Daniel Penna ( Brasil, 1951)
óleo sobre tela/ sobre madeira
18 cm x 24 cm
Nhá Carola
A .D. Olga
Ricardo Gonçalves
Arrepanhando o vestido
De chita azul, nhá Carola,
Põe feijão na caçarola
Para o almoço do marido.
Dorme um cachorro estendido
À porta da casinhola;
Gritam galinhas de Angola
No terreiro bem varrido.
Enquanto chia a panela,
A moça vai à janela,
A ver se o marido vem.
Mas entra logo zangada
Porque na volta da estrada
Não aparece ninguém.
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Em: Poesia Brasileira para a Infância, Cassiano Nunes e Maria da Silva Brito, São Paulo, Saraiva:1968
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Ricardo Mendes Gonçalves (SP, SP 1893 – SP, SP 1916) pseudônimos: Ricardo Gonçalves, Bruno de Cadiz, D. Ricardito. Poeta, tradutor, jornalista, diplomado em Direito (1908), político, membro grupo Minarete. Trabalhou para diversos jornais entre eles o Comércio de São Paulo e Estadinho. Foi também repórter do jornal O Correio Paulistano.
Obras:
Ipês, 1922







Nossa, há anos venho procurando o poema Nhá Carola, signo da minha infância querida… estou muito contente por tê-la encontrado. Grata
Cleusa que bom que ajudei vc a se relembrar de Nhá Carola. Acho muito gostoso quando conseguimos ler um texto de bnovo que às vezes roda pela nossa memória. Seja bem-vinda, Ladyce
Nossa, como eu procurei este poema!!! Muito obrigada pela oportunidade!! Tb me vem de volta a infância!!
Nossa!! que bom encontrar este poema, tb me veio de volta a infância…Muito obrigada!!
Ele é meu bisavô, minha avó me lê até hoje esse poema. Gostaria de tê-lo conhecido mas fomos separados por muitas e muitas décadas. (Nasci em 1991)
Ah, Fernando que prazer conhecer o bisneto de Ricardo Gonçalves. Como você já deve ter percebido tenho tentado resgatar alguns dos nossos poetas e escritores de outros tempos e colocá-los lado a lado com seus pares modernos, como todo país de valor faz. A França, os EUA, a Inglaterra, países que dão valor à sua cultura, fazem isso: ninguém deixa de estudar o que foi feito no passado para só estudar o presente. Temos caído nesse erro. O que faz com que poetas como seu bisavô nem sempre sejam bem conhecidos pelos mais jovens. Perdem todos. Assim, quem sabe aos pouquinhos não construímos uma verdadeira “cultura brasileira”? Obrigada pela visita e pelo comentário. Um abraço,
Que lindo! Nunca esqueci esse texto .Ele fazia parte do meu livro de português quando era criança. Jurava que era da escritora Cora Coralina.
Que delícia tê- lo encontrado.
Que bom que conseguiu não só relembrar o texto, mas honrar o autor fixando para sempre a autoria. Obrigada pela visita e volte sempre! 🙂