LAPINHA
Wilson W. Rodrigues
Cristo fugiu do presépio,
veio em meu sonho dormir.
Eu quis cantar de alegria
mas, contentei-me em sorrir.
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Se cantasse, acordaria
e talvez Cristo chorasse.
Era tão belo dormindo,
dei um beijo em sua face.
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Nessa noite de Natal
Deus veio me visitar.
Estava triste, sozinho,
minha festa era sonhar.
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Ai! Sonho! Presepe d’alma!
Ai! Cristo – visita santa!
Dorme, meu Cristo menino,
minha tristeza acalanta…
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Em: Bahia Flor: poemas, de Wilson W Rodrigues, Rio de Janeiro, Editora Publicitan: 1948
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Wilson Woodrow Rodrigues — poeta, folclorista, jornalista, professor e técnico de educação. Nasceu em 6 de julho de 1916, na cidade de São Salvador, Bahia. Filho do Cel. Julio Rodrigues de Sousa e de D. Josina Parente Rodrigues, família do Recôncavo Baiano. Desde menino revelou vocação para a poesia, tendo publicado as suas primeiras composições em periódicos escolares. Seu primeiro livro publicado teve as bençãos antecipadas do poeta Jorge de Lima.
Obras:
A caveirinha do preá, Arca ed.: s/d, Rio de Janeiro
Desnovelando, Arca ed., s/d, Rio de Janeiro
O galo da campina, Arca ed,: s/d, Rio de Janeiro
O pintainho, Arca ed.: s/d, Rio de Janeiro
Por que a onça ficou pintada, Arca ed:s/d, Rio de Janeiro
A rãzinha, Arca ed:s/d, Rio de Janeiro
Três potes, Arca ed:s/d, Rio de Janeiro
O bicho-folha, Arca ed:s/d, Rio de Janeiro
A carapuça vermelha, Arca ed:s/d, Rio de Janeiro
Bahia flor, 1948 (poesias)
Folclore Coreográfico do Brasil, 1953
Contos, s/d
Contos do Rei-sol, s/d
Contos dos caminhos, s/d
Pai João, 1952
Sombra de Deus
Pai João, 1952
Lendas do Brasil






Olá. Sou neto do Wilson W. Rodrigues e tenho curiosidade em saber por onde andam os livros de meu avô, se em bibliotecas ou algo do gênero. Tenho a maior parte do que foi publicado dele, quem sabe eu não consigo digitalizar algo (pintainho, ratinho azul e muitos outros contos e poemas), mas sei que muita coisa, principalmente material inédito não publicado, ficou com meu tio e nunca tive notícia se foi pro lixo ou ainda é guardado por ele ou minhas primas, que moram em outro estado.
Alexandre, não tenho respostas às suas perguntas. O que tenho, são alguns livros dele, e pequenas notas biográficas que fui colecionando ao longo do tempo. Seria de grande valia para a cultura brasileira de você conseguisse resgatar o que seu avô escreveu. As edições de seus livros eram pequenas, e ao que eu saiba a editora que ele criou praticamente só publicou suas obras. Eu adoraria poder ajudá-lo, mas acredito que isso tenha que primeiro ser resolvido dentro de sua própria família. Um grande abraço, Ladyce