A Catedral de Belém do Pará, gravura.
Belém
Correa Pinto
Três séculos e meio tens de idade
Mas, ao beijo do sol equatorial,
Reconquistas a eterna mocidade
Como a Iara em seu banho matinal.
Enfeitiçante e cálida cidade!
Encerras um mistério sem igual:
Longe de ti morre-se de saudade
Como quem lembra uma paixão sensual.
Na verde alcova de tuas avenidas
Ao capitoso aroma das mangueiras,
Como é romântico, Belém, te amar
Cidade em flor, que ao êxtase convida,
Bendigo as fortes gerações primeiras,
Que te plantaram entre o rio e o mar!
Em: A lira na minha terra: poetas antigos e contemporâneos no Pará, Clóvis Meira, Belém: 1993, p. 91-92
Augusto Correa Pinto Filho poeta, ensaísta, contista. Nasceu em Óbidos, Pará, em 1915. Faleceu em 1976 no Rio de Janeiro.
Obras:
Fascinação, poesia, 1943
Sonetos, poesia, 1964
Exaltação a Portugal, 1964
Oração da Humanidade, 1951
Perfil de Paulo Maranhão, 1956
Machado de Assis, ensaio, 1958
Belém: Imagens e Evocações, 1968
Fim, Análise de um Mundo que Morre, 1961.