Imagem de leitura: Clotilde Avy Pregniard

17 09 2025

Indiferença

Clotilde Avy Pregniard (França, 1885-1945)

óleo sobre tela

Coleção Particular





Da experiência da leitura: Orhan Pamuk

16 09 2025

Leitora na luz de um candeeiro

Pieter Willem Sebes (Holanda, 1827-1906)

óleo sobre madeira, 54 x 40 cm 

 

 

“Ao contemplar uma pintura de grandes proporções, sentimo-nos empolgados por estar na presença de tudo ao mesmo tempo e queremos entrar no quadro. Quando estamos no meio de um volumoso romance, sentimos o estonteante prazer de estar num mundo que não conseguimos ver em sua inteireza. Para ver tudo temos de constantemente transformar os momentos separados em quadros mentais. É esse processo de transformação que torna a leitura de um romance uma tarefa mais pessoal, mais colaborativa que a contemplação de um quadro.”

 

 

― Orhan Pamuk, The Naive and the Sentimental Novelist





Sobre o amor, Lygia Fagundes Telles

13 09 2025

Lendo na praia

Jeffey T. Larson (EUA, 1962)

óleo sobre tela

 

Você quer ser amada como as heroínas dos livros da sua mãe. Quando na realidade o amor é tão simples… Veja-o como uma flor que nasce e que morre em seguida porque tem que morrer. Nada de querer guardar a flor dentro de um livro, não existe coisa mais triste no mundo do que fingir que há vida onde a vida acabou. Fica um amor com jeito desses passarinhos empalhados que havia nos escritórios dos nossos avós.”

 

Lygia Fagundes Telles, Verão no aquário





Imagem de leitura: Yuri Stanislavovich Podlyaschi

11 09 2025

Lendo um livro

Yuri Stanislavovich Podlyaschi (Rússia,1923–1987)

óleo sobre tela, 90 x 67 cm





Imagem de leitura: Ekvall Knut

10 09 2025

A lição de leitura

Ekvall Knut (Suécia, 1843- 1912)

óleo sobre tela, 93 x 72 cm 





Minutos de sabedoria: Monteiro Lobato

9 09 2025
Ilustração de Walter Molino (Itália, 1915 – 1997)

 

“Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar.”

Monteiro Lobato

 

Monteiro Lobato (1882-1948)





Imagem de leitura: Elmira Tofikovna Petrova

5 09 2025

Tim, manhã de Natal, 2010

Elmira Tofikovna Petrova (Rússia, 1975)

óleo sobre tela





Palavras para lembrar: Alain (filósofo)

4 09 2025

O livro vermelho

Francine Van Hove (França, 1942)

óleo sobre tela, 30 x 30 cm 

 

 

“Escrever é sempre uma arte repleta de reencontros. A carta mais simples requer um escolha entre milhares de palavras, das quais a maior parte são estranhas àquilo que se quer dizer.”

 

Alain

Émile-Auguste Chartier

 

[Écrire est toujours un art plein de rencontres. La lettre la plus simple suppose un choix entre des milliers de mots, dont la plupart sont étrangers à ce que vous voulez dire.]

 





Imagem de leitura: Henry van de Velde

1 09 2025

Père Biart lendo no jardim, 1891

Henry van de Velde (Bélgica, 1863–1957)

óleo sobre papel pardo, colado em tela, 63 x 52 cm

Newfields, Indianápolis





O físico Carlo Rovelli sobre vida e morte…

13 08 2025

Homem escrevendo carta, 1890

Heinrich Breling (Alemanha, 1849-1914) 

óleo sobre madeira

 

 

“Eu não gostaria de viver como se fosse imortal. Não tenho medo da morte. Tenho medo do sofrimento. Da velhice, embora agora menos, ao ver a velhice serena e bela de meu pai. Tenho medo da fraqueza, da falta de amor. Mas não tenho medo da morte. Não tinha medo quando era jovem, mas então pensava que era apenas porque parecia distante de mim. Mas agora, aos sessenta anos, o medo não chegou. Amo a vida, mas a vida também é cansaço, sofrimento, dor. Penso na morte como um merecido descanso. Bach a chama de irmã do sono, na maravilhosa cantata BWV 56. Uma irmã gentil que logo virá fechar meus olhos e acariciar-me a cabeça. Jó morreu quando estava “saciado de dias”. Belíssima expressão. Eu também gostaria de chegar a me sentir “saciado de dias” e encerrar com um sorriso este breve círculo que é a vida. Posso desfrutá-la ainda, sem dúvida; ainda quero ver a lua refletida no mar; quero mais beijos da mulher que amo, quero a presença dela que dá sentido a tudo; ainda quero mais tardes dos domingos de inverno, deitado no sofá de casa enchendo páginas de símbolos e fórmulas, sonhando desvendar outro pequeno segredo dos milhares que ainda nos envolvem… Gosto da perspectiva de ainda poder beber deste cálice de ouro; a vida que fervilha, terna e hostil, clara e incompreensível, inesperada… mas já bebi muito desse cálice doce e amargo, e se neste exato momento o anjo viesse me dizer: “Carlo, chegou a hora”, não lhe pediria para me deixar terminar a frase. Sorriria para ele e o seguiria.”

 

Em: A ordem do tempo, Carlo Rovelli, tradução de Silvana Cobucci, Ed. Objetiva: 2018