Poema de finados, Manuel Bandeira

1 11 2014

 

 

 

 

George_Edmund_Butler_-_A_roadside_cemetery_near_Neuve_EgliseCemitério de estrada, próximo a Neuve Église

George Edmund Butler (Inglaterra, 1872 – 1936)

aquarela

 

 

Poema de finados

 

Manuel Bandeira

 

Amanhã que é dia dos mortos

Vai ao cemitério. Vai

E procura entre as sepulturas

A sepultura de meu pai.

 

Leva três rosas bem bonitas.

Ajoelha e reza uma oração.

Não pelo pai, mas pelo filho:

O filho tem mais precisão.

 

O que resta de mim na vida

É a amargura do que sofri.

Pois nada quero, nada espero.

E em verdade estou morto aqui.

 

Em: Antologia Poética, Manuel Bandeira, Rio de Janeiro, José Olympio: 1978, 10ª edição,pp: 88-89.


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5 responses

1 11 2014
Avatar de anisioluiz2008 anisioluiz2008

Republicou isso em ARTE, SIMPLESMENTE….

1 11 2014
Avatar de FAKE OFICIAL DO BRASIL FAKE OFICIAL DO BRASIL

Dois tempos,espaços em horas,lágrimas entre o encarnado e o desencarnado,mas,somos aqui na terra calvários, e entre a liberdade espojada corpórea,o olhar também senti e a saudade és uma carta entre todos,uma maneira de estarmos juntos á falar num sentimento que todos entendem,AMOR.

3 11 2014
Avatar de peregrinacultural peregrinacultural

Isso mesmo.

1 11 2014
Avatar de Remar marielfernandes

Barbaridade de bonito e verdadeiro

1 11 2014
Avatar de MARCOS VELOSO MARCOS VELOSO

Gostaria de pedir desculpas,quando postado “fake oficial do Brasil,foi um engano,estava fazendo uma retirada de emails e foi assim que apareceu este nome sem sentido,mas me chama Marcos Veloso.

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