Brasil que lê: foto tirada em lugar público

24 11 2008

dsc05170No Metrô do Rio de Janeiro: até em pé se lê!!!





As línguas estão acabando!

20 11 2008

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Construção da Torre de Babel , 1424-25

Mestre do Duque de Bedford, (França, circa 1405-1435)

Iluminura.

 

 

Um artigo recente da revista O Economista, fala com pesar sobre os milhares de línguas humanas em processo de extinção.  Apesar de ser interessante sabermos a maneira como seres humanos pensam e de como desenvolveram maneiras de pensar, parece inevitável que num mundo de comunicações instantâneas algumas línguas deixem de existir.  

 

As projeções são de que a maioria das 7000 línguas do mundo não serão mais faladas até o final deste século; 200 línguas africanas morreram no último século e 300 mais correm sério risco de desaparecerem.  No Sudeste da Ásia 145 línguas estão prestes a desaparecer, entre elas a língua Manchu falada na China, a Hua falada em Botswana, e a Gwich’in falada no Alasca.

 

Parece-me inexorável o desaparecimento destas línguas.  Principalmente quando a comunicação entre povos tornou-se comum e diária.  Num mundo em que pelo simples ligar de um aparelho de televisão uma pessoa é exposta a uma dúzia de línguas, essas, que ouvimos, parecem ser de maior importância para a própria sobrevivência do ser humano; sem se falar nas linguas usadas nas comunicações virtuais.  Este é um desenvolvimento natural.  Se nos lembrarmos bem, outras tantas línguas  já desapareceram através dos milênios tais como a língua Acadiana, Etrusca, Tangut, Chibcha e muitas, muitas outras,  algumas até de que não se tem noção.   

 

Algumas línguas, hoje, mesmo usadas por um grupo significativo de pessoas, estão sendo aos poucos trocadas por línguas que possam trazer maior sucesso econômico e conseqüentemente  melhor nível de sobrevivência para aqueles que as falam.   Assim, aos poucos, a pluralidade lingüística da Rússia está desaparecendo à medida que a juventude descobre ser indispensável o uso do Russo no cotidiano.  O mesmo acontece com habitantes da China e do Tibete que sentem necessidade de trocar suas respectivas línguas natais pelo Mandarim, a língua de franco acesso no território chinês.

 

Assim como há aqueles que querem salvar as espécies de animais em perigo de extinção, há muita gente querendo salvar, preservar se possível, línguas que tem poucos habitantes usando-as como no exemplo citado pela revista O Economista de Peter Austin, um lingüista Australiano.  Ele menciona:  Njerep, uma das 31 línguas em extinção tem no momento só 4 pessoas que a falam e todas acima de 60 anos de idade.   

 

Mas línguas são difíceis de serem preservadas, pois uma língua só faz sentido quando é falada e entendida.  Se não tem mais essa função entre os seres humanos, deixou de ter razão para a sua sobrevivência, porque deixou de produzir  aquilo a que se propõe: comunicação.

 

Este é um aspecto muito diferente dos apresentados pelos animais em extinção, que muitas vezes se acham nestas condições,  porque há muito mais demanda para suas virtudes ou suas qualidades do que esses animais têm em capacidade de reprodução.  Assim me parece ser o caso do marfim dos elefantes, das peles de jacarés, da carne de baleia, da carne do urso polar.  Por outro lado, uma língua não desaparece porque muitos querem falá-la.  Ao contrário, ela desaparece porque já não comporta a realidade em que precisa ser acionada.  

 

Saber lidar com a mudança de uma realidade para outra foi o que fez com que os seres humanos sobrevivessem.  A perda voluntária de uma língua como está acontecendo nas culturas mencionadas faz parte deste processo de sobrevivência humana.  E da seleção natural entre os seres vivos. 

 

 

 

Para ler o artigo da revista O Economista.

