Cântico das árvores, poesia de Olavo Bilac, no Dia da Árvore

21 09 2015

 

 

Plantar, Britta Barlow, GoodHousekeeping1927-05Ilustração de Britta Barlow, Revista Good Housekeeping, maio de 1927.

 

 

Cântico das árvores

 

Olavo Bilac

 

 

Quem planta uma árvore enriquece

A terra, mãe piedosa e boa:

E a terra aos homens agradece,

A mãe os filhos abençoa.

 

A árvore, alçando o colo, cheio

De seiva forte e de esplendor

Deixa cair do verde seio,

A flor e o fruto, a sombra e o amor.

 

Crescei, crescei na grande festa

Da luz, de aroma e da bondade,

Árvores, glória da floresta!

Árvores vida da cidade!

 

Crescei, crescei sobre os caminhos,

Árvores belas, maternais,

Dando morada aos passarinhos,

Dando alimento aos animais!

 

Outros verão os vossos pomos:

Se hoje sois fracas e crianças,

Nós, esperanças também somos

Plantamos outras esperanças!

 

Para o futuro trabalhamos:

Pois, no porvir, novos irmãos,

Hão de cantar sob estes ramos,

E bendizer as nossas mãos!

 

-x-

Este poema foi musicado pelo maestro Francisco Braga.

 

Em:  Apologia da árvore, Leonam de Azeredo Penna, Rio de Janeiro, IBDF: 1973, p. 137.