Ilustração de Georges Barbier, 1913.
“Mar de primavera – O dia todo Lentamente ondula.”
Yosa Buson
Ilustração de Georges Barbier, 1913.
Yosa Buson
Cartão postal, 1ª metade do século XX.
Cecília Meireles
Ilustração, Jimmy Lao.
Marty Rubin
Hugh Ramsey (Austrália, 1877-1906)
óleo sobre painel
Galeria de Arte da Austrália do Sul
Salvar
Flores no jardim, clívia e gerânio, 1911
August Macke (Alemanha, 1887-1914)
óleo sobre tela, 90 x 71 cm
Lenbachhaus, Munique
Ilustração de Britta Barlow, Revista Good Housekeeping, maio de 1927.
Olavo Bilac
Quem planta uma árvore enriquece
A terra, mãe piedosa e boa:
E a terra aos homens agradece,
A mãe os filhos abençoa.
A árvore, alçando o colo, cheio
De seiva forte e de esplendor
Deixa cair do verde seio,
A flor e o fruto, a sombra e o amor.
Crescei, crescei na grande festa
Da luz, de aroma e da bondade,
Árvores, glória da floresta!
Árvores vida da cidade!
Crescei, crescei sobre os caminhos,
Árvores belas, maternais,
Dando morada aos passarinhos,
Dando alimento aos animais!
Outros verão os vossos pomos:
Se hoje sois fracas e crianças,
Nós, esperanças também somos
Plantamos outras esperanças!
Para o futuro trabalhamos:
Pois, no porvir, novos irmãos,
Hão de cantar sob estes ramos,
E bendizer as nossas mãos!
-x-
Este poema foi musicado pelo maestro Francisco Braga.
Em: Apologia da árvore, Leonam de Azeredo Penna, Rio de Janeiro, IBDF: 1973, p. 137.
Georgina de Albuquerque (Brasil, 1885-1962)
óleo sobre tela
PESP –Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP
Renato Travassos
Um delicioso anseio me atordoa,
Netas lindas manhãs de primavera;
Em mim não me contenho, pois quisera
ter asas para voar sem rumo, à toa!
Os olhos pondo na azulada esfera,
Toda ave invejo que, liberta, voa:
Como seria, sendo livre, boa
A vida que me prende e desespera!
Nestas manhãs de luz maravilhosas
Em que sorrindo, desabrocham rosas,
Quem me dera dispor de duas asas, —
Para, contente, voar do vale à serra;
Para, louvando o que existir na terra,
A um tempo além pairar das coisas rasas!
Em: Oração ao Sol: obra completa, Renato Travassos, Rio de Janeiro, José Olympio: 1946, 3ª edição, p. 97.
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Flores, ilustração de B. Midderigh Bokhorst.–
Só não ama a Primavera,
nem lhe vê a luz e a cor,
quem nada mais considera
nem acredita no amor.
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(Alberto Fernando Bastos)
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Ilustração Gaston Maréchaux, 1918.–
É Inverno … mas, que importa ?
Estou sempre à tua espera.
Quando chegas e abro a porta,
entra junto a Primavera…
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(Déspina Athanásio Perusso)
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Ilustração Mary Blair.–
Correa Júnior
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A árvore é flor, sombra na estrada,
fruto que a sede nos mitiga.
A árvore é dádiva sagrada:
— dá-nos ao lar, multiplicada,
o leito… a mesa… a porta… a viga!
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A árvore é paz, graça e doçura:
simplicidade, amor, perdão!
Mostra a esperança, na verdura
de cada galho, e a dor obscura
deixa escondida sob o chão.
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O ar purifica, ampara os ninhos:
e sem vaidade, silenciosa,
rica de bênçãos e carinhos,
é, para nós e os passarinhos,
a criatura mais piedosa.
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A árvore é flor, sombra na estrada,
fruto que a sede nos mitiga.
A árvore é dádiva sagrada:
— dá-nos ao lar, multiplicada,
o leito… a mesa… a porta… a viga!