 

Mestre do Duque de Bedford: Pintor de iluminuras.  Échamado de Mestre do Duke de Bedford por não se saber seu nome original.  Leva então o nome pela comissão que recebeu de John, Duque de Bedford, entre os anos de 1422 e 1435.  Quando a serviço do duque deve ter recebido o título de Assistente Mestre do Duque de Bedford, por causa da importância das obras a ele requisitadas.  Seu estilo em iluminuras é identificado pela maneira de modelar o corpo humano, pela restrição cromática de sua palheta e pelo pouquíssimo uso da folha de ouro como embelezamento.   





Canção de Gonçalves Crespo, no dia da consciência negra

20 11 2008

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Mulata, s/d

Di Cavalcanti (Brasil, 1897-1976)

Óleo sobre tela.

 

 

 

 

 

CANÇÃO 

 

                               Gonçalves Crespo

 

                                                            A Bernardino Machado

 

 

                              I

 

Mostraram-me um dia na roça dançando

Mestiça formosa de olhar azougado,

Co’um lenço de cores nos seios cruzado,

Nos lobos de orelha pingentes de prata.

               Que viva mulata!

                Por ela o feitor

Diziam que andava perdido de amor.

 

 

                             II

 

De entorno dez léguas da vasta fazenda

A vê-la corriam gentis amadores,

E aos ditos galantes de finos amores,

Abrindo seus lábios de viva escarlata,

                 Sorria a mulata,

                 Por quem o feitor

Nutria quimeras e sonhos de amor.

 

 

                           III

 

Um pobre mascate, que em noites de lua

Cantava modinhas, lunduns magoados,

Amando a faceira dos olhos rasgados,

Ousou confessar-lhe com voz timorata…

                 Amaste-o, mulata!

                 E o triste feitor

Chorava na sombra perdido de amor.

 

 

                           IV

 

Um  dia encontraram na escura senzala

O catre da bela mucamba vazio;

Embalde recortam pirogas o rio,

Embalde a procuram nas sombras da mata.

                 Fugira a mulata,

                 Por quem o feitor

Se foi definhando, perdido de amor.  

 

 

 

 

Em: Obras Completas, Gonçalves Crespo, Livros de Portugal, s/d, Rio de Janeiro.

 

 

 

 

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António Cândido Gonçalves Crespo (Rio de Janeiro, 1846 — Lisboa, 1883), jurista e poeta, membro das tertúlias intelectuais portuguesas do último quartel do século XIX. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, tendo colaborado em diversos periódicos, entre os quais O Ocidente e a Folha, o jornal de que era director João Penha, o poeta que introduziu em Portugal o Parnasianismo.  Foi casado com a poetisa Maria Amália Vaz de Carvalho.

 

 

 

 

 

dicavalcantiEmiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, mais conhecido como Di Cavalcanti (Rio de Janeiro, 6 de setembro de 1897 — Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1976) foi um pintor, ilustrador e caricaturista brasileiro.





Brasil que lê: foto tirada em lugar público

20 11 2008

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Praça do Lido, Copacabana, Rio de Janeiro.





19 de novembro: o dia do cordelista

19 11 2008

Uma pequena homenagem aos nossos  cordelistas.

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…………..

 

Agora com mensalão

Tudo virou um mistério

O homem rico do Brasil

Agora é Marcos Valério

Nossa justiça não brinca

Eu digo que o caso é sério

 

 

O povo tá arretado

E coberto de razão

Dinheiro sendo roubado

Para pagar o mensalão

Eu só vou me conformar

Depois de pegar o ladrão

 

 

FIM

 

 

 

Duas últimas estrofes de – Mensalão: um vírus no Brasil, em literatura de cordel de Davi Teixeira.  Capa: xilogravura do autor. ©2005 

 

 

David Teixeira da Silva nasceu em Bezerros em 1959 começou a escrever seus poemas em 1998, alguns deles já foram publicados no jornal A Folha de Pernambuco.

 

 

 

Para mais informações sobre O dia do cordelista.

