Quadrinha sobre as queimadas

27 11 2011

De tudo um pouco faltando,

a coisa ficando preta:

são queimadas acabando

Fauna e Flora do Planeta!

(Zé de Souza)





Meio ambiente um passo na direção certa: renovação da ponte Blackfriars em Londres

23 11 2011

Ponte Blackfriars em Londres tem cobertura de painéis para energia solar.

Uma estação de trem construída sobre o rio Tâmisa, em Londres, está prestes a se tornar a maior ponte solar do mundo, com a instalação de 4,4 mil painéis solares em seu telhado.  A Ponte de Blackfriars, construída em 1886, tem 281 metros de comprimento e serve de fundação para a estação de trem de mesmo nome, que está em processo de  reforma.   O novo telhado, que será adicionado à estrutura original da ponte, terá mais de 6 mil m² de painéis solares, criando, assim, o maior sistema de captação de energia do sol em Londres.

 Trabalhadores colocando painel solar no telhado.

A previsão é que os painéis solares, que começaram a ser instalados em outubro, gerem em torno de 900 mil kWh por ano, fornecendo 50% da energia consumida pela estação e reduzindo as emissões de gás carbônico em cerca de 511 toneladas anuais.   Além dos painéis solares, outras medidas de economia de energia adotadas na nova estação incluem sistemas para coleta de água da chuva e o uso de “canos solares” para aproveitar a luz natural.   “A ponte férrea, da época da Rainha Vitória, em Blackfriars é parte da história de nosso sistema ferroviário. Foi construída na ‘idade do vapor’ e nós estamos a atualizando com uma tecnologia solar do século 21 para criar uma estação que será um ícone para a cidade“, diz o diretor do projeto, Lindsay Vamplew.  A obra de instalação dos painéis solares em Blackfriars deve terminar em 2012. Além dela, a única “ponte solar” conhecida no mundo é a ponte de Kurilpa, em Brisbane, na Austrália, construída em 2009.

Ponte Solar Kurilpa, para pedestres e bicicletas, em Brisbane, Queensland, Austrália.

A Ponte Kurilpa sobre o Rio Brisbane, na cidade de Brisbane na Austrália já foi originalmente construída para ser uma ponte solar.  A ponte, para pedestres e bicicletas, popularmente conhecida como “Fiddle Sticks” [Arcos de Viola], tem 470 m de comprimento e  custou em 2009, 63 milhões de dólares australianos, que no Brazil de hoje seriam 112 milhões de reais [por que será que tenho a impressão de que aqui no Brasil essa ponte sairia 4 vezes mais cara?].  Em 2011, o projeto dessa ponte recebeu o prêmio mundial de projetos de transporte, no WAF — World Architecture Festival [Festival de Arquitetura Mundial].  

FONTE:  Terra-BBC





Filhotes fofos — antílope

1 10 2011

(Phil Noble/Reuters)

Um bebê antílope toma uma mamadeira, no zoológico de Chester ao norte da Inglaterra.  Este é um tipo mais raro de antilopes, um dos menores antílopes do mundo.





Os pássaros aprendem a construir seus ninhos!

27 09 2011

Ilustração de artesanato folclórico americano.

Através da filmagem de pássaros machos da espécie Ploceus velatus (o tecelão mascarado do sul) em Botswana, na África, cientistas britânicos conseguiram reverter uma teoria antiga sobre a habilidade de construir ninhos nos pássaros.   Os tecelões mascarados   são pássaros que constroem ninhos múltiplos usando folhas de grama, durante a época de reprodução.  Os pesquisadores das universidades de Edimburgo, Glasgow e St. Andrews, na Escócia constataram que o que se assumiu comumente até hoje, estava errado: os pássaros não nascem com a habilidade inata de construir ninhos.  Muito pelo contrário, eles aprendem a construí-los.

