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Índia Amazônia, s/d
Luciana Futuro ( Santos, Brasil, contemporânea)
acrílica
www.lucianafuturo.com.br
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Lenda do Diamante
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Theobaldo Miranda Santos
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Há muito tempo, vivia à beira de um rio uma tribo de índios brasileiros. Dela fazia parte um casal muito feliz: Itagibá e Potira. Itagibá, que significa braço forte, era um guerreiro robusto e destemido. Potira, cujo nome quer dizer flor. era uma índia jovem e formosa.
Vivia o casal tranquilo e venturoso, quando rebentou uma guerra contra uma tribo vizinha. Itagibá teve de partir para a luta. E foi com profundo pesar que se despediu da esposa querida e acompanhou os outros guerreiros. Potira não derramou uma só lágrima, mas seguiu, com os olhos cheios de tristeza, a canoa que conduzia o esposo, até que a mesma desapareceu na curva do rio.
Passaram-se muitos dias sem que Itagibá voltasse à taba. Todas as tardes. Todas as tardes, a índia esperava, à margem do rio, o regresso do esposo amado. Seu coração sangrava de saudade. Mas permanecia serena e confiante, na esperança de que Itagibá voltaria à taba.
Finalmente Potira foi informada de que seu esposo jamais regressaria. Ele havia morrido como um heroi, lutando contra o inimigo. Ao ter essa notícia, Potira perdeu a calma que mantivera até então e derramou lágrimas copiosas.
Vencida pelo sofrimento, Potira passou o resto de sua vida, à margem do rio, chorando sem cessar. Suas lágrimas puras e brilhantes misturaram-se com as areias brancas do rio. A dor imensa da índia impressionou Tupã, o rei dos deuses. E este para perpetuar a lembrança do grande amor de Potira, transformou suas lágrimas em diamantes.
Daí a razão pela qual os diamantes são encontrados entre os cascalhos dos rios e regatos. Seu brilho e sua pureza recordam as lágrimas de saudade da infeliz Potira.
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Em: Vamos estudar? — 3ª série primária – de Theobaldo Miranda Santos, Edição especial para os estados Goiás e Mato Grosso, Rio de Janeiro, Agir: 1961