 





Poema de Murillo Araújo no DIA DA BANDEIRA — 19 de novembro

19 11 2008

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COM AS ESTRELAS NATAIS

 

Murillo  Araújo

 

 

Alta, nas nuvens e nos ventos, alta,

no turbilhão se enrola e se levanta.

Como a bandeira de heroísmo salta!

Como a bandeira de heroísmo canta!

 

Ondeia audaz.  Sonha nos grandes mastros

por entre incandescências de arrebóis.

Vibram em suas asas de ouro e de astros

as almas legendárias dos heróis.

 

Oh contemplar assim, por toda a vida,

os seus clarões sublimes e supremos!

Resplende, em sua rama enflorescida,

o céu de estrelas sob o qual nascemos.

 

No exílio… à morte, pela terra imensa,

possamos vê-la rútila e imortal…

e se a tivermos sobre nós suspensa

nós dormiremos sob o céu natal.

 

 

Retirado de: A Estrela Azul: poemas para crianças, 1940 em Poemas Completos de Murillo Araújo

 

 

 

Murillo Araújo – ou Murilo Araújo — (MG 1894 – RJ 1980) jornalista, formado em direito.  Poeta, escritor, teatrólogo, ensaísta.

 

Obras:

 

Carrilhões (1917)  

A galera (escrito em 1915, mas publicado anos depois)

Árias de muito longe (1921)

A cidade de ouro (1927)

A iluminação da vida (1927)

A estrela azul (1940)

As sete cores do céu (1941)

A escadaria acesa (1941)

O palhacinho quebrado (1952)

A luz perdida (1952)

O candelabro eterno (1955)

 

Prosa:

A arte do poeta (1944)

Ontem, ao luar (19510 — uma biografia do compositor Catulo da Paixão Cearense

Aconteceu em nossa terra (pequenos casos de grandes homens)

Quadrantes do Modernismo Brasileiro (1958)

 

Outros poemas de Murillo Araújo (Murilo Araújo neste blog):

Dois tesouros na pátria

Romance dos Dois Pedros

Dia de festa





Brasil que lê: foto tirada em lugar público

18 11 2008

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Praça Serzedelo Correa, Copacabana





Agora fatos para uma cultura inútil, mas muito divertida…

18 11 2008

 

 

 

O jornal inglês TELEGRAPH, publicou no dia 11 deste mês uma lista de fatos sobre o presidente eleito nos EUA que a maioria dos meros mortais – nós – desconhecemos.

 

 Coleciona os quadrinhos de Homem Aranha e Conan, o Bárbaro

 

 Era conhecido como BOMBARDEADOR – na escola pela sua destreza no basquete.

 

  Ganhou o Grammy de 2006 pela versão áudio de seu livro de memórias: Sonhos de meu pai.

 

  Ele é canhoto – o sexto presidente canhoto pós-guerra.

 

— Leu todos os livros de Harry Potter.

 

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— Ele tem um par de luvas de box vermelhas, autografadas por Muhammad Ali.

 

— Ele já comeu carne de cachorro, de cobra e gafanhoto torrado na época em que morava na Indonésia.

 

— Ele fala espanhol.

 

— Sua bebida favorita é chá gelado da fruta blackberry ( amora silvestre).

 

— Enquanto morava na Indonésia teve um macaquinho de estimação chamado Tatá.

 

— Ele levanta peso de 100 quilos.

 

  Seu livro favorito:  Moby-Dick de Herman Melville.

 

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— A mesa que ele usa no escritório do Senado pertenceu no passado a Robert Kennedy.

 

— Ele e Michelle ganharam 4.200.000 dólares no ano passado, a maior parte vindo da venda de seus livros.

 

— Seus filmes favoritos são:  Casablanca, Um estranho no ninho.

 

— Ele tem sempre com ele uma pequena imagem da Virgem Maria com o Bebê Jesus, e um bracelete de um soldado do Iraque que lhe dão sorte.

 

— Ele tentou aparecer num calendário com fotos de homens atraentes enquanto era aluno da universidade de Harvard, mas foi recusado pelo comitê exclusivamente composto por mulheres.

