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Ilustração Maud Towsey Fangel, para Revista Home Arts, de Janeiro de 1936.
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O primeiro dente
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Bastos Tigre
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A mamãe bate palmas de contente,
Do papai rejubila a alma festiva;
Cantam risos pelo ar… Que é que motiva
Essa emoção que alegra toda gente?
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É que, abrindo a boquinha, sorridente,
Bebê, no róseo alvéolo da gengiva,
Deixou ver a promessa, a perspectiva,
O breve ensaio do primeiro dente.
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Agora, a acampanhar-lhe o crescimento,
Dia a dia a mamãe enternecida
Terá para o dentinho o olhar atento.
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Outro virá depois… outro em seguida…
E ei-lo, o Bebê, com sólido instrumento
Com que no mundo se defende a vida!
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Em: Antologia Poética,, vol I, Bastos Tigre, Rio de Janeiro, Francisco Alves: 1982
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Manoel Bastos Tigre nasceu no Recife em 1882. Formou-se em engenheiro pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Mas dedicou-se às letras. Estreou na imprensa carioca em 1902, no Correio da Manhã, onde manteve uma coluna humorística diária: Pingos e Respingos, até a sua morte em 1957. Foi o primeiro bibliotecário brasileiro por concurso o que lhe valeu o título e Patrono dos Bibliotecários do Brasil.
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Obras:
Saguão da Posteridade, 1902.
Versos Perversos, poesia, 1905.
O Maxixe. Rio de Janeiro , 1906.
Moinhos de Vento, 1913.
O Rapadura, teatro, 1915.
Grão de Bico, 1915.
Bolhas de Sabão, 1919.
Arlequim, 1922.
Fonte da Carioca, 1922.
Ver e Amar, 1922.
Penso, logo… eis isto, 1923.
A Ceia dos Coronéis, 1924.
Meu bebê, 1924.
Poemas da Primeira Infância, 1925.
Brinquedos de Natal, 1925.
Chantez Clair, 1926.
Zig-Zag, 1926.
Carnaval: poemas em louvor ao Momo, 1932.
Poesias Humorísticas, 1933.
Entardecer, 1935.
As Parábolas de Cristo, 1937.
Getúlio Vargas, 1937.
Uma Coisa e Outra, 1937.
Li-Vi-Ouvi, 1938.
Senhorita Vitamina, 1942.
Recitália, 1943.
Martins Fontes, 1943.
Aconteceu ou Podia ter Acontecido, 1944.
Cancionário, 1946.
Conceitos e Preceitos, 1946.
Musa Gaiatal, 1949.
Sol de Inverno, 1955.