A escolha dessa espécie se justifica porque suas aves constroem vários ninhos complexos durante uma mesma temporada, o que por si é potencialmente um sinal de inteligência.   Mais importante ainda:  esses pássaros constroem muitos ninhos –  dezenas de vezes durante uma estação, permitindo que a equipe acompanhasse as diferenças em ninhos construídos pelo mesmo pássaro.

Depois de observarem os pássaros os cientistas descobriram que cada ave varia a técnica empregada na construção de um ninho.  Também perceberam que alguns pássaros fazem seus ninhos da esquerda para a direita, e outros da direita para a esquerda.  Além disso, à medida que os pássaros ganhavam experiência na construção dos ninhos, um número muito menor de folhas de grama era desperdiçada, caindo no chão.  Isso demonstrou que a arte de construir ninhos requer aprendizagem.

A equipe, formada por cientistas britânicos e cientistas de Botswana, acredita que suas descobertas possam ajudar a explicar como os pássaros abordam a construção de um ninho, além de ajudar a estabelecer a capacidade mental de aprender dos pássaros  e determinar se essas habilidades são desenvolvidas simplesmente através repetição.

Patrick Walsh, da Universidade de Edimburgo, lembrou: “Se as aves construíssem seus ninhos de acordo com um modelo genético, seria de se esperar que todos os pássaros construíssem seus ninhos da mesma maneira, a cada vez.  No entanto,  este não foi o caso.  Os pássaros apresentaram fortes variações em sua abordagem, mostrando o papel claro da experiência. Mesmo para as aves, a prática leva à perfeição. ”

Fontes: TerraScience Daily.





Abrace 10 animais em extinção no vale do Paraíba do Sul

24 09 2011

O governo do Rio de Janeiro lançou ontem, dia 23,  a campanha “Defesa das Espécies Ameaçadas – Abrace essas Dez“. O objetivo é preservar dez espécies de animais ameaçadas de extinção no estado. Entre elas, estão o mico-leão-dourado, a preguiça-de-coleira e a jacutinga.  O governo distribuirá cartilhas em escolas, universidades, prefeituras e delegacias de polícia. Cartazes com fotos dos animais também serão afixados nesses locais. 

Segundo o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, a campanha vai apoiar pesquisadores que estudam as dez espécies ameaçadas e traçar um plano para preservá-las. O governo, assinalou, também está preocupado com mais 267 espécies que correm o risco de extinção.   A lista dos dez animais ameaçados de extinção inclui, além do mico-leão-dourado, da preguiça-de-coleira e da jacutinga, o cágado-do-paraíba, formigueiro-do-litoral, boto-cinza, lagarto-branco-da-areia, muriqui, surubim-do-paraíba e o tatu canastra.

Boto-cinza, foto Faperj.

Cágado do paraíba, foto Caraplatrugas.

Formigueiro-do-litoral, foto Ciência Hoje.

 

Jacutinga, foto Cracids.

Lagarto-branco-da-areia, foto Ciência Hoje.

Mico leão dourado, foto Ecobiologados.

Muriqui, foto Meliponario Mantiqueira.

Preguiça de coleira, foto Ciência Hoje.

Tatu canastra, foto Portal São Francisco.

Surubim do paraíba, foto Tudo leva à perícia.





Pandas, únicos a não perceberem terremoto!

27 08 2011
Panda na rede.

Os animais do zoológico de Washington pressentiram o terremoto que atingiu a cidade antes mesmo de o tremor que abalou a capital norte-americana ter ocorrido. A informação foi dada pelo próprio Parque Zoológico Nacional Smithsonian. O zoológico informou que os animais anteciparam o tremor de magnitude 5,8.

O abalo não fez feridos entre os animais ou entre os funcionários da instituição, mas o zoológico foi obrigado a impedir a entrada de novos visitantes. Os funcionários notaram várias mudanças nos comportamentos das espécies do zoológico. Cerca de cinco segundos antes dos tremores, a gorila Mandara soltou um guincho, recolheu o seu bebê, Kibibi, e foi com ele para o topo de uma árvore.

