Ala do Jardim de Luxemburgo, 1886
Vincent van Gogh (Holanda, 1853-1890)
óleo sobre tela, 27 x 46 cm
Clark Art Institute, Williamstown, Mass
“Minha residência ficava na rua Toullier, próximo ao Luxemburgo, para onde onde fui assim que pude no dia seguinte. Fiquei decepcionado. Levei muitos anos para perceber a beleza daquele jardim incomparável e a magnitude de seu planejamento. Naquele momento, parecia-me muito mais amplo e menos íntimo do que o Jardim do Rei, da minha ilha nativa. Quanto aos monumentos, de tamanhos tão grandes, pareciam me dominar e esmagar.”
(Tradução Ladyce West)
—–
My hotel was situated in the rue Toullier, near the Luxembourg, where I went first thing the next day. I was disappointed. It took me many years to realise the beauty of that incomparable garden and the magnificence of its planning. For the moment it merely seemed to me vaster, and at the same time less intimate, than the “ Jardin du Roi ” of my native isle. As for the monuments, their hugeness seemed to bear down on me and crush me.
-.-.-
Em: Recollections of a Picture Dealer, Ambroise Vollard, Dover Fine Art, History of Art, 2011, edição eletrônica, sem menção do tradutor do francês para o inglês.
– – –
Ambroise Vollard foi um dos galeristas mais importantes de Paris do final do século XIX. Representou, conheceu, foi amigo e esteve envolvido com Renoir, Forain, Degas, Redon, Rodin, Cézanne, Rouault, Bonnard, Picasso, Manet, Matisse, de Groux, Signac, Rousseau, e ainda esteve em contato com Gertrude Stein, Alfred Jarry, Guillaume Apollinaire, Mallarmé, e Zola. Natural da Ilha de Réunion, neste parágrafo, no início de suas memórias ele mostra para nós como, quando viajamos, por mais que se conheça a história, a cultura, sempre usamos nossos próprios vieses ao observar o novo, aquilo que nos é estranho. É particularmente reveladora, essa passagem, porque a Ilha de Réunion, é francesa até os dias de hoje, portanto, ele tinha como referência só a visão de alguém da província.