Três Reis Magos, século VI
Mosaico
Basílica de Santo Apolinário Novo, Ravena
Três Reis Magos, século VI
Mosaico
Basílica de Santo Apolinário Novo, Ravena
Mosaico na parede da basílica (parcial)
Retrato atribuído a Galla Placídia, séc. III a V
Pintura em miniatura, medalhão de vidro
Museu Cívico Cristão, Bréscia
Se do pai tinha sangue espanhol, tinha sangue oriental, pelo lado materno, e dessa mistura saiu tão raro tipo de mulher política, administradora, de grande visão artística e sumamente religiosa. A sua entrada no mundo político de Roma foi, justamente, num momento angustioso da Cidade Eterna: Alarico vencia os romanos, ele que aprendera os segredos da guerra sob as ordens de Teodósio, saqueava e devastava toda a Itália com as suas hordas de visigodos. O momento era trágico e dentre as cinzas e labaredas da destruição de Roma, surge Galla Placídia para vencer, sozinha, esses bárbaros. E de que jeito? Pelo sacrifício de todo o seu orgulho. Ela, filha de Teodósio, o Grande, grega pelo nascimento, aceita casar-se com Ataulfo, cunhado de Alarico, com uma condição, os visigodos iriam para a Espanha a fim de destruir os Vândalos. Era o ano 414. Integrada agora na gente visigótica, acompanha Ataulfo: os Vândalos são batidos, expulsos, jogados da Espanha para o norte da África. Mas na batalha final, no ano 415, morre Ataulfo e Placídia está livre. De volta a Roma, onde seu irmão Honório é o imperador, casa-se com Constâncio, o maior capitão do momento. Nascem-lhe dois filhos: Honória e Valentiniano. Escolhida Ravena para capital do império romano pelo próprio Honório, ei-la que aí sonha o seu sonho maior: colocar no trono o seu próprio filho. Era uma criança, como seria possível? A sua tenacidade, a sua habilidade, jogando contra as próprias ideias do irmão todo poderoso, prepara toda a ascensão de Valentiniano. A morte de Honório vem ajudar os seus projetos: Valentiniano sobre ao trono, mas quem reina, de verdade, é a Galla Placídia e reinará por trinta – cinco anos.
Em: Pelas estradas do sol, Francisco da Silveira Bueno, São Paulo, Saraiva: 1967, pp. 108-109.