Antes do terremoto, a orangotango Iris começou a fazer um ruído típico de quando sua espécie está extremamente irritada e continuou com esse som depois do tremor. O lêmure emitiu um grito de alerta 15 minutos antes do terremoto e novamente após ele ter ocorrido. O bugio adotou o mesmo procedimento minutos antes do tremor.

Ao longo do período de abalo, os grandes répteis do zoológico, que normalmente permanecem inativos por todo o dia, começaram a se contorcer. Murphy, o dragão de komodo do zoológico, buscou refúgio em um abrigo interno. Funcionários estavam alimentando castores e mergulhões quando o sismo foi sentido. Eles imediatamente pularam no lago próximo do local. Já os castores pararam de comer, ficaram sobre as duas patas traseiras e pularam na água. Eles lá permaneceram por uma hora, até que alguns dos castores retornaram à terra para continuar comendo.

O zoológico conta com 64 flamingos. Pouco antes do tremor, os pássaros ficaram agitados e se agruparam. Eles permaneceram juntos pelo tempo que durou o terremoto. A única espécie que permaneceu indiferente ao sismo foram os pandas gigantes, que se mostraram totalmente alheios ao incidente.

Fonte: Terra





Pensando no meio ambiente: Michael Jackson – Earth Song — legendado

13 08 2011





O verde do meu bairro: pau-formiga

3 06 2011
Pau-formiga em flor.

O mês de maio aqui no Rio de Janeiro é agraciado com uma das florações mais espetaculares nas árvores tropicais usadas no paisagismo dos terrenos de casas e edifícios de apartamentos.  O responsável pela bela mudança da paisagem é o pau de formiga.  Esta árvore de folhas largas arredondadas como muitas das belas folhagens tropicais é uma das árvores favoritas dos jardins arborizados do Leblon.   Extremamente vistosas, as flores aparecem em maio em grupos saindo de um só ramo, como se fossem ramalhetes pré-arrumados,  prontos para um arranjo decorativo.

Chama-se Pau-formiga, por uma característica muito interessante: seu tronco é oco e sempre serve de moradia para um formigueiro, em geral de formigas tachi, que protegem essa árvore dos herbíforos.   É uma árvore perfeita também para a paisagem urbana se não estiver atrapalhada por fios elétricos, porque além de vistosa com bela floração ( tanto a planta macho quanto a fêmea), cresce até 20 metros de altura, fazendo um grande e majestoso contraponto a plantas e outras árvores de menor porte.  E como não têm raízes que danifiquem as calçadas são ideais para o uso nas cidades.

É natural do Brasil.  Como tal, é de grande valia nos processos de reflorestamento.   Só a planta fêmea tem floração colorida, que vai do vermelho alaranjado ao rosa pálido.    As plantas macho têm floração mais delicada, tímida e acinzentada, mas também são extremamente decorativas.  É bom lembrar que ambas as árvores são necessárias para a propagação.   O pau-formiga é uma árvore perfeita para plantio no sudeste brasileiro, já que fica feliz e satisfeita com o clima quente e úmido.  E gosta de sol e de solo fértil, enriquecido, úmido e bem irrigado.   São árvores que crescem muito empertigadas, certinhas, sem se esparramarem e têm a forma de um grande cilindro ou de uma grande pirâmide.  Assim sendo, não devem ser podadas para não perderem as características que as fazem tão especiais.   Multiplicam-se por sementes, e crescem ainda mais felizes se forem fertilizadas no verão e na primavera.   Floradas no final do outono e no inverno, dependendo da região.  No Rio de Janeiro pau-formiga é a árvore do Dia das Mães, floresce no mês de maio.

Nome Científico: Triplaris brasiliana

Sinonímia: Triplaris brasiliensis, Triplaris pyramidalis

Nome Popular: Pau-formiga, Pau-de-novato, Formigueiro, Novateiro, Pau-de-formiga, Paliteiro, Taquari, Pajeú, Tachi, Tangarana

Família: Polygonaceae

Divisão: Angiospermae

Origem: Brasil

Ciclo de Vida: Perene

Fonte:  Jardineiro





Meu blog tornou-se neutro na pegada carbônica! E o seu?