 

— Suas músicas favoritas incluem Miles Davis, Bob Dylan, Bach e The Fugees

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— Em seu primeiro encontro com Michelle, ele a levou a ver o filme de Spike Lee,  Faça a coisa certa.

— Gosta de jogar palavras cruzadas de tabuleiro e pôquer.

 

— Ele não toma café e raramente toma álcool.

 

— Se não fosse político gostaria de ter sido um arquiteto.

 

— Só há quatro anos atrás, depois de assinar um contrato para a publicação de um livro,  ele acabou de pagar seu empréstimo para a universidade

 

— A madrinha de sua filha Mália é Santita, filha de Jesse Jackson.

 

— Seu artista favorito é Pablo Picasso.

 

 

A lista é bem maior.  Para vê-la toda clique: 

 

TELEGRAPH





Lagos embaixo das geleiras na Antártica transbordam

17 11 2008

 

 

As grandes enchentes na Antártica podem ser responsáveis pela velocidade com que o gelo se  move para o oceano no Pólo Sul.

 

Os cientistas liderados por Leigh Stearns do Instituto de Mudanças Climáticas da Universidade do Maine, nos EUA, conseguiram demonstrar como a geleira gigantesca Byrd, localizada ao leste da Antártica moveu-se muito mais rapidamente depois que dois lagos, embaixo do gelo, transbordaram.  A água desta enchente agiu como um lubrificante, facilitando o gelo deslizar em cima do terreno de pedra.   Esta observação é considerada de grande importância porque ajuda a entendermos e projetarmos futuros níveis do mar.  Quanto maior a quantidade de gelo entrando no oceano, maior será a velocidade com que os níveis oceânicos irão subir.  

 

Até então não se havia relacionado o movimento das águas embaixo da camada de gelo como afetando o movimento do gelo, disse Dr. Stearns.  Sabíamos que a água embaixo das geleiras se move muito, mas não havíamos feito a conexão entre este “sistema hidráulico” e a “dinâmica das geleiras”.  

 

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A Geleira Byrd, na Antártica, que tem 135 km de comprimento e 24 km de largura

 

 

Há mais de meio século que a comunidade científica sabe da existência de lagos abaixo da camada de gelo na Antártica.  Há mais de 150 deles.  O maior, que leva o nome de Lago Vostok, é do tamanho do Lago Ontário na América do Norte.    Apesar de serem cobertos por gelo, às vezes por muitos quilômetros, esses lagos permanecem líquidos pela existência de diversos lugares quentes nos rochedos que os suportam.  Mas sempre se pensou que a água desses lagos fosse parada, estagnada; que esses lagos tivessem água que talvez não houvesse se modificado em milhões de anos.  Foi só em 2005 que cientistas descobriram  que o nível de água desses lagos podia mudar, às vezes até rapidamente.  E que eles chegam até a beirada e transbordam debaixo da capa de gelo.  

 

Quando a água transborda a camada de gelo de muitos metros de altura é levantada.  Um fenômeno que pode ser visto por satélites passando sobre a região.

 

Deve ser dito que esses movimentos de água como os estudado na geleira de Byrd não são por si sós relacionados a uma mudança climática.  Os lagos provavelmente transbordam e  escoam águas de maneira cíclica, regular, que não tem nada a ver com o aquecimento atmosférico ou oceânico.  

 

Mas é importante que cientistas entendam os mecanismos desta renovação de água para que este conhecimento possa ser aplicado aquelas massas de gelo que estão hoje aparecem expostas a temperaturas mais quentes tais como acontece agora na Groenlândia.

 

Esta é uma tradução livre de trechos do artigo publicado pela BBC.

 

Para uma leitura do artigo inteiro, clique aqui:  BBC

 

 

 

 

 

 

 





Brasil que lê: foto tirada em lugar público

15 11 2008

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Torcedor e Leitor, Praia de Copacabana, Novembro de 2008.