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Hotel Kandalama, em Sri Lanka (antigo Ceilão em português).
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Projetado pelo mais famoso arquiteto do país, Geoffrey Bawa, o edifício representou na época em que foi construído, 1991-1994, sua maneira de balancear o mundo natural com a interferência humana de maneira harmoniosa, com grande sensibilidade. O hotel não se distingue da natureza que o cerca. Com paisagismo de Aitken Spende, o hotel consegue dar a impressão ao visitante que o edifício simplesmente é coberto pela extensão da vegetação à sua volta, sem ser ofuscado pela pedra Sigiriya Rock. Ao contrário, o prédio foi construído um pouco mais longe, abraçando a parte mais baixa de um morro, aos pés do qual é construído, como se fosse sua própria continuação.
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Vista do Hotel Kandalama, do térreo.–
Vista dos caminhos e das trepadeiras.
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A entrada do hotel fica num nível mais abaixo do que a construção propriamente dita. E acesso ao edifício é feito através de um corredor que leva até o saguão principal. A ideia por trás de toda a construção é oferecer uma varanda para a natureza que o cerca e não chamar atenção para a construção propriamente dita.
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Vista do interior para fora.
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O arquiteto convenceu seu cliente a escolher um local alternativo, cerca de 15 km ao sul do plano original sobre terreno rochoso. O que Geoffrey Bawa conseguiu prever: as características marcantes naturais, que eram um desafio do projeto acabaram por permitir que houvesse um menor impacto da construção no local. Nenhuma máquina de terraplenagem foi utilizada, e as formações rochosas foram mantidas e utilizadas como um elemento importante no projeto final.
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Caminhos do Hotel Kandalama, com uso de pedra natural como elemento arquitetônico.
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Outros elementos importantes do projeto incluem a sua localização, ao longo dos cumes existentes, de passarelas externas ao longo da face do penhasco e treliças de madeira com vegetação trepadeira. Esses elementos ajudam a emendar o edifício ao local, criando uma relação simbiótica de seu entorno com o prédio. Desta maneira ele apaga a distinção entre o natural e o artificial. A localização, a ambiguidade espacial e articulação da fachada combinam para criar uma experiência única para quem ali se instala.
Os 28.110 m² de hotel foram construídos sobre palafitas para manter o fluxo de água da chuva natural. O paisagismo foi restaurado até os alicerces da coluna, e 80 por cento dos telhados são plantados com horticultura indígena. O edifício foi planejado ao longo de um pano de fundo de uma formação de rocha para fornecer maior grau de resfriamento passivo, o que reduziu a carga de resfriamento global.
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Toda a água é reciclada e reutilizada. Ela vem de poços profundos do próprio local e é tratada, antes de circular no edifício. Depois passa por duas estações de tratamento e, em seguida, utilizada para o paisagismo. A água excedente é devolvida ao aquífero. Todas as necessidades de água e esgoto do edifício são satisfeitas a partir de recursos locais, sem conexões com o serviço público.
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Os telhados planos (inclinação de 1%) e as colunas verticais finas, combinadas com os telhados verdes e fachadas, dão sensação de autossuficiência e conforto para os visitantes.
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A proximidade a um edifício que interfira pouco no meio ambiente em que está localizado ainda é mais acentuada pelo uso das árvore Gliricidia sepium nativas do local, de tamanho médio, chegam a 10 -12 metros de altura. Elas produzem flores entre o rosa e o lilás dando cor a paisagem na época de inflorescência.
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