24 04 2011

Hoje, minha contribuição ao meio ambiente foi tornar este blog neutro na sua pegada carbônica.  O processo é simples e vou explicá-lo aqui.

1) Você faz uma postagem sobre o assunto como estou fazendo aqui.

2) Adicione o botão MY BLOG IS CARBON NEUTRAL no texto como faço abaixo ou, preferencialmente,  ao lado, junto com outros links como também  farei assim que acabar de postar este texto.

3) Mande um email com o link para essa postagem para:  CO2-neutral@kaufda.de

4) Eles plantam uma árvore pelo seu blog em Plumas National Forest no norte da Califórnia.  Depois de replantarem esse parque, o replantio passará para outras localidades — veja no portal.

Plantam uma árvore para cada endereço eletrônico que usar esse link com o botão MY BLOG IS CARBON NEUTRAL.

carbon neutral shopping coupons with kaufDA.de


Faça isso e neutralize a pegada carbônica do seu blog pelos próximos 50 anos!




Um olho na Serra do Mar e outro na China: devastação e replantio

30 01 2011
Tecido estampado com paisagem chinesa.

—-

—-

Dois eventos nesse início de ano deveriam nos fazer redobrar os cuidados com o meio ambiente —  imediatamente!   As chuvas devastadoras na Serra do Mar, e o anúncio do governo da China admitindo que seus esforços no combate à desertificação do país  (muito maiores do que os que fazemos por aqui) estão simplesmente colocando o avanço do deserto em cheque e que serão necessários pelo  menos 300 anos para que a China consiga recuperar a área perdida para o deserto de terra produtiva e de florestas. 

O programa chinês para retomada do deserto é a maior campanha de replantio do mundo.  Mesmo assim,  serão necessários mais de três séculos  para que o equilíbrio ambiental volte a se estabelecer.   Não será para a geração dos nossos filhos, nem dos nossos netos, nem bisnetos.  Estamos a 15 gerações de um equilíbrio ecológico na China, se eles mantiverem os esforços ambientais nos termos que têm hoje.

Mais de um quarto do território chinês está coberto por deserto ou terra sob os efeitos de desertificação, enquanto que só 14% da China está coberta de florestas, a maioria destes territórios em zonas montanhosas. As últimas grandes extensões de floresta estão no nordeste da Manchúria.

 —-

—-

Tecido com estampado oriental.

—–

—–

O processo de desertificação foi causado por uma série de fatores, alguns deles conhecidos nossos: excesso de pastagem e de técnicas agrícolas inadequadas, exploração agrícola e madeireira ilegais e queimadas.  Estes fatores consumiam até 5.000 quilômetros quadrados de floresta virgem, na China, a cada ano.   A indústria de móveis também tem seu papel de responsabilidade no desastre ecológico chinês: ela engole grandes quantidades de madeira chinesa, assim como madeira cortada ilegalmente da floresta tropical da Indonésia e em outros lugares vizinhos.

De 1990 a meados dos anos 2000 a China passou de importadora de produtos de madeira,  para um dos principais exportadores mundiais de madeira, móveis e piso.  O custo foi o meio ambiente.  Além disso, a China é um grande consumidor de papel.  Apesar de muito do papel usado na China já ser reciclado, a demanda é muito maior do que a oferta. 

—-

—-

Papel de parede com cena oriental.

—-

—-

O desmatamento chinês já é responsável pelo declínio de 4% das chuvas naquele país inteiro e de 15% no período da estiagem, na área de Xishuangbanna de Yunnan, onde 50% da floresta já desapareceu. 

