Homem elegante ao espelho, c. 1930
Leon Gordon ( Rússia, 1889 — EUA, 1943)
óleo sobre tela, 90×80 cm
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Velha anedota
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Artur Azevedo
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Tertuliano, frívolo peralta,
Que foi um paspalhão desde fedelho,
Tipo incapaz de ouvir um bom conselho,
Tipo que morto não faria falta;
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Lá um dia deixou de andar à malta,
E, indo à casa do pai, honrado velho,
A sós na sala em frente a um espelho,
À própria imagem disse em voz bem alta:
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— Tertuliano, és um rapaz formoso!
És simpático, és rico, és talentoso!
Que mais no mundo se te faz preciso?
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Penetrando na sala, o pai sisudo
Que por trás da cortina ouvira tudo,
Severamente respondeu: — Juizo!
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Em: Poesia brasileira para a infância, ed. Cassiano Nunes e Mário da Silva Brito, São Paulo, Saraiva:1968.
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–Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo (São Luís, 1855 — Rio de Janeiro, 1908) dramaturgo, poeta, contista e jornalista. Foi diretor do teatro João Caetano. Membro da Academia Brasileira de Letras.
Obras:
Sonetos, 1876
Contos fora de moda, 1901
Contos efêmeros
Contos possíveis, 1908
Rimas, 1909
Para o teatro escreveu mais de duzentas peças.







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