação entre o chumbo e o urânio dentro os cristais de zircônio, mostram que todas as rochas do vulcão têm a mesma idade. E em lugar de ser vertical, é horizontal, pois “desabou” quando chocaram as placas tectônicas da Europa e Ásia, há 50 milhões de anos.

Além disso, se descobriu que, há 288 milhões de anos, o vulcão expeliu de 300 a 500 quilômetros cúbicos de material terrestre, que obscureceram o céu e provavelmente mudaram o clima da Terra.

 

FONTE: Estadão