No entanto, esses imensos esforços nos últimos 10 anos ainda não são o suficiente para a recuperação ambiental da China e do mundo.  Como o Sr. Liu Tuo, responsável pelo programa de reflorestamento do país explicou: “Há cerca de 1.730.000 quilômetros quadrados de terras degradadas na China, além de cerca de 530.000 quilômetros quadrados que deveriam ser tratados.”  Para nossa referência: 1.730.000 Km²  é um território maior do que estado do Amazonas.  O replantio tem sido de 1.717 km² por ano.

—-

—-

——

—–

 O processo recente de desmatamento na China, trouxe consequências severas para a população, e examinando o caminho chinês talvez possamos aprender a meio caminho, o que não fazer, e o que não deixar fazerem. 

O corte das florestas para uso da madeira e do pastoreio transformou  grandes áreas da província de Qinghai em deserto. Nesse meio tempo, grandes extensões de floresta também foram cortadas nas províncias de Sichuan e Shaanxi.  O corte das árvores e conseqüente destruição da floresta trouxe como resultado a erosão da bacia do rio Yangtze, que por sua vez foi responsável por inundações devastadoras, desabamentos e deslizamentos de terra que já mataram milhares de pessoas, destruíram estradas além de causar bilhões de dólares de danos. O desmatamento sem freios tornou até os mais delicados regatos de água doce em rios de água marrom enlameada.   Deslizamentos das encostas montanhosas já desarborizadas tem sido um dos mais importantes fatores para a inundação excessiva do rio Yangtze.

—-

—-

Tecido com estamparia de cena chinesa.

—-

—-

Desde 1998 grandes projetos de reflorestamento estão sendo implantados. A China proibiu a indústria madeireira em florestas naturais, destinou US $ 10 bilhões para projetos de reflorestamento e planejou gastar US $ 1 bilhão por ano durante 30 anos para expandir as áreas protegidas. Para reduzir o consumo de madeira a China impôs uma taxa de 5% ao piso de madeira e até mesmo aos pauzinhos, tradicionais objetos no consumo das refeições.  Cortadores das indústrias madeireiras foram treinados para plantar árvores enquanto que exploração da madeira foi completamente proibida em algumas áreas das províncias de Sichuan e Hubei.

O esforço governamental não é de hoje.  Começou  na década de 1970 quando o plantio de milhões de árvores transformou em florestas muitas áreas que já estavam estéreis.  Foram as enchentes anuais  e a erosão do terreno os principais motivos dessa empreitada governamental.  O que foi ótimo, porque  fez também uma contribuição significante contra o aquecimento global, já que as florestas plantadas são responsáveis por re-absorverem um boa quantidade de gás carbônico.   Foram 35 bilhões de árvores plantadas  ao longo de 4.500 km no norte da China que formaram um cinturão verde.  O plantio tem sido feito em faixas de terreno de um quilômetro e meio de largura e tem tido 70% de sucesso de sobrevivência das plantas nas áreas de reflorestamento.  Outro cinturão de árvores foi plantado no sudoeste da China, como medida de proteção aos tufões.  

—-

Tecido para estofado com estamparia oriental.

—–

—-

O plano original, e alcançado, era cobrir 20% das áreas devastadas até 2010, através do programa de plantio de árvores.  O plantio de árvores é considerado um dever cívico na China, que deve ser realizado por todas as pessoas.   Depois das enchentes do Yangtze, em 1998, uma proibição do corte de florestas naturais foi imposta e o reflorestamento maciço na bacia hidrográfica do Yangtze foi levado adiante.  Terraços em declives superiores a 25º foram plantados com gramíneas, arbustos e árvores.  Grandes extensões de terras aráveis foram convertidas em pastagens, florestas e lagos típicos de zonas úmidas.  

 Como funciona?  —  Parte do trabalho de reflorestamento é feito por garimpeiros que cavam os buracos, e que recebem como pagamento por um dia de trabalho, quatro ou cinco pacotes de macarrão instantâneo, que eles consomem ao seco, porque não há água potável disponível.

—-

—-

Tecido com estamparia de paisagem com flores e passarinho.

—-

—-

Acho um absurdo o que o governo chinês paga aos seus conterrâneos para o plantio de mudas. E não estou aqui defendendo que se faça no Brasil, semelhante exploração de outro ser humano.  Mas acredito que temos que fazer muito mais do que estamos fazendo.

Temos culturalmente duas características que nos levam a perder muito tempo: queremos agradar a todos  (mãe, pai, avô, cachorro e periquito) e adoramos teorizar.  A primeira característica é difícil de ser contornada.  Podemos dar uma olhada no nosso código civil para vermos porque muitos criminosos conseguem não serem punidos.  Há sempre mais uma chance a ser dada, há sempre um aspecto que os inocenta (da infância pobre à falta de conhecimento da lei).  Somos um país de “coitadinhos”.  É difícil para o brasileiro ser durão, porque precisa ser querido por todos.  Haja visto a nossa preocupação com o que os outros países pensam de nós.  Tivemos um presidente da República que personificou essa característica ao extremo e o povo o adora, talvez até mesmo por isso.

O segundo traço do nosso caráter é tão arraigado quanto o primeiro, pois vem de uma tradição luso-francesa, acadêmica, em que tudo precisa ser teorizado, estudado, debatido.  E quando finalmente chegamos a alguma conclusão, o tempo já nos passou para trás.  Somos excelentes debatedores desde que saibamos nossas teorias, é claro.  Tendemos a ver tudo sob a luz de perfis políticos, sociais e filosóficos e perdemos muito, muito tempo com blá, blá, blá, com debates sem importância, equivalentes à descoberta de quantos anjos cabem na cabeça de um alfinete.  Isso é um resquício de uma aristocracia  do saber,  formada por  uma meia-dúzia de gatos pingados que tinham alguma educação e por uma nobreza que deixava os intelectuais entrarem nos seus salões para divertí-la e para que ela também se sentisse culta.  Uma atitude que não cabe numa democracia, numa sociedade com a nossa,  que hoje, mesmo com as falhas que temos na educação, é muito mais pluralista de pensamentos, experiência e saber.  Essa habilidade de discutir, de debater teorias, só satisfaz ao ego dos debatedores, que acreditam que o debate em si, já é alguma coisa.  E saem das discussões felizes com a impressão de que fizeram algo, qua contribuiram, mas que deixam para os outros, os  menos intelectuais, a tarefa de sujar as mãos, ou melhor, de colocar as mãos na massa.  

—-

—-

Tecido estampado com araras no ninho.

—–

—–

Cresci aqui no Brasil, me formei numa das melhores escolas brasileiras, o Colégio Pedro II, grande incentivador de debates. Fiz aqui, também, alguns anos de faculdade, mas saí do Brasil, me formei lá fora e vivi no estrangeiro mais de duas décadas: em mais de um país e em três continentes.  Posso dizer que invejo o pragmatismo americano e o orgulhoso espírito empreendedor espanhol.  E desejaria que pudéssemos aprender com ambos um pouco mais:  que fôssemos mais à luta, de maneira pragmática do que simplesmente com debate; que fôssemos mais rápidos no gatilho, mais ambiciosos por soluções.  E finalmente menos apegados à burocracia da mente. 

—-

—-

Tecido para estofado com araras.

—-

—-

Então, o que precisamos fazer para que não aconteça com o Brasil, com a Serra do Mar, com a Mata Atlântica, o que aconteceu na China?  O que precisamos fazer para que não tenhamos que esperar 15 gerações — pode ser até que os humanos já não possam viver Nesta Terra — para que haja um equilíbrio ecológico?  Quais são os próximos passos para que as cenas bucólicas da natureza em paz com o ser humano não existam unicamente na pintura de tecidos de hoje ou dos séculos passados? 

—-

—-

Veja a enchente de 1998 no Rio Yangtze:
—–

—–

—-
—-

 

Fontes: ItamaratyUSGS, BBC, Facts and details